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sábado, 13 de setembro de 2025

O Futuro dos Centros Espíritas: Presencial, Remoto ou Híbrido?

 


“O Centro Espírita do futuro já começou a mudar — e ainda não sabemos qual será sua forma final.”

Introdução

O Espiritismo nasceu sem templos, rituais ou hierarquias. Já iniciou no Brasil com o modelo de Centro Espírita vigente até os nossos dias e exportado para todo o mundo. Conseguiram vencer as resistências culturais e legais do final do século19 e início do século 20. Muitos centros foram fundados e se espalharam pelo país. Eles assumiram um papel essencial como espaço de acolhimento, estudo, prática mediúnica e caridade coletiva organizada. Nos últimos anos, porém, o avanço da tecnologia e as mudanças culturais trouxeram novas formas de viver a Doutrina. Hoje, muitos espíritas encontram no ambiente virtual parte do apoio espiritual e intelectual que antes só existia no Centro físico. Esse movimento nos convida a refletir: qual o papel dos Centros Espíritas no futuro?

"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar as suas inclinações más". "O Evangelho segundo o Espiritismo", capítulo XVII, item 4

A liberdade do espírita

Para se considerar espírita basta tomar essa decisão interna, aderir aos princípios básicos e buscar sua melhoria moral.

Não há lista de coisas proibidas, nem a obrigatoriedade de frequentar Centros.

Caminhos possíveis: estudo individual, caridade pessoal, participação presencial, engajamento remoto.

O papel dos Centros Espíritas

  • Espaços de acolhimento e convivência.
  • Estudo organizado e sistematizado.
  • Garantia de prática mediúnica segura.
  • Caridade coletiva.

Mas também locais influenciados por tradições, dirigentes e práticas culturais, nem sempre em sintonia com Kardec.

Novos desafios e tendências

  • Distância física e diversidade de práticas levam muitos a buscar alternativas na internet.
  • Crescimento de grupos de estudo online, blogs, lives e espaços virtuais.
  • Risco de fragmentação, superficialidade ou distorções doutrinárias.
  • Necessidade de Centros presenciais mais abertos, acolhedores e atualizados.

A contribuição da Inteligência Artificial

  • Organização e análise de acervos históricos.
  • Tradução automática e difusão internacional.
  • Apoio ao estudo personalizado.
  • Gestão administrativa das casas.
  • Risco de mau uso (oráculos virtuais, mensagens falsas).

Tabela síntese dos tipos de participação

Caminho

Pontos Fortes

Pontos Fracos

Participar presencialmente em um Centro Espírita

- Convívio humano e fraterno. - Acolhimento espiritual (passes, diálogo, apoio). - Estudo organizado em grupo. - Prática mediúnica com segurança. - Vivência comunitária da caridade. - Oportunidade de servir e aprender com as diferenças.

- Influência forte de dirigentes, tradições locais ou “cultura da casa” que nem sempre refletem Kardec.- Tolerância dos frequentadores a práticas com as quais não concordam, gerando desconforto silencioso.- Tendência a idolatria de certos Espíritos ou médiuns.- Sincretismos com catolicismo, espiritualismo genérico ou até ufologia.- Excesso de religiosidade formal (orações católicas, hinos, quadros devocionais).- Dificuldade em experimentar outras casas pela distância física.- Estrutura burocrática ou conservadora que desestimula jovens e novos perfis.

Seguir um caminho solo (sem frequentar um Centro)

- Autonomia total. - Estudo profundo conforme interesse. - Liberdade para aplicar a Doutrina na vida prática. - Caridade individual genuína, sem necessidade de instituição. - Evita desgastes com divergências internas.

- Risco de isolamento espiritual e social.- Falta de troca de experiências e correção de rota. - Mediunidade ausente ou sem segurança de um grupo. - Ausência de apoio comunitário em momentos de fragilidade. - Pode tender ao individualismo e a um espiritismo pessoal.

Participar remotamente (sites, blogs, lives, grupos virtuais)

- Acessibilidade para quem não tem Centros próximos. - Facilidade de encontrar conteúdos mais próximos da visão pessoal da Doutrina. - Diversidade de estudos, palestras e autores. - Possibilidade de intercâmbio nacional e internacional. - Flexibilidade de tempo e lugar.

