segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Resultados - Pesquisa para Espíritas - 2017 [parte 4 de 4]



Seção 6 de 7 - Perguntas para frequentador de Centro Espírita

35. Qual é o nome da Instituição Espírita que participa?
35. Nome da Instituição Espírita (resumo)
 Quant.  
%
(forneceu nome)
      814
31,1%
(Não soube informar)
          2
0,1%
(não forneceu nome)
     1.800
68,8%
Total
   2.616
100,0%

36. Com qual frequência você costuma ir ao Centro Espírita?
36. Frequência no Centro Espírita
 Quant.  
%
1 a 2 vezes por mês
140
16,5%
3 a 4 vezes por mês
259
30,4%
5 a 8 vezes por mês
 166
19,5%
Acima de 8 vezes
68
8,0%
Não tenho frequência definida
218
25,6%
Total
 851
100,0%
(vazio)
1.765
Vazio refere-se ao número de trabalhadores.

37. Como você considera que foi acolhido no Centro Espírita que frequenta?
Muito Ruim   1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7     Muito Bom
37. Como foi acolhido no Centro Espírita?
 Quant.  
%
Nota 1
11
1,3%
Nota 2
14
1,6%
Nota 3
26
3,1%
Nota 4
80
9,4%
Nota 5
113
13,3%
Nota 6
173
20,3%
Nota 7
434
51,0%
Total
 851
100,0%
(vazio)
1.765


38. Qual seu maior interesse no Centro Espírita

38. Qual seu maior interesse no Centro Espírita?
 Quant.
%
Atividades culturais, eventos
13
1,5%
Tratamento de cura física (enfermidades)
18
2,1%
Tratamento espiritual (desobsessão)
56
6,6%
Palestras
         303
35,6%
Tratamento espiritual (passes)
         125
14,7%
Cursos
         213
25,0%
Outra
         123
14,5%
Total
      851
100,0%
(vazio)
     1.765




Seção 7 de 7 - Perguntas para trabalhador de Centro Espírita

39. Há quantos anos você trabalha em Centro ou Instituição Espírita?
39. Anos de trabalho na Casa
 Quant.
%
Até 24 meses
163
9,2%
De 2 a 5 anos
386
21,9%
De 6 a 10 anos
336
19,0%
De 11 a 20 anos
416
23,6%
Acima de 20 anos
464
26,3%
Total
1.765
100,0%
(vazio)
851


40. Qual sua atividade principal no Centro ou Instituição Espírita?
40. Atividade principal - A primeira mencionada
 Quant.
%
Servidor, Tarefeiro, Trabalhador, Voluntário
237
13,5%
Diretor, Dirigente, Coordenador
290
16,5%
Passes
179
10,2%
Evangelização
171
9,7%
Médium
164
9,3%
Palestrante, Expositor, Preletor
137
7,8%
Atendimento ao público
102
5,8%
Presidente, Vice-presidente
 70
4,0%
Curso, Estudo
58
3,3%
Assistência Social
55
3,1%
Assistência Espiritual
43
2,4%
Comunicação, Divulgação
 36
2,0%
Outros
 36
2,0%
Instrutor, Professor, Monitor
33
1,9%
Secretaria, Secretário
33
1,9%
Doutrinador, Esclarecedor
21
1,2%
Tesouraria, Tesoureiro
21
1,2%
Organizador, Orientador
14
0,8%
Mocidade Espirita
10
0,6%
Música
10
0,6%
Biblioteca, Livraria
 9
0,5%
Administração
4
0,2%
Cantina, Cozinha
4
0,2%
(Não soube informar)
 25
1,4%
Total
   1.762
100,0%
(vazio)
851

41. Quantas atividades diferentes você faz regularmente no Centro Espírita?
Por exemplo: Tesoureiro e atendente no Bazar
41. Atividades diferentes
 Quant.
%
Apenas uma
 267
15,1%
Duas atividades
498
28,2%
Três atividades
 502
28,4%
Quatro ou mais atividades
 498
28,2%
Total
1.765
100,0%
(vazio)
 851

