domingo, 27 de agosto de 2023

Resultados da Pesquisa para Jovens 2023

 Estudo de religiosidade nos jovens com e sem religião do Brasil

 


Lançado no dia 08/03/2023 e encerrado em 30/06/2023

A pesquisa teve a finalidade de buscar dados para entender o afastamento dos jovens nos Centros Espíritas, saber as variáveis de influência e se este fenômeno ocorre também em outras crenças.

A pesquisa obteve respostas de 683 jovens de 11 religiões ou crenças, além de ateus, agnósticos e sem religião de 25 estados e 196 cidades do Brasil. Número inferior ao esperado.

Depois de consistida, foram retiradas as respostas de pessoas acima de 29 anos, resultando nos dados de 306 jovens espíritas e 188 de outras crenças. Apenas para comparar as respostas dos jovens espíritas, foram separados os dados respondidos por pessoas acima de 29 anos que totalizou 140.

Confira todos os resultados e analise as manifestações espontâneas dos jovens na parte final do relatório.

Apresente este relatório na sua instituição espírita e avalie conjuntamente para aferir a representatividade dos indicadores na sua região e definir as ações necessárias para atrair e manter os jovens que são o futuro do movimento espírita no Brasil.

 

Baixe o relatório de todos os resultados em pdf, contendo 45 páginas, incluindo as observações, críticas e sugestões dos respondentes. Acesso pelo Google Drive - Documentos

 

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terça-feira, 30 de maio de 2023

Resultados da PNP 2023 - Pesquisa Nacional para Espíritas – 9º. Edição


Encerrada no dia 1º. de maio, a PNP 2023 contou com a participação de 9.166 espíritas residentes em 909 cidades de todos os estados do Brasil.

É uma pesquisa independente que contou com o apoio de divulgação da FEB, FEEES, FEESP, FEEGO, USE e ABRADE – Associação Brasileira de Divulgadores Espíritas.

Seu objetivo é oferecer dados e indicadores para auxiliar as ações de comunicação e de gestão das instituições espíritas e servir de subsídios para a reflexão dos espíritas com relação ao desenvolvimento de seu próprio potencial como espírita e das possibilidades de melhoria das atividades dos Centros Espíritas.

Esses resultados devem ser baixados pelos espíritas para análise, preferencialmente conjunta na casa que participam, para validar a pertinência dos indicadores e tendências apontadas para sua realidade, de modo a subsidiar novas decisões que necessitem de ações para esclarecimento, correção e mitigação dos pontos identificados, bem como de reforçar os aspectos positivos existentes.

A primeira parte do relatório contém os resultados das 50 perguntas feitas nesta edição de 2023. Important ver nos eu final a página com o título Comentários Finais, pois ela resume os pontos de alerta e atenção para o movimento espírita. A segunda parte é constituída pelos depoimentos espontâneos dos espíritas que responderam à pesquisa. Verdadeira essência da pesquisa. Relatos da vivência dos espíritas, seus anseios, expectativas, constatações, temores e motivos de muita satisfação. A terceira parte é um anexo identificando subgrupos distintos de espíritas, por meio da técnica estatística denominada "Análise de Clusters". Vale a pena verificar em que grupo o leitor se enquadraria.

Boa análise para todos com os votos de que essa pesquisa seja útil e traga bons resultados a todos os espíritas, todas as instituições e ao próprio desenvolvimento da Doutrina.!

 

Baixe o relatório de todos os resultados em pdf, contendo 120 páginas, incluindo as observações, críticas e sugestões dos respondentes. Acesso pelo Google Drive - Documentos.

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terça-feira, 21 de março de 2023

Passou da hora de agir!

 

Devemos saber priorizar e dar foco ao que se apresenta mais urgente.


Há anos o Movimento Espírita (ME), vêm apresentando mudanças e indicadores referentes aos espíritas e suas instituições. Os sinais revelam uma situação grave que deveria ser alvo, no mínimo de discussões a procura de soluções.

A idade média dos espíritas vem aumentando desde os três últimos Censos e nas oito edições da PNP 2023 – Pesquisa para Espíritas. Atualmente está em 53 anos!

Há falta de frequentadores, trabalhadores palestrantes e instrutores nas casas espíritas. Há falta de recursos financeiros para a manutenção. Há falta de jovens na maioria das casas espíritas. A PNP mostra que a participação deles é mínima e está reduzindo.

A renovação dos espíritas não consegue superar as perdas, principalmente por idade. O Censo 2010 registrou que o espiritismo foi a religião que mais cresceu, atingindo 2% da população brasileira. O Censo de 2023 provavelmente irá mostrar uma redução, ou, no máximo a manutenção dos 2%.

Consulta na Receita Federal por CNPs espíritas, mostram grande desaceleração na criação de novas instituições e grande aumento de centros baixados e cancelados. Atualmente devemos ter 10 mil instituições, mas já tivemos mais de 15 mil.

A gravidade não está propriamente na perda de espíritas e possibilidade de desvirtuamento da doutrina. Está no compromisso de oferecer seu conhecimento à sociedade, apresentado um caminho alternativo de desenvolvimento moral.