- Superficialidade de conteúdo em alguns canais. - Falta de acolhimento humano direto. - Fragilidade dos vínculos comunitários (troca passageira). - Dificuldade de práticas mediúnicas seguras. - Risco de se criar “bolhas” de afinidade, sem o exercício de tolerância e convivência com diferentes entendimentos.

“O futuro do Centro Espírita depende de nós — da coragem de inovar sem perder a essência.”

Reflexão estratégica

O movimento espírita vai precisar se adaptar a essa realidade híbrida: parte presencial, parte digital.

A diversidade (ou mesmo distorção) de práticas locais já influencia a busca por alternativas online, que, por sua vez, também estão sujeitas a distorções, com a diferença de facilmente poder ser comparada e buscar outra fonte.

O futuro pode trazer Centros virtuais especializados em estudo, atendimento fraterno online e divulgação doutrinária, enquanto os presenciais devem se fortalecer como espaços de convivência, desenvolvimento da mediunidade e prática comunitária.

 

Projeção de Cenários (2025–2035)

 1. Cenário Otimista (integração equilibrada)

Centros presenciais se renovam, acolhem melhor, modernizam sua gestão e comunicação.

Ambiente híbrido: estudo e palestras online se consolidam como complementares, não substitutivos.

Mediunidade mantida presencialmente com apoio remoto (estudos, preparação, acompanhamento).

IA no Espiritismo:

·     Plataformas de estudo doutrinário personalizadas. Aprofundar temas.

·     Tradução automática de obras para vários idiomas, ampliando o alcance mundial.

·     Ferramentas para análise de tendências na gestão e práticas doutrinárias.

·     Assistentes virtuais para tirar dúvidas, recomendar leituras e conectar pessoas a Centros e Grupos.

Resultado: fortalecimento da universalidade e expansão do Espiritismo, com centros mais leves, acessíveis e conectados.

 

2. Cenário Realista (convivência de modelos diversos)

Parte dos espíritas segue só online (palestras, lives, blogs), mas sem prática mediúnica.

Centros físicos continuam, porém com público mais reduzido e envelhecido.

Mediunidade se concentra em grupos pequenos, mais fechados e comprometidos, o que pode trazer mais qualidade, mas menos quantidade.

IA no Espiritismo:

·     Criação de repositórios inteligentes (acervos de mensagens, cartas psicografadas, palestras) com análises semânticas.

·     Monitoramento das práticas para identificar desvios doutrinários e oferecer esclarecimentos embasados em Kardec.

·     Ferramentas administrativas (financeiras, organizacionais, comunicação com trabalhadores).

Resultado: fragmentação, mas convivência relativamente harmônica. O presencial continua existindo, mas o digital ganha força como via de estudo e difusão.

 

3. Cenário Pessimista (erosão do coletivo espírita)

Grande parte dos espíritas abandona o Centro presencial, ficando só no virtual.

Mediunidade perde espaço coletivo, ficando restrita a pequenos grupos ou a práticas individuais com maior risco de desvirtuamento.

Cresce a paixão digital: médiuns online, revelações individuais, fenômenos isolados.

IA no Espiritismo:

·     Uso distorcido, criando “oráculos virtuais” ou mensagens falsas atribuídas a Espíritos.

·     Explosão de conteúdos superficiais, fragmentando ainda mais o movimento.

Resultado: enfraquecimento da credibilidade pública do Espiritismo, com perda da sua característica racional e científica.

 

4. Cenário Inovador (transformação do modelo)

Centros híbridos: parte física, parte digital, funcionando como “plataformas de espiritualidade”.

Mediunidade preservada presencialmente, mas com suporte tecnológico (registros, análises, segurança).

IA no Espiritismo:

·     Simulações de debates históricos (ex.: IA reproduzindo perguntas/respostas como se fossem Allan Kardec em conferências virtuais).

·     Mentoria personalizada para estudo e progresso moral, sugerindo leituras e reflexões conforme perfil do aprendiz.

·     Mapeamento global do movimento espírita em tempo real (quantidade de Centros, atividades, engajamento).

Resultado: o Espiritismo ganha novo fôlego, adaptando-se sem perder a essência, ampliando seu alcance e relevância social.

