Mostrando postagens com marcador Pesquisa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Pesquisa. Mostrar todas as postagens

domingo, 18 de julho de 2021

Quantos são os Espíritas no Brasil e no Mundo?

Somos menos que pensamos!

Uma pessoa espírita costuma ter relacionamentos também espíritas, frequenta um Centro Espírita, participa de eventos presenciais e online com muitos outros espíritas de todo o Brasil e do mundo! Recebe mensagens, assiste filmes, vê vídeos, sites, portais, lê livros, jornais, revistas, blogs, etc.

Segundo a pesquisa Mercado Editorial Espírita 2017, o movimento espírita tinha, neste ano, 8.407 títulos de livros escritos por 1.691 autores, em mais de vinte gêneros e produzidos por 181 editoras espíritas.

Tudo isso dá a impressão de que os espíritas são muitos, mas, a realidade mostra um grupo atuante, embora ainda pequeno.

Este estudo procura se fundamentar em fatos e se aproxima bastante da realidade, indicando que há inúmeras oportunidades para oferecer o conhecimento espírita a muitas pessoas e, assim, ajudar, não só a manter viva a doutrina, mas favorecer o seu crescimento e desenvolvimento.

Não é tarefa das federativas, das instituições espíritas, mas de todos os espíritas. 

Os espíritas brasileiros

Segundo o Censo 2010, pesquisa elaborada com critérios científicos, os espíritas brasileiros são 2% de uma população, estimada em junho de 2021 pelo IBGE[i] em 213.200.000. Este percentual representa, nesta data, 4.264.000 de espíritas.

Em 1991, os espíritas eram 1,12% e no Censo 2000 passamos para 1,38%.

Os evangélicos alcançaram 22,2%, os católicos caíram para 64,6% e aqueles que se declararam sem religião totalizaram 8,0% dos brasileiros. Todas as outras religiões estão nos 3,2% restantes, incluindo as respostas “não sabe/não declarou”.

A idade média do espírita foi de 37 anos no Censo 2010 e está atingindo 50 anos na PNP – Pesquisa Nacional para Espíritas 2021. A presença de jovens nas casas espíritas tem fortes indícios de estar em baixa há, pelo menos uma década. Boa parte dos novos espíritas possuem mais de 40 anos.

Entrando menos pessoas jovens, o ciclo perde alimentação e o movimento pode baixar gradativamente o número de espíritas. Fator preocupante. Será necessário realizar ações e campanhas de comunicação por todo o Brasil, além da atuação em pontos específicos que, certamente, poderão colaborar com essa evasão.

Pontos como uma gestão mais moderna das instituições, descentralizando decisões, oferecendo aos jovens a oportunidade do serviço com responsabilidade e também com a autoridade equivalente. Manter a casa sempre aberta ao diálogo, criando canais facilitadores com seus trabalhadores e frequentadores. Oferecer espaço para a análise doutrinária das questões sociais atuais e rever eventual posicionamento excessivamente religioso no padrão das religiões tradicionais, uma vez que a doutrina é religião apenas do ponto de vista da filosofia. Criar a mentalidade da autonomia moral espírita, que privilegia a liberdade e o aprendizado, longe das ideias de recompensa e punição.

Distribuição da população por sexo e faixas de idade 2010


Somos, no total, apenas 2% da população, mas 21 estados estão com índice menor, sendo 13 com menos de 1%. Maranhão é o estado com menos espíritas, com percentual de 0,19%.

Em relação ao Censo anterior de 2000, temos quatro quedas nos estados de Goiás (-12,43%), Mato Grosso (-5,76%), Pará (-17,13%) e Amazonas (-7,65%).

Rio de Janeiro é o estado com mais espíritas (4,05%), seguido do Distrito Federal (3,5%), São Paulo (3,29%) e Rio Grande do Sul (3,21%).

Quadro Espíritas por Estado - Evolução


Ficamos na expectativa do resultado do Censo 2022, que deveria ter sido feito em 2020! Será que os espíritas aumentarão, permanecerão no mesmo patamar, ou diminuirão?