Lives nas redes sociais não conseguem mais de 20 pessoas assistindo, a não ser com a presença de algumas celebridades espíritas. Lives com assuntos relevantes são desprezadas e os poucos participantes nada perguntam ou contribuem e, provavelmente nem compartilham.

Cerca de 20% dos grupos espíritas no Facebook não recebem postagens há mais de ano. Há muitos grupos que não permitem postar, apenas o receber suas publicações. Os espíritas não comentam as postagens e, quando o fazem – ou é para responderem como beatos ou com agressividade.

O modelo de gestão das casas é antiquado e pouco atraente para novas lideranças. Quase não há preparação de novos dirigentes. O planejamento é muito superficial, atendo-se a eventos comuns, datas e responsáveis.

Todas as religiões estão com dificuldades de atrair jovens. Somente algumas linhas evangélicas estão conseguindo, utilizando como chamariz o convívio com outros jovens e a integração pela arte, música, teatro.

Até aí, muitas casas espíritas fazem semelhante com mais ou menos êxito. Contudo, eles oferecem também o imediatismo nas soluções desejadas com o menor esforço e o temor de desagradar a Deus. Talvez estejam aí os fatores determinantes de um público que não podemos atingir, por enquanto.

Quem são os espíritas que frequentam os centros? Boa parte não deve ser constituída por espíritas, mas pessoas interessadas em algum benefício. Quantas delas estamos conseguindo reter? Provavelmente quase nenhuma.

Angeli Torteroli (1849-1928) além de defensor implacável do estudo e da prática da doutrina espírita livre dos misticismos e sincretismos, foi incansável divulgador do espiritismo fora do movimento espírita. Dizia que as ideias e o conhecimento espírita devem ser constantemente oferecidos para o público externo, o que quase não é feito na atualidade.

Precisamos entender que os espíritas do movimento atual foram atraídos décadas atrás por modelos e apelos que não mais motivam pessoas com potencial para serem bons espíritas. Continuar nesse caminho está se demonstrando equivocado, com sérios riscos para a perpetuação da doutrina no Brasil.

O outro lado dessa difícil questão é que não deveríamos atirar a rede a esmo, mas direcionar nossos raciocínios e argumentos para despertar interesse nas pessoas com melhor potencial para vivenciarem corretamente o espiritismo.

Destacou Kardec: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para dominar suas más inclinações”. Isso se consegue estudando e absorvendo o conhecimento espírita o que resultará no aperfeiçoamento moral, finalidade maior.

De forma geral, as palestras são muito superficiais e repetitivas. Os cursos espíritas remotos, presenciais ou híbridos, não mostram as diferentes linhas de pensamento, não estimulam os aprendizes a pesquisarem e raciocinarem, comparando e questionando as ideias apresentadas. Quase não há trabalhos individuais e em grupo, discussão de temas e nem mesmo uma avaliação do aprendizado. Completamente muito distantes dos modelos acadêmicos e dos cursos privados.

São diversas as variáveis e seus níveis de influência que devem ser analisadas visando tornar as casas espíritas mais atrativas e aumentar o fluxo dos frequentadores. Na dificuldade de precisá-las, a recomendação mais sensata será tratar todas elas.

O comportamento e as expressões religiosas em demasia, certamente estão entre elas. Foi essa feição que nos foi apresentada pelos pioneiros da doutrina no Brasil e, foi assim que aprendemos a ser espíritas. Contudo, os indicadores demostram que este modelo não funciona mais para a totalidade das pessoas.

Naturalmente, não é adequado trocar um modelo por outro. Temos de atender o público afeito à ciência, à filosofia e à religião, mantendo coesos os princípios doutrinários e seus conceitos básicos.

Temos atualmente esses três modelos, dominados, cerca de 90% pelos centros religiosos. As outras expressões são muito reduzidas e pesquisa realizada constatou que a maioria dos espíritas não tem conhecimento da sua existência. Aqueles poucos que tiveram informações, foram negativas, contribuindo para a recusa de posições diferentes. Falta convivência mais harmônica, baseada nos pontos comuns e melhor divulgação dos caminhos filosóficos e científicos.

Trabalhadores, dirigentes, expositores, instrutores, divulgadores e todas as instituições espíritas devem dar prioridade a mudar este cenário e a construir outro mais promissor. Criem grupos, marquem reuniões, busquem causas e possíveis soluções.

sexta-feira, 6 de maio de 2022

Resultados da Pesquisa Nacional para Espíritas 2022


A Pesquisa Nacional para Espíritas – PNP 2022 foi publicada dia 15 de fevereiro e encerrada no dia 30 de abril.

Foram 51 questões respondidas por 4.189 espíritas de todos os estados e de 653 cidades.

Seus resultados devem ser analisados pelos espíritas e instituições, no sentido de serem confirmados os indicadores e tendências, para subsidiarem ações eficazes no planejamento de atividades.

Perfil do espírita brasileiro se mantém

Maior participação feminina (66,7%), idade acima de 40 anos (84%), casado ou união estável (60,8%), curso superior ou acima (78,7%), aposentado ou servidor público (48,5%), trabalhador ou dirigente voluntário (74,6%), se considera espírita há mais de dez anos (78%), faz regularmente a reunião do evangelho no lar (69,4%), costuma consultar os livros da Codificação para estudo ou leitura diariamente ou semanalmente (74,1%).