 

Conclusão

O futuro imediato aponta para um modelo híbrido: presencial para mediunidade, acolhimento e caridade organizada; remoto para estudo e difusão.

A IA pode ser aliada se usada como apoio, não para sustentar ideias pessoais — preservando a seriedade da mediunidade e fortalecendo a vivência prática.

O desafio é manter a essência kardecista em meio à diversidade de práticas, evitando tanto o esvaziamento do presencial quanto a superficialidade digital.

A mediunidade é um dos pilares do Espiritismo, e não há como exercê-la de forma segura e organizada sem um coletivo presencial disciplinado. Se parte dos espíritas migrar para a prática apenas remota, o risco é de um enfraquecimento prático da mediunidade coletiva — justamente a que Kardec tanto valorizava como critério de autenticidade. Mas a Doutrina também é viva e se adapta.

O futuro dos Centros Espíritas não será único. Haverá convivência de diferentes modelos: presencial, remoto e híbrido. O essencial é não perder de vista a essência do Espiritismo: estudo, vivência moral e caridade. A mediunidade, por sua própria natureza, continuará exigindo a reunião presencial séria e disciplinada, mas a difusão do conhecimento pode e deve ser ampliada com os recursos digitais e da Inteligência Artificial. Preparar-se para esse cenário é garantir que a Doutrina siga cumprindo sua missão de consolar, esclarecer e impulsionar o progresso espiritual da humanidade.











quinta-feira, 12 de junho de 2025

Ensaio para um Planejamento Estratégico do MEB

O Espiritismo será o que o fizerem os homens.
Léon Denis, No Invisível, 1901.


Análise do Censo 2022 com Foco no Espiritismo

A verdade é que o MEB não soube aproveitar o favorecimento da mídia com romances, novelas e filmes de temática espírita. Assim como não conseguiu trazer para a Doutrina um contingente mínimo das milhões de pessoas que frequentam as casas espíritas e leem os seus livros sem se declarar espíritas.

A queda dos espíritas de 2,2% para 1,84% entre os dois últimos Censos do IBGE, está tendo um impacto grande  no MEB. E essa reação talvez seja o remédio que nós precisávamos para nos mobilizar e atuar seriamente para reverter essa situação.

Nada fazer será uma omissão, uma negligência, que provavelmente pesarár em nossas conciências. 

Análise Sociológica

O Espiritismo continua sendo um movimento com forte presença em classes médias urbanas, com elevada escolarização e renda. Isso o distancia de camadas populares — o que limita seu alcance social. Seu discurso racionalista e moralizador atrai segmentos com maior capital cultural, mas pode parecer distante para públicos que buscam experiências religiosas mais emocionais, afetivas ou comunitárias.

O desafio será adaptar a linguagem e práticas para manter a base doutrinária sem parecer exclusivista ou elitista. 

Análise Educacional

O Espiritismo possui o maior percentual de adeptos com ensino superior completo (48%) e o menor número com ensino fundamental incompleto (11,3%). Isso reforça sua identidade como doutrina de estudo, razão e ética.

Consequência paradoxal: quanto mais escolarizado o público, mais crítico e, por vezes, menos institucionalizado — o que pode explicar o afastamento de muitos que simpatizam com os princípios, mas não gostam de frequentar os centros. Considerar que cerca de 50% das casas espíritas não estão vinculadas a uma federativa da FEB, também pode denunciar um certo cansaço das instituições.

Análise Econômica

A maior renda entre os espíritas permite uma boa estrutura física dos Centros, muitos com sede própria, bibliotecas, projetores, notebooks e cursos. Contudo, falta maior engajamento com realidades sociais mais vulneráveis. O Espiritismo ainda não alcançou populações de baixa renda, o que reduz seu impacto transformador no tecido social.Trabalhar ações sociais ajuda, mas não é uma ponte de aproximação e vivência real com esse público. 

Análise Demográfica

A idade média dos espíritas é a mais alta entre os grupos religiosos, com crescimento progressivo nas pesquisas e no Censo. Isso indica um processo de envelhecimento e pouca renovação geracional. A Pesquisa Nacional Espírita mostra esse crescimento alcançando em 2025,  a média de 55 anos.

A participação do sexo masculino é a menor entre as religiões, o que vem sendo também demonstrado pela Pesquisa Nacional Espírita desde 2015.