A questão dos simpatizantes do espiritismo no Brasil

Talvez para compensar a pequena participação dos espíritas no Brasil (2% no Censo 2021), as estimativas sobre o número de simpatizantes do espiritismo atingem cifras elevadas de 20 e até 30 milhões.

Devem ser considerados como simpatizantes, não apenas aqueles que frequentam esporadicamente as casas espíritas, mas, sobretudo, aqueles que demonstram interesse com alguns princípios e conceitos espíritas, leem livros e participam de redes sociais espíritas.

É verdade que a mídia aprecia bastante temas espiritualistas também adotados pela doutrina, como reencarnação, comunicação com os espíritos e outros vinculados pela sociedade ao espiritismo, mas que na compreensão Kardequiana apresenta entendimentos muitas vezes bastante diferentes, como punição, castigo, causa e efeito, trevas, umbral, cidades espirituais, passe, etc.

Pesquisas comprovam a simpatia por parte do povo brasileiro à essas temáticas, mesmo que suas religiões possam não concordar.

Temos de considerar, contudo, que parte significativa desses simpatizantes, procuram as casas espíritas, mais pela possibilidade de receber uma ajuda, do que pelo interesse em sua filosofia ou de melhor compreensão de alguma questão existencial.

Uma estimativa mais realista situaria os simpatizantes entre aqueles que realmente começam a cogitar a decisão de se tornarem espíritas. Dificilmente seriam mais que 1% da população, ou 50% do número atual de espíritas. O que já pode ser considerado uma estimativa otimista.


Centros Espíritas no Brasil


Foto: Jornal Mundo Espírita

São otimistas as estimativas na internet, variando entre 15 e 20 mil Centros Espíritas no país.

Dados mais realistas, contudo, apontam para um montante menor e uma situação até preocupante.

Segundo Pesquisa Instituições Espíritas no Brasil, de 2020, baseada na base de CNPJ e código de atividade (CNAE), a quantidade de instituições espíritas é 11.916. Esse número considera todo o tipo de organização espírita, como fundação, associação, abrigo, creche, orfanato, hospital e apenas os CNPJs ativos.

Como esse levantamento foi feito antes da pandemia, é provável que o número de Centros Espíritas seja menor, pois, muitos acabaram fechando ou paralisando suas atividades.

Foram encontradas 2.592 casas espíritas que não existem mais, registradas como “baixadas”, a maioria entre 1990 e 2020, o que representa uma média de 86 instituições extintas por ano.

Por outro lado, é muito baixa a participação nos 5.568 municípios brasileiros, apenas 41%, sendo que 3.287 cidades (59%) não possuem registro da presença de nenhuma instituição espírita.

Existem quase ¾ de casas espíritas nas capitais e ¼ nas cidades do interior.

Quadro Centros Espíritas por Estado – Capital e Interior

Legenda: o Distrito Federal é a menor unidade federativa brasileira e a única que não tem municípios.

Acre, Amapá e Roraima são estados com menor número de Centros Espíritas.


Centros Espíritas no Mundo



Este estudo foi feito a partir do levantamento de Elsa Rossi (2013) revisado no Congresso em Santa Cruz de La Sierra em 2019, e atualizado agora através de consultas à espíritas e entidades representativas dos países, pela internet e e-mail[i].

A atualização dos dados foi marcada pela dificuldade da obtenção dos números atuais de Centros Espíritas em cada país e conseguir desconsiderar instituições que praticam um Espiritismo claramente desvirtuado em alguns de seus princípios e com forte sincretismo com outras doutrinas e seitas locais, como podemos destacar em Cuba, Porto Rico e Venezuela.

Países da Europa, Estados Unidos e Canadá possuem a maioria das instituições espíritas mantidas e frequentadas por brasileiros residentes. Quase todas tiveram de adaptar o modelo brasileiro à cultura local, atenuando tanto quanto possível, a ênfase no Religiosismo tradicional, para conseguir alguma adesão dos nativos.