Consulte o arquivo pdf com todos os resultados. Incluídos uma amostra dos comentários, críticas e sugestões recebidas dos espíritas e que constituem material relevante para análise.

 

CLIQUE AQUI para baixar o arquivo com os resultados da PNP 2022.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

O Nascimento e a Idade de Jesus

 


Em que ano estamos? Na contagem que usamos a partir do nascimento de Jesus, o ano corrente seria 4 a 6 anos à frente! Saiba mais a respeito.

Aprendemos tradicionalmente que Jesus nasceu em 25 de dezembro do ano denominado ano 1, que viveu trinta e três anos, morrendo, portanto, no ano 33. O estudo das pesquisas históricas e das informações do plano espiritual, nos revelam um pouco mais sobre a idade de Jesus. Dados como esses enunciados no início do parágrafo são, atualmente, categoricamente rejeitados.

Como começou a ser calculada a era cristã

Até quinhentos anos após a morte de Jesus, a contagem dos anos era feita a partir do ano da fundação de Roma.

Atribuí-se ao Monge Dionísio - o Pequeno, a contagem atual dos anos, partindo-se da suposta data do nascimento de Jesus. Monge Dionísio viveu em Roma entre os anos 500 e 545, traduzindo do grego para o latim diversas obras eclesiásticas.

Ao elaborar uma tabela com a data da Páscoa numa série de anos, ele usou pela primeira vez a expressão "era cristã", designando os anos subsequentes ao ano de 753 da fundação de Roma.

Sabe-se atualmente que ele errou, tanto ao esquecer de colocar o ano zero intermediando os dois períodos, como ao fixar o nascimento de Jesus no ano 753. Consequentemente, está errado contar como ano 1 do período cristão, o ano de 754. Os historiadores concordam com essa análise, porém, divergem quanto ao ano exato de nascimento, estabelecendo um período plausível de até seis anos antes de 753.


Anos da 

fundação de Roma:    748  749  750  751  752  753  754  755  756  757  758

Anos da era cristã:       -6     -5    -4     -3     -2     -1     1      2      3      4      5


O ano que nasceu Jesus

- a contradição dos evangelhos

Ao se estudar os evangelhos, fica patente que os evangelistas não tiveram nenhuma preocupação de elaborar um documento de registro histórico e geográfico. A finalidade única era de exaltação e apresentação da mensagem (Boa Nova), para transformação de toda a humanidade.

Há, portanto, um conflito entre os dados históricos do Evangelho segundo Mateus e do Evangelho segundo Lucas. Os outros Evangelhos não se referem ao nascimento de Jesus.


   Mateus 2:1 Tendo nascido Jesus em Belém da Judeia nos dias do Rei Herodes.

   Lucas   2:1 Naqueles dias saiu um decreto de César Augusto ordenando um recenseamento de toda a terra. Este foi o primeiro recenseamento no governo de Quirino na Síria.

Herodes, denominado o Grande e como Rei dos Judeus, nasceu em 73 a.C. e morreu em 4 a.C. (ano 750 da fundação de Roma).

Públio Sulpício Quirino foi governador da Síria entre os anos 6 e 12 d.C. Esse fato dificulta a conciliação dos dados históricos. Alguns historiadores acreditam que Quirino pudesse ter sido governador da Síria de 11 a 9 a.C., ou que tivesse um cargo de autoridade semelhante nesse período, quando teria iniciado o recenseamento, finalizado pelo governador Gaio Sêncio Saturnino, que governou a Síria entre 9 a 6 a.C.

Para se conciliar as datas, tería-se que estabelecer o ano 6 a.C. ou anos próximos (747, 748 ou 749), o qual Herodes reinava e Saturnino finalizava o recenseamento e o último ano de seu governo. Ocorre, entretanto, que não há registro histórico de um recenseamento nesta época, embora fosse um evento importante, que não deixaria de ser citado em algumas das fontes históricas.


segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Resultados da Pesquisa Lives e Vídeos Espíritas 2021

 


Pesquisa inédita, com período de coleta no mês de outubro de 2021, obtendo 1034 respostas de 26 estados e 283 cidades.

Seu objetivo é conhecer melhor a experiência de utilização dos meios de comunicação Lives e Vídeos durante a pandemia, para poder aperfeiçoar o seu uso.

Os participantes fizeram comentários relevantes que vão além dos resultados estatísticos tabulados e merecem apreciação.

Muitos aspectos positivos foram registrados e muitos outros apresentaram oportunidade de melhorias.

Gratidão a todos que puderam colaborar com esta pesquisa.

 

Clique no título do documento em pdf para baixar a pesquisa (1.823 KB):

 

Pesquisa Lives e Vídeos Espíritas 2021

domingo, 18 de julho de 2021

Quantos são os Espíritas no Brasil e no Mundo?

Somos menos que pensamos!

