terça-feira, 26 de julho de 2016

Resultados - Pesquisa para Espíritas de 2016 - Parte 1 de 3





Resumo
Lançada em 21 de maio de 2016 e encerrada em 30 de junho de 2016. Elaborada com 40 questões, sendo dez questões de qualificação, sete para trabalhadores e 23 para todos os espíritas.
Utilizado o formulário eletrônico disponibilizado pelo Google que facilita seu preenchimento por celulares, tablets e computadores. Para distribuição foram utilizados e-mails e publicações nas redes sociais. Com essa decisão, uma parte do público que não tem familiaridade com essa tecnologia, que imagino seja pequena, deixou de ter acesso a essa pesquisa
A população alvo foram os espíritas estimados em 2% da população brasileira, segundo o Censo 2010.
Foram obtidas 4802 respostas válidas provenientes de 715 cidades de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal, com maior concentração em SP, RJ e MG.



Objetivos

A finalidade dessa pesquisa é ser útil ao Movimento Espírita, contribuindo com dados indicativos do modo de pensar e agir dos espíritas. É um material que deve ser utilizado para auxiliar as ações de comunicação das instituições e servir ao ambiente de estudo acadêmico ou fora dele.



Relevância

Desde a primeira edição em julho de 2015, essa pesquisa foi inédita no Movimento Espírita por sua abrangência nacional e pela preocupação em conhecer como pensam e atuam os espíritas.

Ela tem identificado e apurado também pela primeira vez, algumas crenças que circulam no Movimento Espírita. Muitas delas são aceitas pelos espíritas por identificação emocional com sua essência, sem maior análise e comparação com as obras básicas e complementares, demonstrando que o processo de assimilação de crenças é diferente do processo de absorver conhecimento e pode prevalecer sobre este.

Embora essa pesquisa não seja tecnicamente probabilística, ela tem seu mérito por mostrar tendências e preparar o terreno para futuras pesquisas.

As instituições espíritas carecem de indicadores que são a base para o planejamento e uma boa gestão. Mais pesquisas devem ser feitas para melhor compreensão do pensamento e das ações dos espíritas.

Centros espíritas deveriam pesquisar a satisfação dos voluntários, frequentadores e assistidos, o correto entendimento das suas atividades e quão plenamente os serviços prestados atendem as necessidades e expectativas das pessoas, para promoverem mudanças produtivas ou esclarecimentos necessários.



Autoria

A Pesquisa Nacional para Espíritas é uma iniciativa de Ivan Franzolim, escritor espírita, membro fundador da ADE-SP Associação de Divulgadores do Espiritismo de São Paulo, formado em Administração de Empresas com especialização em Marketing de Serviços (FGV) e pós-graduado em Comunicação Social (Cásper Líbero).

Em anexo há o trabalho estatístico de Análise de Conglomerados que foi oferecido pelo companheiro de Rondônia, Jorge Elarrat, formado em Engenharia Eletrônica na Universidade Federal do Pará (UFPA), pós-graduado em metodologia do ensino superior e mestre em administração, com passagem pelo IBGE e como titular da Secretaria de Estado da Educação.

Resultados das Questões
Seguem as questões em ordem numérica e as respostas obtidas.

01.Sexo
As mulheres predominam no movimento espírita. Os dois Censos anteriores de 2000 e 2010 já registraram e quem visita as instituições espíritas logo percebe a maior participação feminina tanto entre os trabalhadores, como entre os frequentadores. A pesquisa mostra um resultado de quase ¾.

01.Sexo
Qtde.
%
Masculino
 1.257
26,2%
Feminino
 3.545
73,8%

4.802
100,0%
 
02. Idade
A pesquisa revela uma quantidade pequena de adolescentes entre 14 a 17 anos. A faixa etária com maior número de espíritas é entre 18 a 29 anos, com 36,2%. De 14 a 39 anos se concentra a maioria dos espíritas com 66,2%. A idade média dos espíritas é 35,4 anos
02. Idade
Qtde.
%
14 a 17
    194
4,0%
18 a 29
 1.739
36,2%
30 a 39
 1.247
26,0%
40 a 49
    743
15,5%
50 a 59
    599
12,5%
60 a 69
    245
5,1%
70 a 79
       34
0,7%
> 80
         1
0,0%