42. O que motiva você a ser voluntário no Centro Espírita?
42. Motivação
 Quant.
%
Colaborar com o Centro Espírita
68
3,9%
Contribuir para o desenvolvimento da Doutrina Espírita
403
22,8%
Contribuir para disseminar o Evangelho de Jesus
638
36,1%
Ser útil às pessoas e/ou à comunidade
656
37,2%
Total
1.765
100,0%
(vazio)
851

43. Quais temas você estudaria mais se tivesse oportunidade?
Adicione outros temas se desejar.
43. Temas para estudo
 Quant.
%
1 Tema
354
21,0%
2 Temas
256
15,2%
3 Temas
368
21,8%
4 Temas
304
18,0%
5 Temas
178
10,6%
6 Temas
69
4,1%
7 Temas
64
3,8%
8 Temas
84
5,0%
9 Temas
10
0,6%
Total
1.687
100,0%

43. Temas para estudo (isoladamente)
 Quant.
%
Reencarnação
10
2,3%
História do Espiritismo
9
2,1%
Mediunidade
51
11,7%
Lei de Causa e Efeito
25
5,7%
Mundo Espiritual
67
15,3%
Movimento Espírita Atual
42
9,6%
A Bíblia e/ou os Evangelhos
67
15,3%
A visão espírita sobre os animais
29
6,6%
(Adicionou outro)
137
31,4%
Total
437
100,0%
(vazio)
851

43. Temas para estudo (soma de cada tema)
 Quant.
%
Mediunidade
150
11,8%
Mundo Espiritual
125
9,9%
Reencarnação
121
9,6%
A Bíblia e/ou os Evangelhos
120
9,5%
Movimento Espírita Atual
111
8,8%
Lei de Causa e Efeito
105
8,3%
História do Espiritismo
96
7,6%
A visão espírita sobre os animais
89
7,0%
(Adicionou outro)
17
1,3%
(vazio)
332
26,2%
Total
1.266
100,0%


44. Se você é médium qual a principal mediunidade que exerce regularmente no Centro Espírita?
Desconsidere a mediunidade de sustentação, intuitiva, sonhos, de dialogador ou esclarecedor
44. Principal mediunidade no Centro Espírita? (isolados)
Quant.
%
 Não sou médium
547
40,3%
 Não pratico regularmente nenhuma mediunidade no Centro Espírita
194
14,3%
 Passes
372
27,4%
 Psicofonia
134
9,9%
 Apoio, Sustentação, Energização, Doação de fluidos, Vibrações
22
1,6%
 Psicografia
28
2,1%
 Esclarecedor, Doutrinador, Esclarecedor
14
1,0%
 Desdobramento
11
0,8%
 Vidência
14
1,0%
 Outros
3
0,2%
 (Não soube informar)
19
1,4%
Total
1.358
100,0%
(vazio)
852
(isolados) compreende as respostas com apenas uma mediunidade

44. Principal mediunidade no Centro Espírita? (somados)
Quant.
%
 Passes
630
27,5%
 Não sou médium
547
23,9%
 Psicofonia
423
18,5%
 Não pratico regularmente nenhuma mediunidade no Centro Espírita
194
8,5%
 Psicografia
181
7,9%
 Vidência
148
6,5%
 Desdobramento
110
4,8%
 Esclarecedor, Doutrinador, Esclarecedor
36
1,6%
 Apoio, Sustentação, Energização, Doação de fluidos, Vibrações
22
1,0%
 Outros
9
0,4%
 (Não soube indicar)
19
0,8%
Total
2.291
100,0%
(somados) compreende as respostas com várias mediunidades diferentes

44. Principal mediunidade no Centro Espírita? Tipos)
 Quant.
%
Uma mediunidade
598
60,6%
Duas mediunidades
215
21,8%
Três mediunidades
125
12,7%
Quatro mediunidades
42
4,3%
Cinco mediunidades
6
0,6%
Total
986
100,0%