Uma pessoa espírita costuma ter relacionamentos também espíritas, frequenta um Centro Espírita, participa de eventos presenciais e online com muitos outros espíritas de todo o Brasil e do mundo! Recebe mensagens, assiste filmes, vê vídeos, sites, portais, lê livros, jornais, revistas, blogs, etc.

Segundo a pesquisa Mercado Editorial Espírita 2017, o movimento espírita tinha, neste ano, 8.407 títulos de livros escritos por 1.691 autores, em mais de vinte gêneros e produzidos por 181 editoras espíritas.

Tudo isso dá a impressão de que os espíritas são muitos, mas, a realidade mostra um grupo atuante, embora ainda pequeno.

Este estudo procura se fundamentar em fatos e se aproxima bastante da realidade, indicando que há inúmeras oportunidades para oferecer o conhecimento espírita a muitas pessoas e, assim, ajudar, não só a manter viva a doutrina, mas favorecer o seu crescimento e desenvolvimento.

Não é tarefa das federativas, das instituições espíritas, mas de todos os espíritas. 

Os espíritas brasileiros

Segundo o Censo 2010, pesquisa elaborada com critérios científicos, os espíritas brasileiros são 2% de uma população, estimada em junho de 2021 pelo IBGE[i] em 213.200.000. Este percentual representa, nesta data, 4.264.000 de espíritas.

Em 1991, os espíritas eram 1,12% e no Censo 2000 passamos para 1,38%.

Os evangélicos alcançaram 22,2%, os católicos caíram para 64,6% e aqueles que se declararam sem religião totalizaram 8,0% dos brasileiros. Todas as outras religiões estão nos 3,2% restantes, incluindo as respostas “não sabe/não declarou”.

A idade média do espírita foi de 37 anos no Censo 2010 e está atingindo 50 anos na PNP – Pesquisa Nacional para Espíritas 2021. A presença de jovens nas casas espíritas tem fortes indícios de estar em baixa há, pelo menos uma década. Boa parte dos novos espíritas possuem mais de 40 anos.

Entrando menos pessoas jovens, o ciclo perde alimentação e o movimento pode baixar gradativamente o número de espíritas. Fator preocupante. Será necessário realizar ações e campanhas de comunicação por todo o Brasil, além da atuação em pontos específicos que, certamente, poderão colaborar com essa evasão.

Pontos como uma gestão mais moderna das instituições, descentralizando decisões, oferecendo aos jovens a oportunidade do serviço com responsabilidade e também com a autoridade equivalente. Manter a casa sempre aberta ao diálogo, criando canais facilitadores com seus trabalhadores e frequentadores. Oferecer espaço para a análise doutrinária das questões sociais atuais e rever eventual posicionamento excessivamente religioso no padrão das religiões tradicionais, uma vez que a doutrina é religião apenas do ponto de vista da filosofia. Criar a mentalidade da autonomia moral espírita, que privilegia a liberdade e o aprendizado, longe das ideias de recompensa e punição.

Distribuição da população por sexo e faixas de idade 2010


Somos, no total, apenas 2% da população, mas 21 estados estão com índice menor, sendo 13 com menos de 1%. Maranhão é o estado com menos espíritas, com percentual de 0,19%.

Em relação ao Censo anterior de 2000, temos quatro quedas nos estados de Goiás (-12,43%), Mato Grosso (-5,76%), Pará (-17,13%) e Amazonas (-7,65%).

Rio de Janeiro é o estado com mais espíritas (4,05%), seguido do Distrito Federal (3,5%), São Paulo (3,29%) e Rio Grande do Sul (3,21%).

Quadro Espíritas por Estado - Evolução


Ficamos na expectativa do resultado do Censo 2022, que deveria ter sido feito em 2020! Será que os espíritas aumentarão, permanecerão no mesmo patamar, ou diminuirão?


A questão dos simpatizantes do espiritismo no Brasil

Talvez para compensar a pequena participação dos espíritas no Brasil (2% no Censo 2021), as estimativas sobre o número de simpatizantes do espiritismo atingem cifras elevadas de 20 e até 30 milhões.

Devem ser considerados como simpatizantes, não apenas aqueles que frequentam esporadicamente as casas espíritas, mas, sobretudo, aqueles que demonstram interesse com alguns princípios e conceitos espíritas, leem livros e participam de redes sociais espíritas.

É verdade que a mídia aprecia bastante temas espiritualistas também adotados pela doutrina, como reencarnação, comunicação com os espíritos e outros vinculados pela sociedade ao espiritismo, mas que na compreensão Kardequiana apresenta entendimentos muitas vezes bastante diferentes, como punição, castigo, causa e efeito, trevas, umbral, cidades espirituais, passe, etc.

Pesquisas comprovam a simpatia por parte do povo brasileiro à essas temáticas, mesmo que suas religiões possam não concordar.

Temos de considerar, contudo, que parte significativa desses simpatizantes, procuram as casas espíritas, mais pela possibilidade de receber uma ajuda, do que pelo interesse em sua filosofia ou de melhor compreensão de alguma questão existencial.

Uma estimativa mais realista situaria os simpatizantes entre aqueles que realmente começam a cogitar a decisão de se tornarem espíritas. Dificilmente seriam mais que 1% da população, ou 50% do número atual de espíritas. O que já pode ser considerado uma estimativa otimista.