Após mais de 160 anos de existência do espiritismo, identificamos apenas 740 instituições espíritas em 55 países. O levantamento, em sua origem, apresentava número superestimado, com mais de 1800 Centros Espíritas no exterior.

A mídia encontra sempre projeções superestimadas para publicar, chegando a estimar em 13 milhões o número de espíritas no mundo[ii], dado que não encontramos fundamento.

Os 740 centros estão divididos em 55 países (excetuando o Brasil), sendo três de língua portuguesa com 10,7% dos Centros Espíritas, 15 de língua espanhola representando 44,1% dos Centros.

Em geral, são constituídos por 10 a 20 voluntários e o dobro de frequentadores. Com esses números multiplicados pela quantidade de Centros Espíritas levantados, encontramos o máximo de 44.400 espíritas que trabalham ou frequentam a instituição. Acrescentando 20% de espíritas que não estariam vinculados a nenhuma instituição, o número total de espíritas no exterior não ultrapassaria 55.000. Se quisermos contar apenas os nativos, esse número ficaria menor que 20 mil.

Kardec registrou na Revista Espírita de Janeiro de 1869, no item Proporção relativa dos espíritas: “Pode se estimar o número de espíritas do mundo inteiro em seis a sete milhões.” Isso significa que a quantidade de espíritas no planeta diminuiu após Kardec.

 Quadro Resumo de Centros por Continente

Legenda: Part. 1 = Percentuais países por continente;
Part. 2 = Percentual de Centros por continente.


Tabela dos Países com Centro Espírita


Artigo originalmente publicado em: https://abrade.com.br/quantos-sao-os-espiritas-no-brasil-e-no-mundo/


[i] Colaboraram com esse estudo diversas pessoas, destacadamente Chales Kempf, Jon Aizpurua, Eduardo Miyashiro, Júlia Nezu, Elsa Rossi e ADE-Japão.

[ii] https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47751865

[i] https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/index.html


quarta-feira, 21 de abril de 2021

Sumário da Pesquisa Nacional para Espíritas – PNP 2021


Sinopse

Resumo dos resultados da sétima edição da Pesquisa Nacional para Espíritas – PNP 2021, publicada no início de fevereiro e encerrada no final de março. Elaborada com 52 questões, divididas em cinco sessões e distribuída por link do formulário eletrônico do Google, em postagens no Facebook e WhatsApp. Recebeu 3.525 respostas de 27 estados e 529 cidades do Brasil. No final desta página você poderá fazer o download do relatório completo.

Perfil do espírita

Segundo os dados da PNP nesta edição, o espírita brasileiro pode ser descrito como do gênero feminino (66,4%), 52 anos, com curso superior ou acima (80%), ganha 4 salários mínimos ou acima (48,4%), aposentado (26,1%) ou servidor público (18,5%), religião da família era católica (71,7%), possui filhos (72,7%), se considera espírita há 15 anos ou mais (64,8%), voluntário (72,7%) do Centro Espírita há mais de dez anos (58%) e vai ao Centro Espírita de automóvel próprio, carona ou moto (71,3%).

Sobre questões sociais

Para 67%, os Centros Espíritas deveriam estar mais engajados nas questões sociais relacionadas aos direitos humanos.

Quase metade (49,1%), entende que descriminalizar o uso de drogas poderia aumentar o número de dependentes químicos e delitos.

O fato de milhões de animais serem mortos diariamente para alimentar as pessoas, causa algum incômodo moral para 78,6% dos respondentes.

Acreditam que a compra e uso de armas deveria ter mais restrições (84,9%).

Consideram que a homofobia deveria ser criminalizada (68,8%) e pensam que a corrupção faz parte da cultura dos brasileiros e será difícil mudar (67,7%).