Fim da Parte 4

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Links para todas as partes desse documento:
Resultados - Pesquisa para Espíritas - 3ª. Edição 2017 










sábado, 15 de julho de 2017

O líder espírita modelando novos líderes e espíritas

Um olhar introspectivo sobre a formação dos novos espíritas e futuros dirigentes

Este artigo propõe algo ousado. Uma autoanálise para o líder espírita e uma consequente constatação dos padrões de pensamento e comportamento que está ajudando a perpetuar, uma vez que o seu papel nos Centros Espíritas possui, inegavelmente, maior poder de influência.

É tarefa difícil pois a psicologia ensina que não conseguimos perceber bem a nós mesmos, apenas alguns aspectos. E ainda, que costumamos disfarçar um determinado comportamento inadequado com um monte de justificavas internas, transformando-o, aos nossos próprios olhos, de algo não só justificável, como até elogiável.

Todos nós fomos marcados por acontecimentos anteriores caracterizando nosso comportamento atual e reclamando solução. Respondemos a estímulos de forma automatizada e precisamos nos dar conta que esse automatismo também precisa mudar, evoluir.

Mesmo assim, podemos fazer um exercício de percepção. Que tipo de espírita eu sou?

Gosto de estudar, de conferir afirmações, de comparar textos com a codificação? Muitas pessoas dizem que sim, mas na prática, dificilmente recorrem a mais uma leitura das obras de Kardec, apenas para sossegar uma inquietação interna. Intimamente justificam que já fizeram vários cursos, que já leram muito. Esta forma de pensar transparece subliminarmente para as pessoas que frequentam e trabalham na casa espírita, resultando que parte significativa das pessoas atingidas tenderá a assumir comportamento semelhante.

Tenho foco voltado para os resultados? Estou sempre pensando em como otimizar os resultados? Mesmo aqueles considerados bons para a maioria? Ou costumo legitimar os resultados fracos pelas dificuldades comuns à toda instituição espírita? Isso costuma contagiar o comportamento dos colegas e liderados. Cria um clima de extrema tolerância a erros e omissões, de achar que no trabalho voluntário não cabe cobranças e exigências, não obstante qualquer atividade, mesmo sem remuneração exige compromisso e responsabilidade.

Reivindico novas atividades? Ou alego que já possuo muitas tarefas, sem ter feito um esforço verdadeiro de realocação? Delego aos outros a responsabilidade de tarefas e a autoridade necessária para a sua execução? Ou o meu senso de responsabilidade sempre conclui que os outros não conseguirão fazer as coisas corretamente como eu faço? Gosto de descobrir e desenvolver novos talentos nas pessoas? Ou termino desistindo pelos riscos da inexperiência dos voluntários?

Tenho curiosidade intelectual? Gosto de esmiuçar os ensinamentos espíritas? Ou acredito que a Doutrina foi ditada pronta e acabada? Que cabe a nós apenas concordar e obedecer aos ensinamentos? Aceito críticas e sugestões? Ofereço espaço para as pessoas opinarem e também divergirem da minha opinião? Uma postura fechada costuma criar um ambiente em que ninguém questiona, sugere, opine, o que não é condizente com uma doutrina evolucionista.

Sou uma pessoa que admira mais a disciplina do que a participação? Prefiro a obediência às regras ao interesse sincero de progredir? Acredito que o espírita deve ser essencialmente uma pessoa obediente? Acredito que a melhor coisa que podemos pedir às pessoas é o que está escrito na placa muito comum da sala da reunião pública exigindo SILÊNCIO!? Esse tipo de pensamento atrai pessoas exatamente assim, dificultando as mudanças que toda organização é obrigada a fazer para se ajustar ao mundo que está sempre mudando.