Centros Espíritas no Brasil


Foto: Jornal Mundo Espírita

São otimistas as estimativas na internet, variando entre 15 e 20 mil Centros Espíritas no país.

Dados mais realistas, contudo, apontam para um montante menor e uma situação até preocupante.

Segundo Pesquisa Instituições Espíritas no Brasil, de 2020, baseada na base de CNPJ e código de atividade (CNAE), a quantidade de instituições espíritas é 11.916. Esse número considera todo o tipo de organização espírita, como fundação, associação, abrigo, creche, orfanato, hospital e apenas os CNPJs ativos.

Como esse levantamento foi feito antes da pandemia, é provável que o número de Centros Espíritas seja menor, pois, muitos acabaram fechando ou paralisando suas atividades.

Foram encontradas 2.592 casas espíritas que não existem mais, registradas como “baixadas”, a maioria entre 1990 e 2020, o que representa uma média de 86 instituições extintas por ano.

Por outro lado, é muito baixa a participação nos 5.568 municípios brasileiros, apenas 41%, sendo que 3.287 cidades (59%) não possuem registro da presença de nenhuma instituição espírita.

Existem quase ¾ de casas espíritas nas capitais e ¼ nas cidades do interior.

Quadro Centros Espíritas por Estado – Capital e Interior

Legenda: o Distrito Federal é a menor unidade federativa brasileira e a única que não tem municípios.

Acre, Amapá e Roraima são estados com menor número de Centros Espíritas.


Centros Espíritas no Mundo



Este estudo foi feito a partir do levantamento de Elsa Rossi (2013) revisado no Congresso em Santa Cruz de La Sierra em 2019, e atualizado agora através de consultas à espíritas e entidades representativas dos países, pela internet e e-mail[i].

A atualização dos dados foi marcada pela dificuldade da obtenção dos números atuais de Centros Espíritas em cada país e conseguir desconsiderar instituições que praticam um Espiritismo claramente desvirtuado em alguns de seus princípios e com forte sincretismo com outras doutrinas e seitas locais, como podemos destacar em Cuba, Porto Rico e Venezuela.

Países da Europa, Estados Unidos e Canadá possuem a maioria das instituições espíritas mantidas e frequentadas por brasileiros residentes. Quase todas tiveram de adaptar o modelo brasileiro à cultura local, atenuando tanto quanto possível, a ênfase no Religiosismo tradicional, para conseguir alguma adesão dos nativos.

Após mais de 160 anos de existência do espiritismo, identificamos apenas 740 instituições espíritas em 55 países. O levantamento, em sua origem, apresentava número superestimado, com mais de 1800 Centros Espíritas no exterior.

A mídia encontra sempre projeções superestimadas para publicar, chegando a estimar em 13 milhões o número de espíritas no mundo[ii], dado que não encontramos fundamento.

Os 740 centros estão divididos em 55 países (excetuando o Brasil), sendo três de língua portuguesa com 10,7% dos Centros Espíritas, 15 de língua espanhola representando 44,1% dos Centros.

Em geral, são constituídos por 10 a 20 voluntários e o dobro de frequentadores. Com esses números multiplicados pela quantidade de Centros Espíritas levantados, encontramos o máximo de 44.400 espíritas que trabalham ou frequentam a instituição. Acrescentando 20% de espíritas que não estariam vinculados a nenhuma instituição, o número total de espíritas no exterior não ultrapassaria 55.000. Se quisermos contar apenas os nativos, esse número ficaria menor que 20 mil.

Kardec registrou na Revista Espírita de Janeiro de 1869, no item Proporção relativa dos espíritas: “Pode se estimar o número de espíritas do mundo inteiro em seis a sete milhões.” Isso significa que a quantidade de espíritas no planeta diminuiu após Kardec.

 Quadro Resumo de Centros por Continente

Legenda: Part. 1 = Percentuais países por continente;
Part. 2 = Percentual de Centros por continente.


Tabela dos Países com Centro Espírita


Artigo originalmente publicado em: https://abrade.com.br/quantos-sao-os-espiritas-no-brasil-e-no-mundo/


[i] Colaboraram com esse estudo diversas pessoas, destacadamente Chales Kempf, Jon Aizpurua, Eduardo Miyashiro, Júlia Nezu, Elsa Rossi e ADE-Japão.

[ii] https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47751865

[i] https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/index.html


quarta-feira, 21 de abril de 2021

Sumário da Pesquisa Nacional para Espíritas – PNP 2021


Sinopse

Resumo dos resultados da sétima edição da Pesquisa Nacional para Espíritas – PNP 2021, publicada no início de fevereiro e encerrada no final de março. Elaborada com 52 questões, divididas em cinco sessões e distribuída por link do formulário eletrônico do Google, em postagens no Facebook e WhatsApp. Recebeu 3.525 respostas de 27 estados e 529 cidades do Brasil. No final desta página você poderá fazer o download do relatório completo.