São de opinião que a pena de morte não seria uma solução para a redução de crimes violentos (89,2%), que a eutanásia não seria aconselhável para casos de doenças incuráveis ou terminais (77,2%) e não consideram uma boa decisão, a Argentina ter legalizado o aborto até a 14 semanas de gestação (76,7%).

Impactos da pandemia na vida dos espíritas

Para 51,6%, a pandemia pode ter afetado negativamente o seu estado emocional.

Quase 87% dos respondentes assistiram “lives” em 2020. A maioria até 20 “lives” em um ano (35,8%).

Ouvir audiolivros em 2020 foi experiência de 31,5%.

Costumam acompanhar publicações espíritas nas redes sociais 94,9%, costumam publicar nas redes sociais 57,2% e 81,3% não têm receio de publicar e receber críticas.

Para a maioria (63,5%), a pandemia não afetou sua doação em dinheiro ao Centro Espírita.

Durante o tempo que ficou afastado do Centro Espírita, sentiu mais falta do próprio trabalho voluntário (37,2%) e do contato com as pessoas (30,1%).

Durante a pandemia, o Centro Espírita que participa realizou “lives” com palestras ou entrevistas (21,8%), vídeos de palestras (17,3%) e cursos (16,8%).

Após a pandemia, 88,2% acreditam que as casas espíritas deveriam manter algumas atividades virtuais.

Após a pandemia, o número de frequentadores e trabalhadores das casas espíritas tenderá a aumentar para 61,2% e também a prática da caridade (70,9%).

Acreditam que as pessoas que desrespeitaram as recomendações para proteção contra o coronavírus, colocando em risco a vida de outros, foram motivadas pela descrença sobre os riscos do coronavírus (38,1%) e preocupação apenas com seus desejos e interesses (18,8%).

Forma de entender o espiritismo

Para 96,9%, Jesus não é Deus, mas um dos seus Espíritos Superiores ou Puros.

Responderam que a pessoa que orar com fé e tiver mérito conseguirá ajuda espiritual para afastar algum mal (79,9%).

Consideram correto o entendimento que segundo a Justiça Divina, todos os erros cometidos deverão ser pagos nesta ou em outra encarnação para 64,9%.

O espiritismo não é uma revelação no sentido teológico para 47,6% e o livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo” não é um tratado sobre teologia espírita para 60,9%.

A expressão “Evangelização Espírita” deveria ser substituída por “Educação Espírita“ para 55,6%.

O espiritismo é religião apenas no sentido filosófico para 43,3% e não salva as almas ou espíritos para 74,7%.

Quase 1/3 entendem que os "espíritas laicos" não seguem a Jesus para 31,8%.

Muitos (71,1%) concordaram que a admiração de muitos espíritas e até instituições, a alguns médiuns e Espíritos, possa estar mais próxima de uma devoção e idolatria.

Confiança doutrinária

Índice resultado da PNP 2021 sobre o grau de confiança doutrinária atribuído para:

  • Livros doutrinários de autores espíritas (93,1%).
  • Livros doutrinários de médiuns espíritas (88,8%).
  • Livros doutrinários da FEB, exceto de Kardec (84,1%).
  • Textos de espíritas famosos nas redes sociais (72,9%).
  • Romances espíritas (68,2%).

Recentes descobertas históricas

Sobre a possível adulteração da quarta edição de O Céu e o Inferno, 48,7% alegam não ter informações, 32,8% aguardam mais informações e análises, 3,1% são indiferentes, 13,4% estão tendentes pela hipótese de que ocorreram adulterações e 2,1% pela hipótese de que não ocorreram adulterações.

Sobre a possível alteração de textos de livros do Espírito Emmanuel editados pela FEB, 46,8% alegam não ter como avaliar essas informações, 34,6% aguardam mais informações e análises, 3,6% são indiferentes, 10,3% tendem pela hipótese de que ocorreram alterações e 4,7% tendem pela hipótese de que não ocorreram alterações.