Gosto de estar sempre motivando os outros ao estudo, ao auto aperfeiçoamento e a melhor realização de seus afazeres? Ou entendo que isso é obrigação de cada um? Pensando assim estarei contribuindo para moldar um lugar onde o dever está acima do ideal. O dever é algo que fazemos por obrigação e o ideal é uma aspiração que nos encoraja.

Comunico com as pessoas de modo assertivo e fraterno? Olho no olho, palavras fraternas, mas claras e firmes? Recordo os últimos problemas de comunicação que teve. Atribuo culpa mais aos outros do que a mim mesmo? Sempre é possível mudar e melhorar, pois a comunicação clara é a base para a manutenção de todo empreendimento.

Minha comunicação é completa e não omissa? Ou sempre me justifico falando a mim mesmo que não posso dizer tudo, que não compreenderiam, que as coisas devem ser reveladas aos poucos. Há ocasião para essa precaução, mas se ela insiste em perdurar, cuidado! Posso não estar dando chance de as pessoas pensarem e também de errarem, o que faz parte do processo de aprendizado.

A instituição espírita não precisa apenas de trabalhadores, mas de participantes ativos e profundamente compromissados com o ideal de um mundo melhor pela compreensão dos ensinamentos espíritas. Só assim poderemos oferecer uma verdadeira contribuição à sociedade e à própria Doutrina Espírita.

A mudança que desejamos para as nossas casas espíritas e para os seus participantes deve começar em nós mesmos e no poder de influência que todos possuímos. Vamos ajustar em nós, o que conseguirmos perceber e mudar. Se tivermos essa intenção realmente instalada em nossas preocupações, ganharemos força e capacidade de transformação. Sua adesão a esse exercício é muito importante para o futuro do Espiritismo enquanto conhecimento integral com ampla capacidade de contribuição à humanidade.

Publicado originalmente na Revista Senda da Federação Espírita do Estado do Espírito Santo em julho 2017

terça-feira, 20 de junho de 2017

Momento de Dúvidas

Quando surgem incertezas elas exigem reflexão
para o restabelecimento da harmonia mental

Momento de Reflexão
Foto de: www.chronicle.com/article/Beyond-Critical-Thinking/63288
Estive lendo alguns livros e vendo documentários sobre vários assuntos, particularmente a respeito do cosmos, da história, da ciência e sobre alguns dos quase 200 países que desconhecemos por completo ou temos uma rápida e muito superficial visão.

Os documentários sobre nações destacam os pontos positivos e os problemas de cada nação. Problemas graves que estão sendo atenuados por diversas frentes de voluntariado, ligadas a várias religiões e também independentes. Trabalhos relevantes que podem servir de inspiração aos espíritas.

Sobre o Brasil, quantas regiões diferentes, culturas distintas, problemas gravíssimos que perduram há anos reclamando ações mais efetivas de voluntários e que os espíritas se esforçam em algumas poucas áreas. No ranking internacional de 2016, o Brasil alcançou a modesta posição de 83° lugar entre os países em que os cidadãos são mais generosos com os mais necessitados. Dado que parece distar do país designado para ser a “pátria do evangelho”.

Com relação ao espaço universal, o conhecimento existente, ainda escasso, mostram números verdadeiramente astronômicos. Estima-se que o universo observável por nossos equipamentos, deve ter mais de 200 bilhões de galáxias, cada uma com mais de 100 bilhões de estrelas.

A ciência, costumeiramente criticada pela religião, avança no conhecimento esbarrando na fronteira entre o real e o fantasioso: big bang, curvatura do tempo, teoria das cordas, multiverso, matéria escura, buraco negro, antimatéria, dualidade onda-corpúsculo.

Isso sem falar nos avanços científicos impondo mudanças no nosso cotidiano que nem prestamos mais atenção: tecnologia dos chips, das comunicações, a genética interferindo na eliminação ou atenuação das doenças, no retardamento do envelhecimento, e na agricultura.