4.802
100,0%

03. Há quantos anos você é espírita?
Média de 16,2 anos de vivência espírita, o que representa que a maioria dos espíritas se tornou espírita depois da adolescência ou da idade adulta.
03. Há quantos anos você é espírita?
Qtde.
%
0 a 1
    261
5,4%
2 a 5
    925
19,3%
6 a 10
    893
18,6%
11 a 20
 1.264
26,3%
21 a 30
    904
18,8%
31 a 40
    345
7,2%
41 a 50
    119
2,5%
> 50
       91
1,9%
Total
4.802
100,0%

04. Formação escolar
A escolaridade dos espíritas é elevada, conforme o IBGE já tinha constatado nos últimos Censos. A maior parte, 76% possui formação Superior ou posteriores.
04. Formação escolar
Qtde.
%
Ensino Fundamental
       87
1,8%
Ensino Médio
 1.065
22,2%
Ensino Superior
 2.212
46,1%
Pós, especialização, mestrado...
 1.438
29,9%
Total
4.802
100,0%


05. Faixa de renda
Segundo o IBGE no Censo 2010, a renda dos espíritas é um pouco maior que de outras religiões, acima de cinco salários mínimos eram 19,7%. Nessa pesquisa, acima de quatro salários somaram 36,2%.

05. Faixa de renda
Qtde.
%
Acima de 20
    100
2,1%
Acima de 10 e até 20
    419
8,7%
Acima de 4 e até 10
 1.219
25,4%
Acima de 2 e até 4
 1.208
25,2%
Até 2 salários mínimos
 1.022
21,3%
Não tenho renda própria
    834
17,4%
Total
4.802
100%

06. Estado onde reside / Quantidade de Cidades da Amostra
Houve participação de todos os estados e do Distrito Federal, abrangendo mais de 700 cidades.
Uma grande concentração nos três estados mais populosos (SP, MG, RJ) atingindo 61,5%. Amapá e Roraima foram os estados com menor participação.

06. Estado onde reside
Sigla
Qtde.
Cidades
%
Acre
AC
37
1
0,8%
Alagoas
AL
25
3
0,5%
Amapá
AP
11
1
0,2%
Amazonas
AM
53
4
1,1%
Bahia
BA
230
47
4,8%
Ceará
CE
87
16
1,8%
Distrito Federal
DF
104
16
2,2%
Espírito Santo
ES
84
17
1,8%
Goiás
GO
120
32
2,5%
Maranhão
MA
36
7
0,8%
Mato Grosso
MT
36
12
0,8%
Mato Grosso do Sul
MS
30
7
0,6%
Minas Gerais
MG
504
104
10,5%
Pará
PA
70
12
1,5%
Paraíba
PB
42
12
0,9%
Paraná
PR
187
39
3,9%
Pernambuco
PE
146
25
3,0%
Piauí
PI
38
4
0,8%
Rio de Janeiro
RJ
607
46
12,6%
Rio Grande do Norte
RN
47
8
1,0%
Rio Grande do Sul
RS
233
62
4,9%
Rondônia
RO
39
8
0,8%
Roraima
RR
4
1
0,1%
Santa Catarina
SC
152
42
3,2%
São Paulo
SP
1843
179
38,4%
Sergipe
SE
16
5
0,3%
Tocantins
TO
19
5
0,4%
Total

4.800
715
100%
Duas respostas do Exterior totalizando 4.802.


07. Cidade onde reside
Foram registradas 715 cidades, cujas quantidades por estado constam da tabela anterior.

08. Endereço opcional de e-mail para receber o resultado da pesquisa
A pesquisa despertou a confiança dos participantes que espontaneamente informaram seus e-mails.

08. Forneceu e-mail
Qtde.
%
Sim
 3.784
78,8%
Não
 1.018
21,2%
Total
 4.802


A grande maioria preferiu usar o e-mail pessoal. Hotmail e Gmail lideram as preferências.
Ocorreram apenas 3 endereços de instituições espiritas (.org).