É um fato que exige ações planejadas. Se não houver uma ação estratégica de engajamento de jovens, o movimento pode perder continuidade institucional e capacidade de renovação. A dificuldade maior será de despertar o interesse dos jovens, nascidos em uma sociedade superficial e consumista.

Por que os Jovens se Afastam das Religiões?

Esses jovens, que não foram seduzidos pelos apelosde resolução imediata, podem estar buscando uma espiritualidade distante das convenções religiosas, da devoção, do apelo da salvação. Neste caso, o Espiritismo tem muito a oferecer por meio da sua lógica, do apelo à razão, fundamentado em uma filosofia abrangente e cosistente.

Cor e Raça

O Espiritismo apresenta a menor participação de pessoas pretas entre os quatro maiores grupos religiosos. Isso denuncia uma histórica barreira sociocultural e simbólica que precisa ser encarada com honestidade.

Reflexão necessária: é preciso tornar os espaços espíritas mais abertos, diversos e acolhedores, para todos. Ter uma participação mínima desse segmento em um país onde ele predomina é preocupante.

 

Geografia e Distribuição

Os maiores percentuais de espíritas continuam nos estados do Sudeste e Sul: RJ, SP, DF, RS e GO. Os menores estão no Norte e Nordeste, com destaque para o Maranhão (0,19%), Pará (0,37%), Amazxonas (0,38%) e Piauí (0, 43%), não atingindo meio percentual. Temos 21 estados com participação dos espíritas menor que a média Brasil de 1,84%. Essa situação perdura há décadas, sem percepção da existência de ações para melhorar esses índices.

Mais da metade dos 5.570 municíopios do país, não possuem registro da existência de Centro Espírita.

O desafio será ampliar o alcance doutrinário por meio de projetos regionais, respeitando as culturas locais.

 Tecnologia e Internet

Com 96,6% de acesso à internet, os espíritas são o grupo religioso mais conectado. Isso abre caminho para estratégias digitais consistentes de divulgação, ensino, encontros e acolhimento.

Os espíritas possuem uma forte presença na internet e nas redes sociais, o que pode ter contribuído para atenuar a redução dos espíritas.

É um ponto forte, positivo que deve ser mais bem aproveitado. Estabelecer uma união de propósitos entres os grupos vituais, criando conteúdos significativos, atrativos e interativos nas redes, especialmente voltados aos jovens e aos “espiritualizados sem religião”.

 

Religiões Concorrentes

Os evangélicos continuam crescendo, mas em ritmo menor. Têm forte apelo emocional (algumas vezes próximos de uma manipulação), é comunitário e acolhedor — especialmente entre os jovens.

Os católicos reduziram perdas, talvez pela renovação litúrgica e social. Devemos considerar que boa parte dos brasileiros se declaram católicos, maia por tradição e costume familiar, mas não são verdadeiramente praticantes nem conchecedores de sua própria religião.

Os “Sem religião” passaram de 8,2% para 9,3%. São geralmente jovens/adultos, urbanos e críticos das instituições religiosas — mas nem sempre ateus. Constituem quase cinco vezes os espíritas. Esse pode er um público que busque algo novo, fora das tradições religiosas, que o Espiritismo pode oferecer.

O Espiritismo parece competir menos com outras religiões e mais com a tendência de desinstitucionalização (desgastes das instituições).

 Empenho geral

Todos estão convocados para contribuir em suas intstituições espíritas e individualmente por meio da participação do debate público pela internet. Caminhos devem ser encontrados! Alguns de aplicação geral, outros específicos para as diferentes realidades do país. O impacto foi grande, mas também nos impulsiona para a busca de soluções.

 

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Sumário da Pesquisa Nacional para Espíritas – PNP 2021


Sinopse

Resumo dos resultados da sétima edição da Pesquisa Nacional para Espíritas – PNP 2021, publicada no início de fevereiro e encerrada no final de março. Elaborada com 52 questões, divididas em cinco sessões e distribuída por link do formulário eletrônico do Google, em postagens no Facebook e WhatsApp. Recebeu 3.525 respostas de 27 estados e 529 cidades do Brasil. No final desta página você poderá fazer o download do relatório completo.