Essas informações fazem-me fazem sentir como um minúsculo grão de areia, munido da certeza que temos uma imensidão de oportunidades para o aprimoramento dos nossos conhecimentos em todos os sentidos, inclusive o espírita.

E a história? Persisti em nos alertar sobre o erro que a civilização sempre incorreu e ainda não aprendeu: sentir-se o maior, o melhor, o único verdadeiro em todas as áreas, no poder, na política, no conhecimento, na religião, etc.

O espiritismo compreende a divindade como um único Deus, realmente como o próprio nome denuncia: todo-poderoso, inteligência, sabedoria e generosidade totais. Não parece coerente com esses atributos, um Deus que restrinja a um povo, uma região, uma época, uma religião, uma pessoa, o privilégio do acesso às leis morais melhor elaboradas.

A partir de uma visão de marketing, podemos enxergar o mundo como um grande mercado que apresenta bens e serviços para todo o tipo de público. É verdade que temos produtos ruins, mas também possuímos aqueles de ótima qualidade. Vejamos, por exemplo, as geladeiras. Existem várias marcas, variando no design, cores e algumas funcionalidades, resolvendo nossa necessidade de conservar e gelar alimentos e bebidas.

Por que nos acostumamos a pensar que as verdades morais mais completas se encontram apenas no espiritismo? Precisamos nos envolver em uma onda de humildade e questionar algumas colocações espíritas que soam aos ouvidos leigos como arrogantes. Não só pela preocupação com a imagem externa da doutrina, mas pela perturbação que esses pensamentos podem ocasionar em nosso modo de pensar e agir.

Pensamentos como: somos a terceira revelação, o consolador prometido, continuador do verdadeiro cristianismo, a chave para revelar o conhecimento de Jesus, a verdadeira doutrina de Jesus. São expressões oriundas das melhores intenções, mas também ufanistas independentemente da suposta autoridade de quem as manifeste. Não é por essas afirmações que a Doutrina Espírita deve ocupar um lugar de respeito na sociedade, mas pela consistência de seus ensinamentos e das consequências morais advindas.

Neste momento de dúvidas dou razão a Sócrates apresentado por Platão quando salientou que “Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância” ou “Só sei que nada sei”. Lembro também de alguns pensamentos de outro filósofo bem mais recente, Bertrand Russell: “Não tenhas certeza absoluta de nada”. “O problema do mundo é que tolos estão sempre cheios de certezas, enquanto os sábios estão sempre cheios de dúvidas”.

A Doutrina Espírita sendo recente, com menos de 200 anos, teve o mérito de reunir e dar sentido a muitos conhecimentos que já existiam no mundo, distribuído por filosofias, ciências, religiões. Desenvolveu alguns, estabeleceu conexões com outros, demonstrou consequências.

Podemos chamar genericamente esses conhecimentos como “verdades”. Assim, é possível afirmar que o espiritismo contém muitas, mas não tem todas as “verdades”. Além disso, o fato de considerarmos que temos um acervo maior de “verdades” que outras doutrinas, não nos isenta de convivermos com erros, omissões e interpretações equivocadas.

O espiritismo é uma doutrina racional de questionamento, baseada na lei de evolução. Não foi apresentada completa, acabada, mas com uma estrutura forte o suficiente para permitir o seu desenvolvimento.

Por isso, talvez seja melhor tratarmos as controvérsias surgidas na apreciação do conhecimento espírita, como hipóteses que carecem de confirmação como verdadeiras, do que como infidelidade doutrinária. Aliás, essa expressão é própria de um conhecimento estático, que não evolui.

O espiritismo não é uma religião salvacionista, apesar de adotar como instrumento de comunicação a frase: “fora da caridade não há salvação”. Na doutrina espírita não existem listas do que você pode ou não fazer. Há orientações baseadas nas leis espirituais estudadas.

Diferentemente das outras religiões, nossa doutrina afirma que o mais importante são as ações em harmonia com as leis naturais, não a religião que cada um assume.

