sexta-feira, 24 de maio de 2013

Relacionamento interpessoal



O espírita deve estar sempre melhorando sua capacidade de se relacionar com o próximo

O relacionamen­to interpessoal é uma habilidade im­portante para o homem, por que está diretamente vinculado ao objeti­vo das encarna­ções. A finalidade destas, sob o enfo­que espírita, é fa­cilitar aos espíritos a necessária transformação re­clamada pela lei de evolução.
Interessante ob­servar que o pro­cesso de mudança, além de eterno e compulsório - é também inces­sante. O ser huma­no está sempre re­cebendo estímulos, informações, co­nhecimentos e as­similando as mais diferentes expres­sões de sentimen­tos, atuando ainda em favor da mu­dança do meio-ambiente e das pessoas com que se relaciona, consti­tuindo uma rede complexa de comunicação.
Uma vez que tudo muda num ritmo acelerado, aumenta a neces­sidade do homem acompanhar essa mudança para manter o nível de integração com a sociedade e melho­rar sua capacidade de ser útil.
A forma de ter acesso as mudan­ças que estão acontecendo, inva­de necessariamen­te o campo da co­municação e, den­tro dele, o segmen­to relativo a comu­nicação entre pes­soas, também co­nhecido por: relaci­onamento interpes­soal.
Em todos os ambientes e situa­ções, o homem precisa se relacio­nar com os seme­lhantes, sob pena de reduzir sua ve­locidade de evolu­ção, ou mesmo estacionar. É im­prescindível então, desenvolver e me­lhorar a habilidade de manter o melhor relacionamento possível com as pessoas de sua convivência.
 Raramente al­guém fica isento de críticas quan­do faz alguma coisa
Para os dirigen­tes e colaboradores das Sociedades Espíritas é preciso reforçar que o ob­jetivo do relacio­namento interpes­soal nas instituições espíritas é obter resultados que melhorem a cada vez, ampliando os benefícios para todo o contingente de pessoas envol­vidas nas ativida­des executadas.
Isso pressupõe o estabelecimento de metas concretas, bem definidas e di­vulgadas, de modo que todos possam partir para a mesma direção, economizando tempo, recursos e esforços.
Fazer com que o grupo possa ter a mesma visão do que se pretende atingir, é uma téc­nica que os norte-americanos cha­mam de "visualização". Com ela, muitas organizações do Terceiro Setor estão melhorando seus resul­tados.
Independentemente do cargo ocupado na instituição, todos devem desenvolver a empatia e o inte­resse pelo trabalho do próximo, nunca esquecendo de elogiar e motivar quando surgirem as oportunidades.
Raramente al­guém fica isento de críticas quando faz alguma coisa. Por isso, é preciso sa­ber enfrentá-las, esperando-as, aceitando a parte que couber (sempre cabe al­guma) e traba­lhando os seus autores de modo a envolvê-los com as premissas, prioridades e ne­cessidades, trans­formando-os em colaboradores. Esteja mais dispos­to a aprimorar as ideias, conseguindo maior participação, do que a defendê-las.
O ideal é evitar o processo de deci­são por votação (mais rápido), pre­ferindo a forma "por consenso", que envolve e desperta compromisso de todas as pessoas pelo objeto da decisão.
Ser menos guru ou herói e mais orientador
Procurar apro­veitar todas as oportunidades para conhecer mais os colegas de ativi­dade, saber de su­as ideias, de suas dificuldades. Con­versar sobre coisas aparentemente sem importância, como gostos, pas­seios, televisão e família, criam laços de aproximação que favorecem o relacionamento e aumentam o com­prometimento com a equipe e a causa.
Redobrar os cuidados quando a função exercida exige muita res­ponsabilidade ou apresenta condi­ções favoráveis para influenciar pessoas. Buscar ser menos guru ou herói e mais orien­tador.
Acreditar no progresso, não fi­car prisioneiro de hábitos e compor­tamentos antigos que acabam cer­ceando a iniciativa e a criatividade. Adotar uma pos­tura pró-ativa, bus­cando sempre o trabalho em grupo, e lembrando que o idealismo costu­ma encurtar bastante o caminho ao sucesso.
É preciso ter bo­as ideias, mas so­bretudo, é preciso saber planejá-las e implantá-las. O método tradicional de tentativa e erro, deve ser descartado, embo­ra seja melhor do que nada fazer. As coisas boas devem ser resultado de muito raciocínio, discussão e traba­lho, caso contrário, o mérito será do acaso, pois, uma vez esgotadas to­das as possibilida­des de errar, sem­pre haverá uma chance de acerto, mesmo sem que­rer.
O relacionamen­to interpessoal também faz parte do trabalho contí­nuo de auto-apri­moramento co­nhecido como "reforma-íntima". Trata-se, na ver­dade de um es­forço diário para ser sincero sem ofender, ser ami­gável sem ser ínti­mo,  ser objetivo sem agressividade, ser humilde sem ser submisso, ser interessado sem exagerar e ser cauteloso sem ser omisso, entre tan­tos outros itens. Vamos à luta, satis­feitos por consta­tarmos o quanto já foi conquistado e esperançoso ante as perspectivas de muito mais conquis­tar.
 