Perfil do espírita

Segundo os dados da PNP nesta edição, o espírita brasileiro pode ser descrito como do gênero feminino (66,4%), 52 anos, com curso superior ou acima (80%), ganha 4 salários mínimos ou acima (48,4%), aposentado (26,1%) ou servidor público (18,5%), religião da família era católica (71,7%), possui filhos (72,7%), se considera espírita há 15 anos ou mais (64,8%), voluntário (72,7%) do Centro Espírita há mais de dez anos (58%) e vai ao Centro Espírita de automóvel próprio, carona ou moto (71,3%).

Sobre questões sociais

Para 67%, os Centros Espíritas deveriam estar mais engajados nas questões sociais relacionadas aos direitos humanos.

Quase metade (49,1%), entende que descriminalizar o uso de drogas poderia aumentar o número de dependentes químicos e delitos.

O fato de milhões de animais serem mortos diariamente para alimentar as pessoas, causa algum incômodo moral para 78,6% dos respondentes.

Acreditam que a compra e uso de armas deveria ter mais restrições (84,9%).

Consideram que a homofobia deveria ser criminalizada (68,8%) e pensam que a corrupção faz parte da cultura dos brasileiros e será difícil mudar (67,7%).

São de opinião que a pena de morte não seria uma solução para a redução de crimes violentos (89,2%), que a eutanásia não seria aconselhável para casos de doenças incuráveis ou terminais (77,2%) e não consideram uma boa decisão, a Argentina ter legalizado o aborto até a 14 semanas de gestação (76,7%).

Impactos da pandemia na vida dos espíritas

Para 51,6%, a pandemia pode ter afetado negativamente o seu estado emocional.

Quase 87% dos respondentes assistiram “lives” em 2020. A maioria até 20 “lives” em um ano (35,8%).

Ouvir audiolivros em 2020 foi experiência de 31,5%.

Costumam acompanhar publicações espíritas nas redes sociais 94,9%, costumam publicar nas redes sociais 57,2% e 81,3% não têm receio de publicar e receber críticas.

Para a maioria (63,5%), a pandemia não afetou sua doação em dinheiro ao Centro Espírita.

Durante o tempo que ficou afastado do Centro Espírita, sentiu mais falta do próprio trabalho voluntário (37,2%) e do contato com as pessoas (30,1%).

Durante a pandemia, o Centro Espírita que participa realizou “lives” com palestras ou entrevistas (21,8%), vídeos de palestras (17,3%) e cursos (16,8%).

Após a pandemia, 88,2% acreditam que as casas espíritas deveriam manter algumas atividades virtuais.

Após a pandemia, o número de frequentadores e trabalhadores das casas espíritas tenderá a aumentar para 61,2% e também a prática da caridade (70,9%).

Acreditam que as pessoas que desrespeitaram as recomendações para proteção contra o coronavírus, colocando em risco a vida de outros, foram motivadas pela descrença sobre os riscos do coronavírus (38,1%) e preocupação apenas com seus desejos e interesses (18,8%).

Forma de entender o espiritismo

Para 96,9%, Jesus não é Deus, mas um dos seus Espíritos Superiores ou Puros.

Responderam que a pessoa que orar com fé e tiver mérito conseguirá ajuda espiritual para afastar algum mal (79,9%).

Consideram correto o entendimento que segundo a Justiça Divina, todos os erros cometidos deverão ser pagos nesta ou em outra encarnação para 64,9%.

O espiritismo não é uma revelação no sentido teológico para 47,6% e o livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo” não é um tratado sobre teologia espírita para 60,9%.

A expressão “Evangelização Espírita” deveria ser substituída por “Educação Espírita“ para 55,6%.

O espiritismo é religião apenas no sentido filosófico para 43,3% e não salva as almas ou espíritos para 74,7%.

Quase 1/3 entendem que os "espíritas laicos" não seguem a Jesus para 31,8%.

Muitos (71,1%) concordaram que a admiração de muitos espíritas e até instituições, a alguns médiuns e Espíritos, possa estar mais próxima de uma devoção e idolatria.

Confiança doutrinária

Índice resultado da PNP 2021 sobre o grau de confiança doutrinária atribuído para:

  • Livros doutrinários de autores espíritas (93,1%).
  • Livros doutrinários de médiuns espíritas (88,8%).
  • Livros doutrinários da FEB, exceto de Kardec (84,1%).
  • Textos de espíritas famosos nas redes sociais (72,9%).
  • Romances espíritas (68,2%).

Recentes descobertas históricas

Sobre a possível adulteração da quarta edição de O Céu e o Inferno, 48,7% alegam não ter informações, 32,8% aguardam mais informações e análises, 3,1% são indiferentes, 13,4% estão tendentes pela hipótese de que ocorreram adulterações e 2,1% pela hipótese de que não ocorreram adulterações.

Sobre a possível alteração de textos de livros do Espírito Emmanuel editados pela FEB, 46,8% alegam não ter como avaliar essas informações, 34,6% aguardam mais informações e análises, 3,6% são indiferentes, 10,3% tendem pela hipótese de que ocorreram alterações e 4,7% tendem pela hipótese de que não ocorreram alterações.

O total de 67,1% dos inqueridos já ouviu falar que a moral espírita é autônoma, ao contrário da moral das religiões tradicionais que é heterônoma e, 81,1% dos respondentes expressaram sua intenção de fazer um curso à distância sobre o assunto.