Isso significa que não devem ser considerados como errados, os grupos espíritas que prefiram vivenciar os ensinamentos pelo caminho da filosofia, da ciência, da religião, da pedagogia, da mediunidade, etc.

Essas diferenças de foco são benéficas, à medida que atingem pessoas, que não seriam afetadas por uma única maneira de enxergar a doutrina. Lembram das boas geladeiras?

Naturalmente precisamos nos esforçar para debater as diferenças de entendimento visando o aprofundamento e a consolidação gradual do conhecimento espírita.

Para isso será preciso uma postura mais crítica de todos os espíritas, fundamentada em pelo menos dois critérios básicos: a lógica e a fraternidade. Não basta ter opinião. É preciso ter ou buscar argumentos solidamente conectados com o conhecimento espírita. As opiniões que incorrem em mudar a forma como entendemos ser correta a doutrina, raramente possuem a humildade de se apresentar como uma proposição de trabalho convidando todos a esmiuçarem suas possibilidades.

As obras de Kardec são a base, e temos o desafio de imprimir amplo e profundo debate a todas as mudanças apresentadas por meio dos livros e da manifestação dos espíritas nas mídias sociais até sua concordância ou rejeição por linhas de raciocínio irrefutáveis logicamente e libertas de argumentos falaciosos. Não é fácil, mas é o único caminho.
Esses são apenas pensamentos em momento de dúvidas pedindo reflexão. E você caro leitor, quais são os seus?

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Quantas reencarnações já tivemos na Terra?


Esta é uma pergunta que surge naturalmente a todo espírita.

A curiosidade é geral. Temos interesse em saber quantas vidas tivemos, em que regiões, que línguas falamos, profissões que tivemos, habilidades, competências, nossos gostos e preferências, nossas amizades e amores, coisas boas vividas, felicidades.

Entretanto, existe também o outro lado. O quanto sofremos, o quanto demoramos para aprender, ou até não conseguimos aprender, as pessoas que magoamos, as tristezas que tivemos, os acessos de ódio e loucura, o que fizemos de errado, o que deixamos de fazer, as experiências que nos marcaram e ainda hoje influenciam nosso modo de ser.

A vida é um processo dentro do determinismo divino de evoluir e conquistar gradativamente novos níveis de entendimento, capacidade e felicidade.

A reencarnação é um instrumento dessa evolução que ocorre em todos os aspectos e direções, sintetizadas pelas expressões intelectuais e emocionais.

Nossa origem é a dimensão espiritual. O Espírito aprende e evolui em qualquer lugar que esteja. As encarnações são como uma escola que passamos algum tempo para aprender algumas lições, mas não todas, pois temos muita coisa a aprender e precisamos de escolas diferentes.

Para a maioria dos Espíritos que já se decidiram a serem bons, melhorarem e se tornarem cada vez mais úteis, a chamada erraticidade, o mundo espiritual, é onde aprendemos bastante, principalmente nos aspectos intelectuais. Temos mais oportunidades de receber orientação de Espíritos mais adiantados, de frequentar escolas e, principalmente, de utilizar mais intensamente os nossos recursos de inteligência sem a intermediação de cérebro, nervos e percepções acanhadas amortecidas pela matéria.

Na linha de evolução podemos supor que, inicialmente, os Espíritos tendem a precisar mais da encarnação, para no final, ou mais adiante dessa linha, não ter tanta necessidade.

Existem Espíritos desequilibrados que permanecem sem encarnar por séculos, assim como permanecem na espiritualidade muitos Espíritos superiores. 

Segundo a ciência, os humanos anatomicamente modernos, conhecidos como Homo sapiens, surgiram na África há cerca de 200 mil anos. O que chamamos de comportamento moderno, com linguagem simbólica, espiritualidade, uso complexo de ferramentas e organização social, data de aproximadamente 50 mil anos atrás.