O total de 67,1% dos inqueridos já ouviu falar que a moral espírita é autônoma, ao contrário da moral das religiões tradicionais que é heterônoma e, 81,1% dos respondentes expressaram sua intenção de fazer um curso à distância sobre o assunto.

Indicadores preocupantes

Aguardam ações do movimento espírita para correção de rumos.

É pequena, mínima e nenhuma, a participação atual dos jovens nas atividades do Centro Espírita que frequenta para 54,2% dos participantes da PNP 2021.

O espírita possui idade média de 52 anos e os novos iniciantes entram na Doutrina após a idade adulta (30 anos ou mais).

É baixa a participação de frequentadores e trabalhadores do gênero masculino (33,5%).

A participação feminina só e menor que a dos homens nos cargos de diretoria, conselheiro e vice-presidente (46,2%).

Embora exista a prática dos Centros Espíritas darem passes a todos os participantes das reuniões públicas, apenas 6,8% responderam sentir sua falta durante a pandemia.

Quase metade (42,3%) dos filhos dos espíritas não frequentam o Centro Espírita.

Espíritas frequentadores e trabalhadores que não doam dinheiro para o Centro Espírita são: 20,3%.

A religião da família dos respondentes era católica para 71,7% e Espírita para apenas: 12,8%.

O exercício da mediunidade foi considerado como atividade principal para 30,8% dos respondentes, maior que outras atividades importantes como Instrutor, coordenador, monitor de cursos obteve 11,2%. Isso sem contar àqueles que não consideraram a mediunidade como atividade principal, mas secundária.

Os espíritas parecem optar por soluções impostas para resolver problemas sociais, como na criminalização da homofobia que teve 64,9% de concordância.

Mais da metade (52,9%) não concordam que o espiritismo seja religião apenas no sentido filosófico.

Parte dos espíritas parecem não compreender conceitos básicos e 64,9% consideram que todos os erros cometidos deverão ser pagos nesta ou em outra encarnação. 

Uma parcela significativa dos espíritas que responderam a PNP 2021, acredita que pode influenciar a vida das pessoas: o destino marcado por Deus para a pessoa (47,8%), a posição dos astros no momento de nascimento (35,5%), os trabalhos feitos nas religiões afro-brasileiras (29,1%) e a numerologia do nome (18,9%).


CLIQUE AQUI para fazer o download do relatório completo da PNP 2021.