Perfil do espírita

Segundo os dados da PNP nesta edição, o espírita brasileiro pode ser descrito como do gênero feminino (66,4%), 52 anos, com curso superior ou acima (80%), ganha 4 salários mínimos ou acima (48,4%), aposentado (26,1%) ou servidor público (18,5%), religião da família era católica (71,7%), possui filhos (72,7%), se considera espírita há 15 anos ou mais (64,8%), voluntário (72,7%) do Centro Espírita há mais de dez anos (58%) e vai ao Centro Espírita de automóvel próprio, carona ou moto (71,3%).

Sobre questões sociais

Para 67%, os Centros Espíritas deveriam estar mais engajados nas questões sociais relacionadas aos direitos humanos.

Quase metade (49,1%), entende que descriminalizar o uso de drogas poderia aumentar o número de dependentes químicos e delitos.

O fato de milhões de animais serem mortos diariamente para alimentar as pessoas, causa algum incômodo moral para 78,6% dos respondentes.

Acreditam que a compra e uso de armas deveria ter mais restrições (84,9%).

Consideram que a homofobia deveria ser criminalizada (68,8%) e pensam que a corrupção faz parte da cultura dos brasileiros e será difícil mudar (67,7%).

São de opinião que a pena de morte não seria uma solução para a redução de crimes violentos (89,2%), que a eutanásia não seria aconselhável para casos de doenças incuráveis ou terminais (77,2%) e não consideram uma boa decisão, a Argentina ter legalizado o aborto até a 14 semanas de gestação (76,7%).

Impactos da pandemia na vida dos espíritas

Para 51,6%, a pandemia pode ter afetado negativamente o seu estado emocional.

Quase 87% dos respondentes assistiram “lives” em 2020. A maioria até 20 “lives” em um ano (35,8%).

Ouvir audiolivros em 2020 foi experiência de 31,5%.

Costumam acompanhar publicações espíritas nas redes sociais 94,9%, costumam publicar nas redes sociais 57,2% e 81,3% não têm receio de publicar e receber críticas.

Para a maioria (63,5%), a pandemia não afetou sua doação em dinheiro ao Centro Espírita.

Durante o tempo que ficou afastado do Centro Espírita, sentiu mais falta do próprio trabalho voluntário (37,2%) e do contato com as pessoas (30,1%).

Durante a pandemia, o Centro Espírita que participa realizou “lives” com palestras ou entrevistas (21,8%), vídeos de palestras (17,3%) e cursos (16,8%).

Após a pandemia, 88,2% acreditam que as casas espíritas deveriam manter algumas atividades virtuais.

Após a pandemia, o número de frequentadores e trabalhadores das casas espíritas tenderá a aumentar para 61,2% e também a prática da caridade (70,9%).

Acreditam que as pessoas que desrespeitaram as recomendações para proteção contra o coronavírus, colocando em risco a vida de outros, foram motivadas pela descrença sobre os riscos do coronavírus (38,1%) e preocupação apenas com seus desejos e interesses (18,8%).

Forma de entender o espiritismo

Para 96,9%, Jesus não é Deus, mas um dos seus Espíritos Superiores ou Puros.

Responderam que a pessoa que orar com fé e tiver mérito conseguirá ajuda espiritual para afastar algum mal (79,9%).

Consideram correto o entendimento que segundo a Justiça Divina, todos os erros cometidos deverão ser pagos nesta ou em outra encarnação para 64,9%.

O espiritismo não é uma revelação no sentido teológico para 47,6% e o livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo” não é um tratado sobre teologia espírita para 60,9%.

A expressão “Evangelização Espírita” deveria ser substituída por “Educação Espírita“ para 55,6%.

O espiritismo é religião apenas no sentido filosófico para 43,3% e não salva as almas ou espíritos para 74,7%.

Quase 1/3 entendem que os "espíritas laicos" não seguem a Jesus para 31,8%.

Muitos (71,1%) concordaram que a admiração de muitos espíritas e até instituições, a alguns médiuns e Espíritos, possa estar mais próxima de uma devoção e idolatria.

Confiança doutrinária

Índice resultado da PNP 2021 sobre o grau de confiança doutrinária atribuído para:

  • Livros doutrinários de autores espíritas (93,1%).
  • Livros doutrinários de médiuns espíritas (88,8%).
  • Livros doutrinários da FEB, exceto de Kardec (84,1%).
  • Textos de espíritas famosos nas redes sociais (72,9%).
  • Romances espíritas (68,2%).

