quarta-feira, 15 de julho de 2015

Controle geral das encarnações

O planejamento das encarnações não pode obedecer apenas a critérios locais, sob pena de prejudicar resultados esperados ou possíveis de outros grupos, áreas e regiões.
Esta análise é desenvolvida a partir da premissa de que existem diferentes colônias espirituais, conforme relatos do espírito de André Luiz na série iniciada com o livro Nosso Lar.
Tomamos conhecimento que muitas colônias espirituais possuem uma equipe ou área organizada para cuidar das encarnações dos espíritos que a habitam, levando em conta as necessidades de aprendizado e resgate dos envolvidos, os créditos espirituais do reencarnante e de seus intercessores, bem como os ascendentes biológicos acentuando ou minimizando os efeitos da hereditariedade
As encarnações dos espíritos mais lúcidos são preparadas para obterem os melhores resultados para o reencarnante, os espíritos a ele vinculados e, em alguns casos, para a sociedade e para o mundo.
Podemos chamar esses cuidados de “planejamento encarnatório” cujo objetivo é otimizar as oportunidades de aprendizado e crescimento espiritual. Seguindo o mesmo raciocínio deverá existir também uma área central que cuida do planejamento evolutivo do planeta.
Essa área deve ter ascendência sobre as áreas de planejamento encarnatório das colônias. Isso porque a encarnação de um indivíduo poderá afetar a vida e o planejamento encarnatório de diversos outros e até do planeta inteiro.
Quantos cientistas deverão encarnar nesse momento? Quantos espíritos moralmente mais adiantados e também os atrasados deverão encarnar e em que setores e regiões geográficas? Quantos espíritos viciados na maldade e na violência? Que tipo de espíritos serão escolhidos para herdarem as maiores fortunas e impérios da Terra?
Essa linha de raciocínio nos permite acreditar que exista uma equipe de espíritos encarregada do Controle Geral das Encarnações, com a obrigação de harmonizar o planejamento evolutivo do planeta com o planejamento das diversas colônias espirituais. Nada mais lógico embora de altíssima complexidade.
O problema é que essa enorme responsabilidade parece não ter sido citada nos compêndios doutrinários. Qual a razão desse esquecimento? Isso faz algum sentido para você leitor? Gostaria de contribuir?

A finalidade das encarnações


A evolução do espírito ocorre em todos os sentidos, sintetizados como:
conhecimento e moralidade ou sabedoria e sentimento.