A Responsabilidade da Comunicação



   No sentido moral, a responsabilidade é o compromisso que todo espírito tem, seja por imposição das leis naturais ou voluntariamente, de reparar o mal que tenha tido sua participação.
   Em sua expressão mais simples, a comunicação envolve pelo menos duas pessoas que se alternam como emissores e receptores de mensagens. Alguns veículos de comunicação, todavia, permitem que um grande número de receptores tenham acesso a mesma mensagem. O meio mais utilizado para divulgar o espiritismo, não é a exposição oral nos Centros Espíritas, o jornal ou o rádio, nem as homepages, e sim, a simples e subestimada conversa fraterna presencial ou à distância.
   Na cultura ocidental estamos acostumados a pensar que o maior objetivo da comunicação é convencer e, para isso, deve se valer de todos os recursos disponíveis.
   Na difusão da mensagem espírita, contudo, o comunicador deve ter certa parcimônia no propósito de persuadir. Isso em decorrência da própria natureza da comunicação, embasada na necessidade de aprendizado mútuo, no amor, no respeito ao próximo evitando qualquer tipo de violência.
   A história está repleta de experiências do homem na tentativa de convencer com excessivo ardor que não foram muito felizes ou mesmo eficazes. Quase sempre enveredamos por caminhos inadequados e perigosos, de forma consciente ou inconsciente, utilizado falácias como argumentos, sofismando, trocando fatos pela inferência deles, confundindo opinião com conhecimento ou mesmo falseando, acreditando que os meios justificam os fins.
   Sob a ótica espírita, o processo de comunicação possui um fator que aumenta consideravelmente a responsabilidade do comunicador. É o fator tempo. Essa variável multiplica quase que indefinidamente, a influência boa ou má da mensagem transmitida, agravando ou beneficiando a conta cármica (lei de causa e efeito) do comunicador.
   Vejamos o exemplo de um livro. Uma vez escrito pode ser republicado ao longo de anos e séculos. Se sua mensagem é negativa, agindo incessantemente em seus leitores, no propósito de destruir e fazer sofrer, como ficará o espírito autor vendo sua responsabilidade expandindo a cada dia, mesmo tendo se arrependido desse ato?
   Tudo leva a crer que, para muitos desses espíritos é dada a oportunidade de "lutarem" contra suas próprias criações do passado, com a edificação de boas obras que venham a anular ou atenuar o efeito das primeiras.
   Da mesma maneira, embora com menos amplitude, podemos perceber a responsabilidade de todos espíritas, particularmente dos comunicadores por sua capacidade mais acentuada de formar opinião. Dialogar sobre o conhecimento espírita, fortalecer bons pensamentos e ideais, fazer refletir, motivar o estudo e a transformação moral são os objetivos a serem atendidos.
   Podemos comparar a tarefa do comunicador espírita, com a do lavrador que, embora generoso, lançava suas sementes em qualquer solo, confiando apenas na Providência Divina. Assim, muitas se perdiam e poucas frutificavam. Ao comunicador espírita se espera que utilize todo seu conhecimento para ajustar sua comunicação aos diferentes tipos de público. Deve usar de todo o seu potencial, para distribuir a mensagem espírita com convicção, entusiasmo e confiança, certo de que, feita a sua parte, ela encontrará em cada interlocutor, um terreno propício senão para frutificar de imediato, pelo menos para ficar armazenada aguardando condições mais favoráveis para germinar.
   Assim, para uma comunicação conseguir transformar alguém, se conectando com outros conhecimentos, sentimentos e experiências, certamente foi necessária, a ação de diversas vivências e mensagens anteriores que prepararam adequadamente o solo mental e emocional daquele que se transformou. Como a evolução é eterna, uma mensagem será sempre a base de outra que virá, mais perfeita e adequada. Façamos a nossa parte com bom senso, fé e alegria de possuirmos uma mensagem tão importante para transmitir.