Recentes descobertas históricas

Sobre a possível adulteração da quarta edição de O Céu e o Inferno, 48,7% alegam não ter informações, 32,8% aguardam mais informações e análises, 3,1% são indiferentes, 13,4% estão tendentes pela hipótese de que ocorreram adulterações e 2,1% pela hipótese de que não ocorreram adulterações.

Sobre a possível alteração de textos de livros do Espírito Emmanuel editados pela FEB, 46,8% alegam não ter como avaliar essas informações, 34,6% aguardam mais informações e análises, 3,6% são indiferentes, 10,3% tendem pela hipótese de que ocorreram alterações e 4,7% tendem pela hipótese de que não ocorreram alterações.

O total de 67,1% dos inqueridos já ouviu falar que a moral espírita é autônoma, ao contrário da moral das religiões tradicionais que é heterônoma e, 81,1% dos respondentes expressaram sua intenção de fazer um curso à distância sobre o assunto.

Indicadores preocupantes

Aguardam ações do movimento espírita para correção de rumos.

É pequena, mínima e nenhuma, a participação atual dos jovens nas atividades do Centro Espírita que frequenta para 54,2% dos participantes da PNP 2021.

O espírita possui idade média de 52 anos e os novos iniciantes entram na Doutrina após a idade adulta (30 anos ou mais).

É baixa a participação de frequentadores e trabalhadores do gênero masculino (33,5%).

A participação feminina só e menor que a dos homens nos cargos de diretoria, conselheiro e vice-presidente (46,2%).

Embora exista a prática dos Centros Espíritas darem passes a todos os participantes das reuniões públicas, apenas 6,8% responderam sentir sua falta durante a pandemia.

Quase metade (42,3%) dos filhos dos espíritas não frequentam o Centro Espírita.

Espíritas frequentadores e trabalhadores que não doam dinheiro para o Centro Espírita são: 20,3%.

A religião da família dos respondentes era católica para 71,7% e Espírita para apenas: 12,8%.

O exercício da mediunidade foi considerado como atividade principal para 30,8% dos respondentes, maior que outras atividades importantes como Instrutor, coordenador, monitor de cursos obteve 11,2%. Isso sem contar àqueles que não consideraram a mediunidade como atividade principal, mas secundária.

Os espíritas parecem optar por soluções impostas para resolver problemas sociais, como na criminalização da homofobia que teve 64,9% de concordância.

Mais da metade (52,9%) não concordam que o espiritismo seja religião apenas no sentido filosófico.

Parte dos espíritas parecem não compreender conceitos básicos e 64,9% consideram que todos os erros cometidos deverão ser pagos nesta ou em outra encarnação. 

Uma parcela significativa dos espíritas que responderam a PNP 2021, acredita que pode influenciar a vida das pessoas: o destino marcado por Deus para a pessoa (47,8%), a posição dos astros no momento de nascimento (35,5%), os trabalhos feitos nas religiões afro-brasileiras (29,1%) e a numerologia do nome (18,9%).


CLIQUE AQUI para fazer o download do relatório completo da PNP 2021.


domingo, 24 de janeiro de 2021

Transforme a Biblioteca em Centro de Conhecimento

 


Qualquer saber deve ser compartilhado e enriquecido para aumentar sua utilidade.

A gestão do conhecimento passa a valorizar o saber individual e o coletivo como o capital intelectual das organizações. O avanço da tecnologia facilita a produção de conteúdo e proporciona uma interação jamais vista na história. Por isso, se torna oportuno proceder algumas mudanças no Centro Espírita para colher os benefícios que esse momento propicia.

As bibliotecas dos Centros Espíritas, por uma razão ou por outra, mais se assemelham a depósitos de livros usados. Reconhecendo a existência de exceções, elas costumam ser um lugar apagado, sem vida, para o qual não se faz nenhum esforço para evidenciar sua importância e torná-lo mais agradável, mais interessante, de modo a aumentar seus usuários, dar maior dinamismo às suas atividades e contribuir para resultados melhores.

Em decorrência dessa atitude, muitas bibliotecas estão subutilizadas, outras fechadas, e quem percorre os sebos que vendem livros usados verifica muitos volumes com o carimbo de uma biblioteca espírita extinta.

