A
filosofia espírita não é aceita nas academias e na mídia
Mudar
essa constatação é um dever dos espíritas, particularmente daqueles graduados
em filosofia e daqueles que atuam na área da comunicação.
Introdução
A Doutrina Espírita é antes
de tudo uma filosofia. Em O Livro dos Espíritos (1857) vemos no cabeçalho do
seu título as palavras: Filosofia
espiritualista. Em Prolegômenos lemos “Foi escrito por ordem e mediante
ditado de Espíritos superiores, para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, isenta dos
preconceitos do espírito de sistema.” (grifos nossos).
Apesar disso, fora do
movimento espírita, nacional e
mundialmente ela não é reconhecida como tal no âmbito acadêmico, na literatura
e na grande mídia. Como religião costuma aparecer em dicionários e tratados
dessa ordem, mas como filosofia não a encontramos, nem quando o autor é
brasileiro e espírita.
Pesquisa
Realizado levantamento em
livrarias de São Paulo buscando obras respeitadas com mais de uma edição que
abordem diferentes filosofias, escolas e correntes.
Livros
pesquisados:
1.
Filosofia – Guia
Ilustrado Zahar. Stephen Law. Zahar.
2.
O Livro da
Filosofia. Editora Globo.
3. Filosofia – Textos fundamentais comentados. Lawrence
Bonjour & Ann Baker. Artmed.
4.
Filosofias da
Morte. Regiano Bregalda & outros. Meritos Editora
5.
Filosofias do
Mundo, As. David E. Cooper. Loyola
6.
História da
Filosofia. Christoph Helferich. Martins Fontes.
7.
História da
Filosofia. Nicola Abbagnano. Editorial Presença.
8.
História das Grandes
Filosofias. Martins Fontes
9.
Filosofia –
Construindo o Pensar. Dora Incontri & Alexxandro César Bigheto. Escala
Educacional.
10.
Para Filosofar
Hoje. Severo Hryniewicz. Lumen.
11.
Introdução à
Filosofia. João Mattar. Pearson.
12.
Introdução à
Filosofia. B. Mondin. Paulus.
13.
O Livro Completo
da Filosofia. James Mannion. Madras.
14.
Dicionário
Filosófico. Regina Shopke. Martins Fontes.
15.
Dicionário Oxford
de Filosofia. Simon Blackburn. Zahar.
16.
Dicionário dos
Filósofos. Denis Huisman. Martins Fontes.
17. Dicionário Universitário dos Filósofos. Jacqueline
Laffitte & Noëlla Baraquin. Lexis.
18.
Dicionário de
Filosofia. J. Ferrater Mora. Loyola.
19.
Dicionário de
Filosofia. Mário Bunge. Perspectiva.
20.
Dicionário de
Filosofia. Nicola Abbagnano. Martins Fontes.
21.
Dicionário de
Filosofia. Thomas Ransom Giles. Editora EPU.
22.
Dicionário de
Filosofia. José Ferrater Mora & Josep-María Terricabras. Edições
Loyola.
23.
Dicionário de
Filosofia. José Ferrater Mora. Martins Fontes.
24.
Dicionário de
Filosofia. Juan Carlos & González García. EDAF. España.
25.
Dicionário de
Filosofia de Cambridge. Organizador: Audi, Robert. Paulus Editora.
26.
Dicionário Breve de
Filosofia. Mário Vidigal, Alberto Antunes & Antonio Estanqueiro. Editorial
Presença.
27.
Breve Dicionário
de Filosofia. Miguel Angel Quintanilha. Ed. Santuário.
28.
Pequeno
Dicionário Filosófico. Hermann Collody. Livraria Garnier.
29. Dictionary of
Philosophy. Simon Blackburn. Oxford.
30.
Dictionnaire de Philosophie. Jacqueline Russ. Bordas. Paris.
31.
Dicionário Básico
de Filosofia. Hilton Japiassú & Danilo Marcondes. Zahar
Foi pesquisada também a
Wikipedia [1],
que é uma enciclopédia aberta na Internet cujo texto recebe a contribuição
controlada dos próprios leitores.
O problema
Em pesquisa realizada em três
grandes livrarias da cidade de São Paulo foram consultadas 31 obras de 20
editoras, além da Wikipédia na Internet. Com exceção do livro 31 (Dicionário Básico de Filosofia),
não encontramos nenhuma alusão à Filosofia Espírita, nenhum verbete sobre “Espiritismo”
ou “Allan Kardec”, embora algumas obras abordem o espiritualismo, o karma, a filosofia
africana, americana nativa, indiana, a magia e até astrologia, mas não possuem
verbetes como: espiritismo e Kardec.
O Dicionário Básico de
Filosofia foi o único livro que encontramos que traz dois breves verbetes:
Espiritismo e Allan Kardec, mas não faz menção à Filosofia Espírita.
O livro número 7 (História da
Filosofia, de Nicola Abbagnano), em seu volume 10 chega a abordar o
Espiritualismo em França, sem registrar nenhuma menção à Kardec ou ao Espiritismo.
Pesquisa de palavras
encontradas nos sites no Google Brasil apresentou o seguinte resultado:
Palavras Filosofia
97.900 Oculta (Ocultismo)
81.500 Espírita
61.400 Esotérica
56.800 Indiana
38.500 Americana
13.300 Africana
Esses dados demonstram que a
filosofia espírita no Brasil é mais comentada que outras, mas não tem a mesma
aceitação fora do mundo espírita.
Solução
Para atenuar essa posição
antagonista e predominante e caminhar para a aceitação mundial da existência da
filosofia espírita, muitas medidas serão necessárias com o imprescindível
engajamento dos espíritas graduados em filosofia e dos comunicadores.
Sugestões de ações que podem ser
implementadas:
· Desenvolver debates acadêmicos.
· Fomentar monografias e teses acadêmicas.
· Escrever artigos na mídia não espírita.
· Escrever livros
para não espíritas esclarecendo que o Espiritismo tem uma filosofia estruturada
e ela contribui para elucidar as questões sobre o ser e a vida. Apenas se tem
notícia do livro de José Herculano Pires: Introdução à Filosofia Espírita. São
Paulo. Paidéia, 1983. O livro Noções Fundamentais da Filosofia Espírita - Contra os desvios do intelectualismo e do
misticismo alienantes, é voltado para os espíritas, de Nazareno Tourinho.
FEESP.
· Escrever para autores e editores fornecendo
fundamentação da filosofia espírita e oferecendo modelo de verbetes.
· Escrever para autores e editores oferecendo modelo de
verbetes escritos correta e imparcialmente, como:
o
Allan Kardec
o
Espiritismo
o
Filosofia
Espírita
Ivan Franzolim
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O diálogo é a melhor forma de comunicação e a comunicação é o canal do conhecimento.