Indicadores preocupantes

Aguardam ações do movimento espírita para correção de rumos.

É pequena, mínima e nenhuma, a participação atual dos jovens nas atividades do Centro Espírita que frequenta para 54,2% dos participantes da PNP 2021.

O espírita possui idade média de 52 anos e os novos iniciantes entram na Doutrina após a idade adulta (30 anos ou mais).

É baixa a participação de frequentadores e trabalhadores do gênero masculino (33,5%).

A participação feminina só e menor que a dos homens nos cargos de diretoria, conselheiro e vice-presidente (46,2%).

Embora exista a prática dos Centros Espíritas darem passes a todos os participantes das reuniões públicas, apenas 6,8% responderam sentir sua falta durante a pandemia.

Quase metade (42,3%) dos filhos dos espíritas não frequentam o Centro Espírita.

Espíritas frequentadores e trabalhadores que não doam dinheiro para o Centro Espírita são: 20,3%.

A religião da família dos respondentes era católica para 71,7% e Espírita para apenas: 12,8%.

O exercício da mediunidade foi considerado como atividade principal para 30,8% dos respondentes, maior que outras atividades importantes como Instrutor, coordenador, monitor de cursos obteve 11,2%. Isso sem contar àqueles que não consideraram a mediunidade como atividade principal, mas secundária.

Os espíritas parecem optar por soluções impostas para resolver problemas sociais, como na criminalização da homofobia que teve 64,9% de concordância.

Mais da metade (52,9%) não concordam que o espiritismo seja religião apenas no sentido filosófico.

Parte dos espíritas parecem não compreender conceitos básicos e 64,9% consideram que todos os erros cometidos deverão ser pagos nesta ou em outra encarnação. 

Uma parcela significativa dos espíritas que responderam a PNP 2021, acredita que pode influenciar a vida das pessoas: o destino marcado por Deus para a pessoa (47,8%), a posição dos astros no momento de nascimento (35,5%), os trabalhos feitos nas religiões afro-brasileiras (29,1%) e a numerologia do nome (18,9%).


CLIQUE AQUI para fazer o download do relatório completo da PNP 2021.


domingo, 24 de janeiro de 2021

Transforme a Biblioteca em Centro de Conhecimento

 


Qualquer saber deve ser compartilhado e enriquecido para aumentar sua utilidade.

A gestão do conhecimento passa a valorizar o saber individual e o coletivo como o capital intelectual das organizações. O avanço da tecnologia facilita a produção de conteúdo e proporciona uma interação jamais vista na história. Por isso, se torna oportuno proceder algumas mudanças no Centro Espírita para colher os benefícios que esse momento propicia.

As bibliotecas dos Centros Espíritas, por uma razão ou por outra, mais se assemelham a depósitos de livros usados. Reconhecendo a existência de exceções, elas costumam ser um lugar apagado, sem vida, para o qual não se faz nenhum esforço para evidenciar sua importância e torná-lo mais agradável, mais interessante, de modo a aumentar seus usuários, dar maior dinamismo às suas atividades e contribuir para resultados melhores.

Em decorrência dessa atitude, muitas bibliotecas estão subutilizadas, outras fechadas, e quem percorre os sebos que vendem livros usados verifica muitos volumes com o carimbo de uma biblioteca espírita extinta.

A biblioteca espírita cumpre ou deveria cumprir objetivos estratégicos de comunicação do conhecimento espírita para o público interno. Faz parte de uma série de ações e atividades voltadas a facilitar o acesso e a compreensão das ideias espíritas. Deve ser encarada como uma estrutura vital que viabiliza uma construção maior.

A gestão do saber oferece a grande oportunidade, dinâmica, bastante ampla e com resultados otimizados, de transformar a biblioteca em um Centro de Conhecimento, mais apropriado para as organizações que realmente desejam aprender, motivar a produção de conhecimento e facilitar o aprendizado.

Não se trata de mera retórica, ou simples mudança de rótulo. Trata-se de considerar cada participante da organização, qualquer que seja sua atuação, como uma fonte de saber individual e uma parcela significativa do saber coletivo, ajudando a formar sua história e sua cultura. Mais do que isso, trata-se de incentivar e criar motivações renovadas para a contribuição efetiva e periódica de todos os colaboradores que compõem sua força de trabalho.

O conhecimento compartilhado abrangeria o empírico, científico, filosófico e espiritualista. Também pode ser dividido em explícito, tácito e implícito:

Explícito: registrado em livros, textos e documentos.

Tácito: ligado à experiência, de difícil verbalização.

Implícito: adquirido inconscientemente, de forma intuitiva.

 No Centro de Conhecimento, os livros também estão lá, assim como mídias de dados, imagens, áudio e vídeo, jornais, boletins, revistas, relatórios, resumos de palestras, apresentações visuais, biografias, entrevistas, reportagens, pesquisas, artigos, poesias — tudo que contribui para a construção do saber.

Todos os participantes são convidados a contribuir: bibliografias, recortes de notícias, resenhas, estatísticas, sugestões, produções infantis e artísticas. Tudo é informação. Tudo é oportunidade de crescimento.