Nossos ancestrais mais antigos, contudo, remontam a dezenas de milhões de anos. Espécies como o Ramapithecus, que viveu há cerca de 13 milhões de anos, são consideradas parte da linha evolutiva que culminaria no ser humano. Essas formas de vida, embora biologicamente mais simples, já poderiam, sob o ponto de vista espírita, servir como veículos temporários para espíritos em estágios iniciais de desenvolvimento.

Estima-se que as civilizações mais antigas surgiram há oito mil anos. Nesse estudo vamos presumir que o Espírito tenha tido oportunidade de encarnar em ambiente mais civilizado desde há dez mil anos. Isso representa 100 séculos.

Para efeito de especulação estatística podemos assumir que temos a chance de encarnar, em média a cada cem anos. Isso considerando que o ser humano tenha vivido menos anos nas existências dos séculos anteriores e que devemos passar pelo menos o mesmo tempo de encarnado na erraticidade.

A partir dessas premissas chegamos ao número máximo de encarnações nos últimos 10 mil anos do mundo civilizado: 100 vidas. Uma outra informação revelada pelos Espíritos diz que existem mais Espíritos desencarnados do que encarnados. Talvez 3 ou 4 vezes mais.

Bom, isso não é tudo. Teremos de dividir esse potencial de encarnações por 4, para dar oportunidade a todos. Assim, reduzimos nossas possibilidades de encarnações a 25 nesse período. Estamos nos referindo a uma média potencial, cada caso é um caso.

Estima-se que a população mundial há 10 mil anos foi de 1 milhão de pessoas, passou a 5 milhões por volta de 8 mil anos atrás. No ano 1 d.C. (754 da fundação de Roma) era de 170 milhões. Mil anos depois chegamos a 330 milhões. Mais quinhentos anos e o número passou a 450 milhões. Alcançamos o primeiro bilhão de habitantes em 1800. Cem anos depois (1900), passamos para 1 bilhão e 650 milhões e em cinquenta anos (1950), totalizamos 2 bilhões e 500 milhões. No ano 2000 já éramos 6 bilhões e em 2022 somos 8,2 bilhões.

Com esses dados, fica claro que os espíritos que estão encarnados hoje, não poderiam ter 25 encarnações, pois a população mundial nos anos anteriores não permitiria. Mais uma vez recorremos às migrações entre mundos para que todos possam ter a oportunidade de encarnar.

Após todo esse esforço mental, talvez passe pela sua mente, caro leitor, que a encarnação é algo muito próximo da fantasia, distante da realidade! Será? Então pense nas recentes descobertas da ciência que medeiam a fronteira entre o crível e a imaginação fantástica: curvatura do tempo, teoria das cordas, big-bang, multiverso ou multiuniverso, matéria escura, buraco negro, antimatéria, dualidade onda-corpúsculo e muitas outras descobertas e estudos que intrigam nossos cientistas.

A vida material e espiritual oferece infinitas possibilidades voltadas para nossa evolução, criadas por uma mente infinitamente boa e superior. A possibilidade de reencarnar é uma oportunidade imensa de acelerar o aprendizado. Muito disputada, e que temos de buscar o aproveitamento máximo, mesmo sem saber exatamente quantas encarnações tivemos.


Publicado originalmente em: http://www.oconsolador.com.br/ano11/517/ca4.html

sexta-feira, 31 de março de 2017

Rara Revista sobre Materialização de Espíritos


Faça download dessa revista e confira em detalhes como foram realizadas sete reuniões com oito fotos muito interessantes. Foram editados apenas dois números. Consegui o número 2. Agradeço indicação de como conseguir o número 1.

Revista Os Tempos Chegaram – coletânea de instruções colhidas no aprendizado espírita, números 2, de março de 1964. 30 páginas.

Os médiuns que aturam foram: Antônio Alves Feitosa, José Costa Lima, Geraldo de Oliveira Garcia, Waldemar Xandó de Oliveira e Carmen Cunha Nicoletti.