Os espíritos existem em diferentes classes e níveis evolutivos. Conforme ressalta o espírito André Luiz, eles vivem em cidades espirituais, cada uma abrigando espíritos de uma mesma faixa evolutiva.
Este artigo se baseia nas características e condições de espíritos comuns propensos ao bem, que cometem erros e algumas maldades.
O espírito se desenvolve tanto no seu mundo espiritual, chamado em O Livro dos Espíritos por erraticidade, como no mundo material por meio das encarnações, denominado pelo mesmo livro como transitório.
"Nos intervalos das encarnações, aprendereis numa hora o que na Terra vos exigiria anos de aprendizado." Kardec, pergunta 898 de O Livro dos Espíritos
Considerando os relatos trazidos pela mediunidade de que existe uma quantidade de espíritos quatro a cinco vezes superiores à população de encarnados, podemos concluir que o espaço de tempo que os espíritos permanecem no mundo espiritual deve ser, em média, maior que a duração das suas encarnações, isto é, eles ficam mais tempo na dimensão espiritual.
O espírito encarnado sofre o condicionamento do corpo físico que, de modo geral, reduz seus sentidos, sua capacidade intelectual e deve também influenciar no modo de sentir e lidar com suas emoções. Essa influência pode ser maior ainda, atingindo até aspectos do comportamento, personalidade, tendências e vocações.
Imagine um espírito que progrediu musicalmente acima da média. Ele estará tão envolvido e sensível à música que dificilmente conseguirá se dedicar ao desenvolvimento de outras artes e saberes, a não ser que essa memória seja de alguma maneira atenuada ou bloqueada na encarnação, ajudando-o a penetrar em outros campos de aprendizado.
O espírito desencarnado, por sua vez, excetuando uma condição de enfermidade e desequilíbrio, faz melhor uso de sua capacidade sensitiva e intelectual, pois está no seu ambiente natural e sem o corpo físico. Relatos da espiritualidade a partir do espírito de André Luiz, pelo médium Francisco Cândido Xavier, dão conta de que os espíritos comuns, que residem na colônia Nosso Lar, adquirem ou descobrem possuir aptidões como: memória de outras vidas, levitação, telepatia, autotransporte, capacidade de mudar a aparência do perispírito, capacidade objetiva de curar encarnados e desencarnados, além das percepções sensoriais mais desenvolvidas ou apuradas.
Podemos supor que a partir de um nível evolutivo não muito distante, sua vida se desenvolva em um tempo muito mais acelerado que o dos encarnados, podendo raciocinar e agir mais rapidamente e, consequentemente, aproveitar melhor o tempo e as experiências.
Uma pessoa que se destaque pelo seu saber aqui na Terra estaria, na verdade, expondo apenas uma parte de sua verdadeira capacidade intelectual que teria condições mais favoráveis para se expressar na dimensão espiritual. Uma analogia possível seria a de um engenheiro do século 21 retornar a viver no século anterior esquecendo tudo o que aprendeu. Ele poderia fazer progressos, mas teria mais condições de progredir no seu próprio tempo com os conhecimentos mais avançados de sua área.
Assim sendo, tudo leva a crer que o mundo natural dos espíritos proporcione melhor condição de aprendizado intelectual, estando o espírito na sua melhor capacidade sensitiva e cognitiva.
O desenvolvimento dos sentimentos, porém, pode ter melhores resultados na vida física por vários motivos. Pela facilidade de se relacionar com pessoas de diferentes níveis de evolução, que no mundo espiritual estariam em locais ou planos diferentes. Pelo esquecimento de tudo com o que foi afetado pelos outros e ainda por não conseguir reconhecer claramente os verdadeiros sentimentos dos outros e vice-versa.
Por um lado, não sofrendo as interferências como no corpo físico, com hormônio, glândula, sistema nervoso, genes e fluido vital, o espírito pode permanecer mais pleno ante suas emoções. Por outro lado, desencarnado, irá conviver com a realidade de não poder esconder seus sentimentos, o que poderá gerar dificuldades para ele ante possíveis desafetos.
Nesse sentido, as encarnações proporcionariam tanto o contato com essa diversidade em situações e contextos mais promissores, como o esquecimento temporário dos sentimentos com relação a cada pessoa, o que certamente favorece a revivência desses relacionamentos com a oportunidade de transformá-los para melhor.
Assim, levando em conta esse raciocínio, a finalidade principal das encarnações seria o desenvolvimento dos sentimentos e o aprimoramento das emoções que constituem reações emotivas derivadas da maneira de sentir de cada pessoa e que configuram os reflexos psíquicos condicionados que temos de refinar. A melhoria do relacionamento com os espíritos que não desenvolvemos afinidade e, os ajustes de relacionamento com aqueles que sofreram atrito parecem ser outro objetivo relevante das encarnações.
A parte intelectual naturalmente também progride no ambiente terrestre, principalmente pelo esforço mental para criar e produzir utilizando-se instrumentos materiais limitados, mas deve progredir menos que na espiritualidade. Há muitas indicações de que ela deve estar totalmente ligada aos sentimentos e que não irradiamos um único pensamento sem que esteja revestido de algum sentimento. Essa ligação faz com que o homem esteja sempre buscando as razões para justificar o seu modo de sentir.
Podemos concluir que os avanços tecnológicos e científicos aqui na matéria seriam provavelmente consequências de pesquisas e descobertas feitas originalmente no mundo espiritual. Contudo, os avanços no campo do sentimento são conquistas que o espírito acumula mais no mundo material, até um nível de evolução, do que no mundo espiritual. Assim, devemos dar mais importância às coisas que geralmente são deixadas em um segundo plano, como o relacionamento com as pessoas e com toda a natureza, bem como a qualidade dos sentimentos para com elas e consigo mesmo.