A Inteligência Artificial como ferramenta do Centro de Conhecimento

A inclusão da Inteligência Artificial (IA) representa um salto qualitativo no modo como o Centro de Conhecimento pode organizar, expandir e democratizar o acesso ao saber. Eis algumas aplicações concretas:

 Indexação e recuperação da informação

Ferramentas de IA podem:

  • Analisar e organizar automaticamente documentos e mídias;
  • Criar resumos e palavras-chave;
  • Propor conexões entre temas relacionados;
  •  Facilitar a localização de conteúdos por qualquer usuário.

Estímulo à leitura e estudo

Com sistemas inteligentes:

  • Leitores podem receber sugestões de leitura baseadas em seus interesses;
  • Grupos de estudo podem ser formados com base em afinidades temáticas;
  • Trechos de obras podem ser explicados ou comentados automaticamente por sistemas integrados.

Análise e compreensão textual

Softwares baseados em IA podem:

  • Traduzir obras para outros idiomas;
  • Explicar termos técnicos ou arcaicos;
  • Auxiliar na interpretação doutrinária, sempre com referências cruzadas às obras de Kardec.

Criação colaborativa de conteúdo com IA

  • Ajudar na redação de artigos, resumos, estudos e apresentações;
  • Sugerir estruturação de aulas e roteiros de palestras;
  • Identificar inconsistências ou contradições em textos, incentivando a revisão crítica e o aprendizado contínuo.

Curadoria e integridade doutrinária

Ao invés de censura, a IA pode ajudar a:

  • Sinalizar conteúdos que merecem atenção ou revisão;
  • Apoiar um comitê curador na orientação doutrinária;
  • Criar alertas que favoreçam o estudo comparativo e fundamentado.

 Integração virtual e acesso universal

Com o suporte digital e a IA, é possível manter uma sala virtual de leitura e estudo, com acervos acessíveis 24 horas por dia. Comentários, observações, dúvidas e contribuições podem ser registrados por qualquer participante, gerando um ambiente interativo e colaborativo, com histórico de conhecimento coletivo. 

Conclusão

O Centro de Conhecimento, com apoio da Inteligência Artificial, transforma a biblioteca tradicional em um ambiente vivo, criativo e colaborativo. Pessoas são valorizadas, talentos despertos e o compromisso com a Doutrina Espírita se fortalece por meio do estudo, do questionamento e da produção coletiva de conhecimento.

A tecnologia, quando bem aplicada, não substitui o humano, mas amplia sua capacidade de aprender, de ensinar e de contribuir para uma compreensão mais profunda do Espiritismo, em permanente evolução.

Todos podem — e devem — cooperar com a construção desse novo ambiente. O saber compartilhado é o verdadeiro progresso espiritual.


Ivan Franzolim

domingo, 17 de janeiro de 2021

A intenção de popularizar o Espiritismo será uma utopia?

 

Apesar da intenção do próprio Kardec, e dos espíritas em geral de disseminar a doutrina para todos, a realidade revela barreiras que até hoje não conseguimos vencer.


Os primeiros adeptos do espiritismo tanto na França como no Brasil foram pessoas mais esclarecidas, com mais estudo.


Segundo os Censos do IBGE, o Espiritismo no Brasil é a religião com mais adeptos de maior escolaridade e menor participação nas classes “D” e “E”.


A realidade que desponta, é que doutrina espírita sendo filosofia e ciência com consequências morais, não é fácil de se aprender, pois, também está ligada a outras ciências e filosofias, necessitando de uma base de instrução para sua compreensão.


O esforço para difundir o conhecimento espírita corretamente estruturado, esbarrará no risco de desvirtuamento e no aumento do sincretismo já existente.


A saída seria difundir apenas ideias, mas essas estariam isoladas e facilmente se agregariam a outras crenças, distorcendo o seu verdadeiro sentido na doutrina.


Talvez, por isso, o Espiritismo no Brasil venha se propagando quase que exclusivamente de forma religiosa, enfatizando sua comunicação no amor ao próximo, baseada nos evangelhos. Mesmo assim, o público que atingiu é das classes “A”, “B” e “C”.


No passado tivemos tentativas bem-intencionadas de traduzir o Evangelho Segundo o Espiritismo e O Livro dos Espíritos em linguagem simples, popular. Essa iniciativa, porém, demonstrou que não se pode modificar as palavras do autor sem impacto em sua verdadeira significação.


Que fazer? Aguardar o progresso do Brasil até que a maioria do povo tenha melhor educação?


Sugestões são bem-vindas!



Citações de Kardec:

(...) é precisamente na classe ilustrada que o Espiritismo faz maior número de prosélitos, isto em todos os países (...). O que é o Espiritismo (1859).

(...) conta entre seus adeptos sábios de toda ordem, que se propaga de preferência nas classes mais esclarecidas (...). O que é o Espiritismo (1859).

Até o presente, seus prosélitos estão nas primeiras classes da sociedade, entre as pessoas esclarecidas, os homens de saber e de raciocínio (...). Revista Espírita 1858

Em geral, é nas classes médias que o Espiritismo conta mais adeptos. Revista Espírita 1869.