sexta-feira, 1 de março de 2019

Mercado Editorial Espírita 2017

O início desse trabalho foi em 2006, quando notei que, diferentemente de outros segmentos de mercado, não havia informações sobre a produção e venda dos livros espíritas.
A partir de uma amostra dos dados de venda de livros espíritas em 2017, foram calculados e projetados os valores para todo o mercado editorial espírita brasileiro.
A pesquisa não incluiu os livros traduzidos em outros idiomas, braile, áudio book, as produções musicais e em vídeo.
Cada livro foi totalizado somando-se todas as suas formas de edição, como:  bolso, capa dura, espiral, luxo e comemorativos. Foram contabilizados livros de mesmo autor publicados por mais de uma editora.
Foram considerados os livros vendidos pelas editoras e distribuidoras espíritas, caracterizados como espíritas ou de interesse para o espiritismo.
A pesquisa retirou as obras espiritualistas, teosóficas, cristianismo católico, autoajuda, Reiki, filosofias orientais e Umbanda. Foram acrescentadas algumas editoras não espíritas para incluir os livros de autores espíritas por elas editados.
O mercado de livros espíritas está inserido no mercado editorial geral que vive anos de queda de produção e consumo.
Em 2017, o mercado editorial brasileiro viu seu faturamento cair 1,95% e em 2016 tinha reduzido 5,2%. Mesmo assim, as editoras brasileiras venderam 222 milhões e faturaram quase 4 bilhões nas vendas ao mercado. O total de exemplares produzidos caiu 7,94% em 2017.[1] Os livros religiosos, embora com queda, alcançaram mais de 70 milhões de exemplares produzidos.
Estamos falando de um mercado de baixo consumo de livros. De acordo com a Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro – Base 2016, o brasileiro lê pouco, em média 2,43 livros inteiros por ano.
Além disso, é forte o analfabetismo funcional[2], sendo que apenas 12% dos brasileiros conseguem ler e compreender textos simples, que dirá dos textos espíritas de Allan Kardec, Léon Denis, Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco, entre outros, que usam palavras arcaicas e eruditas.
Os compradores visados para os livros espíritas são os próprios que constituem apenas 2% da população (4,2 milhões) segundo o Censo 2010 e os simpatizantes que não há estatística a respeito e que deve representar três a cinco vezes o contingente dos espíritas (12,6 a 21 milhões de pessoas).
Estamos em minoria no país, e o mercado de livros espíritas é muito reduzido. Os brasileiros evangélicos são dez vezes mais que os espíritas (22,2%), os católicos mais que trinta vezes (64,6%) e os sem religião quatro vezes mais que os espíritas.
Os Censos do IBGE e de outras pesquisas também caracterizam o espírita com mais anos de estudo e com média anual mais elevada de livros lidos que do brasileiro, fator que provavelmente faz a diferença.
Segundo Pesquisa para Espíritas de 2018 realizada com 3926 pessoas de 735 cidades, 34,2% leram entre 3 a 5 livros nos últimos doze meses, 20,5% leram seis a dez livros e 18,7% leram mais que dez livros. Preferem comprar livros novos (64,4%) e compram principalmente nos Centros Espíritas (45,1%) e em Livrarias Espíritas (18,7%). Um pequeno grupo (7,2%) já aparece dando preferência à leitura de livros digitalizados.
A publicação e comercialização de livros espíritas em 2017 teve bom resultado. O número de títulos publicados em onze anos quase foi dobrado, passando de 4.330 em 2006 para 8.407 livros em 2017. Foram identificados 166 títulos repetidos e utilizados por outros autores, o que não deveria ocorrer.
Os livros mediúnicos tiveram uma pequena redução, representavam 40% e em 2006 e 37,9% em 2017. Foram identificados 434 autores médiuns.
A estimativa, baseada em projeções é que o faturamento tenha alcançado pelo menos 73 milhões de reais com 3,3 milhões de livros vendidos.
As editoras consideradas espíritas caíram no mesmo período de 205 para 181. Isso se deve ao encerramento de várias editoras que existiam mais na documentação que de fato. Algumas foram criadas para viabilizarem o sonho de ter um livro publicado.
Os autores de livros espíritas aumentaram 59%. Eram 998 em 2006 e são 1.691 em 2017, considerando-se todos os Autores e Médiuns, descontando-se as sobreposições.

Veja pesquisa completa clicando em:




[1] Realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a pedido da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).
[2] https://www.bbc.com/portuguese/brasil-46177957

sábado, 21 de maio de 2016

Nova Pesquisa Nacional para Espíritas – 2ª. Edição 2016


Após a experiência bem-sucedida da pesquisa do ano passado, graças à colaboração de espíritas de todo o Brasil, estou lançando a edição de 2016, agora com novas questões para ajudar a identificar o entendimento dos espíritas sobre temas relativos ao conhecimento espírita.

Como da outra vez, os resultados serão publicados integralmente neste blog atendendo ao objetivo de a pesquisa ajudar as ações comunicativas das instituições espíritas e abrir caminho para futuras pesquisas mais estruturadas cientificamente.

O prazo para preenchimento é até 30 de junho de 2016, depois dessa data os resultados serão publicados.

A pesquisa é independente e não identifica quem responde. Para preenche-la basta clicar no link abaixo que irá abrir um formulário eletrônico do Google.

Desde já agradeço a colaboração de todos os espíritas para levar ao movimento espírita e acadêmico informações inéditas sobre a forma de pensar e atuar dos espíritas.


Permaneço à disposição para outras informações e esclarecimentos.