A biblioteca espírita cumpre ou deveria cumprir objetivos estratégicos de comunicação do conhecimento espírita para o público interno. Faz parte de uma série de ações e atividades voltadas a facilitar o acesso e a compreensão das ideias espíritas. Deve ser encarada como uma estrutura vital que viabiliza uma construção maior.

A gestão do saber oferece a grande oportunidade, dinâmica, bastante ampla e com resultados otimizados, de transformar a biblioteca em um Centro de Conhecimento, mais apropriado para as organizações que realmente desejam aprender, motivar a produção de conhecimento e facilitar o aprendizado.

Não se trata de mera retórica, ou simples mudança de rótulo. Trata-se de considerar cada participante da organização, qualquer que seja sua atuação, como uma fonte de saber individual e uma parcela significativa do saber coletivo, ajudando a formar sua história e sua cultura. Mais do que isso, trata-se de incentivar e criar motivações renovadas para a contribuição efetiva e periódica de todos os colaboradores que compõem sua força de trabalho.

O conhecimento compartilhado abrangeria o empírico, científico, filosófico e espiritualista. Também pode ser dividido em explícito, tácito e implícito:

Explícito: registrado em livros, textos e documentos.

Tácito: ligado à experiência, de difícil verbalização.

Implícito: adquirido inconscientemente, de forma intuitiva.

 No Centro de Conhecimento, os livros também estão lá, assim como mídias de dados, imagens, áudio e vídeo, jornais, boletins, revistas, relatórios, resumos de palestras, apresentações visuais, biografias, entrevistas, reportagens, pesquisas, artigos, poesias — tudo que contribui para a construção do saber.

Todos os participantes são convidados a contribuir: bibliografias, recortes de notícias, resenhas, estatísticas, sugestões, produções infantis e artísticas. Tudo é informação. Tudo é oportunidade de crescimento.

A Inteligência Artificial como ferramenta do Centro de Conhecimento

A inclusão da Inteligência Artificial (IA) representa um salto qualitativo no modo como o Centro de Conhecimento pode organizar, expandir e democratizar o acesso ao saber. Eis algumas aplicações concretas:

 Indexação e recuperação da informação

Ferramentas de IA podem:

  • Analisar e organizar automaticamente documentos e mídias;
  • Criar resumos e palavras-chave;
  • Propor conexões entre temas relacionados;
  •  Facilitar a localização de conteúdos por qualquer usuário.

Estímulo à leitura e estudo

Com sistemas inteligentes:

  • Leitores podem receber sugestões de leitura baseadas em seus interesses;
  • Grupos de estudo podem ser formados com base em afinidades temáticas;
  • Trechos de obras podem ser explicados ou comentados automaticamente por sistemas integrados.

Análise e compreensão textual

Softwares baseados em IA podem:

  • Traduzir obras para outros idiomas;
  • Explicar termos técnicos ou arcaicos;
  • Auxiliar na interpretação doutrinária, sempre com referências cruzadas às obras de Kardec.

Criação colaborativa de conteúdo com IA

  • Ajudar na redação de artigos, resumos, estudos e apresentações;
  • Sugerir estruturação de aulas e roteiros de palestras;
  • Identificar inconsistências ou contradições em textos, incentivando a revisão crítica e o aprendizado contínuo.

Curadoria e integridade doutrinária

Ao invés de censura, a IA pode ajudar a:

  • Sinalizar conteúdos que merecem atenção ou revisão;
  • Apoiar um comitê curador na orientação doutrinária;
  • Criar alertas que favoreçam o estudo comparativo e fundamentado.

 Integração virtual e acesso universal

Com o suporte digital e a IA, é possível manter uma sala virtual de leitura e estudo, com acervos acessíveis 24 horas por dia. Comentários, observações, dúvidas e contribuições podem ser registrados por qualquer participante, gerando um ambiente interativo e colaborativo, com histórico de conhecimento coletivo. 

Conclusão

O Centro de Conhecimento, com apoio da Inteligência Artificial, transforma a biblioteca tradicional em um ambiente vivo, criativo e colaborativo. Pessoas são valorizadas, talentos despertos e o compromisso com a Doutrina Espírita se fortalece por meio do estudo, do questionamento e da produção coletiva de conhecimento.