domingo, 21 de abril de 2013

A expressão "Centro Espírita" nomeia a maioria das instituições espíritas


No Brasil, espíritas e não espíritas se referem a instituições espíritas como "Centro Espírita".
Chico Xavier foi contra essa corrente ao fundar em Uberaba o "Grupo Espírita da Prece".

A primeira instituição espírita foi fundada por Allan Kardec em 1858 e usava o termo “Sociedade”, proprio da sua época: Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Todavia, o termo “Centro” e “Centro Espírita” foram utilizados por Allan Kardec em seus apontamentos registrados no livro Obras Póstumas. 



Luiz Olimpio Telles de Menezes ao fundar a primeira instituição espírita no Brasil, na cidade de Salvador em 17/09/1865, preferiu outro nome, no lugar da denominação mais adotada: Grupo Familiar do Espiritismo.

Curiosamente as primeiras instituições espíritas do Rio de Janeiro que se uniram a Federação Espírita Brasileira fundada em 1884 não usavam essa expressão, como

  • Grupo Confúcio, fundado em 1873
  • Sociedade de Estudos Espíritas “Deus, Cristo e Caridade”, fundada em março de 1876
  • Grupo de Estudos Evangélicos do Anjo Ismael, funciona desde 15 de julho de 1880
Todavia, algumas das instituições espíritas mais antigas ainda em funcionamento no Brasil levam a expressão “Centro Espírita”, como:
  • Centro Espírita João Evangelista – Sete Barras, SP - 24/06/1880
  • Centro Espírita João Batista – Amparo, Nova Friburgo, RJ - 02/08/1888,
  • Centro Espírita Allan Kardec– Itapeva, SP- 25/05/1890
Na Argentina, encontram-se os dois Centros Espíritas mais antigos do mundo, ainda em funcionamento – Asociación Espiritista Constancia e Asociación Espiritista La Fraternidad, respectivamente de fevereiro de 1877 e abril de 1880. 

No mundo todo a expressão "Centro Espírita" ocorre em Portugal e Espanha para instituições mais recentes, fundadas na segunda metade do século XX, provavelmente por influência do Movimento Espírita Brasileiro.
 
Atualmente existem 12.300 instituições espíritas no cadastro atualizado da ADE-SP Associação de Divulgadores do Espiritismo de São Paulo. Seguem as expressões mais utilizadas pelas casas:

Eis os números:
  • Centro Espírita - 52%
  • Grupo Espírita - 12%
  • Sociedade Espírita - 8%
  • Associação Espírita - 5%
  • Fraternidade Espírita - 3%
  • Núcleo Espírita - 3%
  • Outros – 17%.
Uma variação desse artigo pode ser encontrada no link: http://www.oconsolador.com.br/ano6/306/oespiritismoresponde.html
Ivan Franzolin