A tecnologia, quando bem aplicada, não substitui o humano, mas amplia sua capacidade de aprender, de ensinar e de contribuir para uma compreensão mais profunda do Espiritismo, em permanente evolução.

Todos podem — e devem — cooperar com a construção desse novo ambiente. O saber compartilhado é o verdadeiro progresso espiritual.


Ivan Franzolim

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Resultados da Pesquisa para Espíritas 2020



Sexta edição anual da pesquisa de amplitude nacional voltada para espíritas brasileiros.
Publicada em 06/04/2020 e encerrada em 31/05/2020.
Elaborada com 53 questões, divididas em cinco sessões.
Distribuída pelo formulário eletrônico do Google Forms, com ampla divulgação pelo WhatsApp e Facebook.
A pesquisa objetiva ser útil às instituições espíritas, seus dirigentes, estudiosos e pesquisadores, para o entendimento da maneira do espírita pensar, se comportar e se relacionar com as organizações que os abrigam.

Tenha acesso integral ao resultado de todas as perguntas, clicando na figura abaixo:


Pesquisa para Espíritas 2020

sábado, 10 de agosto de 2019

Resultados da Pesquisa para Espírita 2019



Divulgada nas redes sociais em 06/04/2019 e encerrada em 30/06/2019.

Seu objetivo é identificar as características, modo de pensar, de se comportar dos espíritas e o relacionamento com suas instituições.

É um material para ser lido, analisado e discutido.


Possui diversos dados apurados a partir de uma amostra de espíritas brasileiros. 
Podem servir como indicadores de situações semelhantes que estejam também acontecendo em cada Centro, localidade e região.

Uma vez identificadas semelhanças entre os resultados da pesquisa e a realidade de cada grupo ou instituição, esses indicadores serão úteis para auxiliar o gerenciamento e planejamento de ações preventivas, particularmente das comunicações de reforço e esclarecimento, e até de medidas corretivas de práticas e processos.

Envie suas dúvidas, críticas e sugestões pelo e-mail: franzolim@gmail.com



Clique no ícone a seguir para fazer o download do arquivo em formato pdf, com todos os dados da pesquisa:
Download Pesquisa 2019
Clique Aqui




quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Resultados da Pesquisa para Espíritas 2018


Quarta edição anual da pesquisa nacional para espíritas
Aplicada de 01/05/2018 até 30/06/2018.
3.926 respostas de 27 estados e 735 cidades.
54 questões para espírita, frequentador, trabalhador e dirigente.

Os resultados integrais estão disponíveis no arquivo pdf abaixo.
Esta pesquisa objetiva proporcionar elementos que auxiliem a gestão das casas espíritas e a gestão da comunicação do conhecimento espírita.
Deve ser aproveitada por todos os espíritas, especialmente os trabalhadores e dirigentes.
Sugestão: forme um grupo na sua casa espírita para estudar como esta pesquisa poderá ser útil.

Clique aqui e faça bom proveito:


Envie suas considerações, críticas e sugestões.

Conheça também os diferentes grupos de espíritas identificados nos respondentes, com a aplicação da técnica de Análise de Clusters:

Análise de Clusters 2018

sábado, 21 de maio de 2016

Nova Pesquisa Nacional para Espíritas – 2ª. Edição 2016


Após a experiência bem-sucedida da pesquisa do ano passado, graças à colaboração de espíritas de todo o Brasil, estou lançando a edição de 2016, agora com novas questões para ajudar a identificar o entendimento dos espíritas sobre temas relativos ao conhecimento espírita.

Como da outra vez, os resultados serão publicados integralmente neste blog atendendo ao objetivo de a pesquisa ajudar as ações comunicativas das instituições espíritas e abrir caminho para futuras pesquisas mais estruturadas cientificamente.

O prazo para preenchimento é até 30 de junho de 2016, depois dessa data os resultados serão publicados.

A pesquisa é independente e não identifica quem responde. Para preenche-la basta clicar no link abaixo que irá abrir um formulário eletrônico do Google.

Desde já agradeço a colaboração de todos os espíritas para levar ao movimento espírita e acadêmico informações inéditas sobre a forma de pensar e atuar dos espíritas.


Permaneço à disposição para outras informações e esclarecimentos.