Provedores de e-mail utilizados
Qtde.
%
Hotmail
 1.624
42,9%
Gmail
 1.620
42,8%
UOL
       94
2,5%
.COM
       91
2,4%
Outlook
       64
1,7%
Bol
       62
1,6%
(Outros)
       45
1,2%
Terra
       44
1,2%
Live
       36
1,0%
IG
       25
0,7%
Globo
       23
0,6%
Yahoo
       16
0,4%
MSN
       13
0,3%
Oi
         8
0,2%
Gov
         6
0,2%
Icloud
         5
0,1%
.ORG
         3
0,1%
R7
         2
0,1%
Superig
         2
0,1%
Ibest
         1
0,0%
Total
3.784
100,0%

9. Você tem parentes, familiares ou amigos trabalhando no Centro Espírita?
Com os dados dessa pesquisa podemos afirmar que os Centros Espíritas reúnem familiares e amigos, mesmo entre aqueles que são apenas frequentadores.

9. Você tem parentes...
Qtde.
%

Sim
 3.741
77,9%

Não
 1.061
22,1%

Total
 4.802




9. Você tem parentes...

10. Qual é o seu relacionamento...
Não
Sim
%
Total

Frequentador
774
1.575
67,0%
2.349

Trabalhador
287
2.166
88,3%
2.453

Total
1.061
3.741

4.802











10. Qual é o seu relacionamento com Centro ou Instituição Espírita?
A pesquisa apresentou um equilíbrio entre frequentadores e trabalhadores, com ligeira predominância deste último. No movimento espírita deve haver mais frequentadores do que trabalhadores.

10. Qual é o seu relacionamento com Centro...
Qtde.
%
Frequentador
2.349
48,9%
Trabalhador
2.453
51,1%
Total
4.802
100,0%

Aqueles que ocupam cargos de direção somaram 7,9%.

10. Qual é o seu relacionamento com Centro...
Qtde.
%
Frequento esporadicamente (de vez em quando)
829
17,3%
Frequento mais regularmente
1.239
25,8%
Nenhum. Frequento raramente
281
5,9%
Sou dirigente, ocupo cargo de diretor ou presidente
377
7,9%
Sou trabalhador voluntário
2.076
43,2%
Total
4.802
100,0%

11. Há quantos anos você trabalha em Centro ou Instituição Espírita?
Os novos voluntários, que trabalharam entre zero e 5 anos, totalizaram 48,6%. Acima de 20 anos de atividade se encontram 13% dos participantes. A média de anos de trabalho é 9,8 anos.

11. Há quantos anos você trabalha...
Qtde.
%
0 a 1
      358
14,6%
2 a 5
      834
34,0%
6 a 10
      487
19,9%
11 a 20
      456
18,6%
21 a 30
      216
8,8%
31 a 40
        71
2,9%
> 40
        31
1,3%
Total
  2.453
100,0%

12. Qual sua atividade principal no Centro ou Instituição Espírita?
As atividades chamadas de “evangelização” tiveram maior participação, com 8,4%. Em segundo lugar encontramos as atividades relacionadas com “passes”, apresentando 5,3%. Alguns não explicitaram a atividade exercida limitando-se a se declararem “trabalhador”(4,1%).


Alguns mencionaram colaborarem com a área de Comunicação (3,3%). Se considerarmos as Palestras e o Atendimento Fraterno como atividades de comunicação, então teremos 9,2% dos trabalhadores nessa área, superando a evangelização.
 


12. Qual sua atividade principal...
 Qtde.
%
(vazio)
        2.349
48,9%
Evangelização
           401
8,4%
Passista
           254
5,3%
Dirigente
           242
5,0%
Trabalhador*
           198
4,1%
Comunicação Social
           160
3,3%
Atendimento Fraterno*
           171
3,6%
Outras
           165
3,4%
Médium
           161
3,4%
Palestrante, Orador, Expositor, Preletor
           109
2,3%
Estudo
             95
2,0%
Diversas (mais de uma atividade)
             90
1,9%
Mocidade, Juventude
             68
1,4%
Assistência social
             65
1,4%
Assistência Espiritual
             59
1,2%
Doutrinador, Esclarecedor, Dialogador
             51
1,1%
Administrativo, Financeiro
             45
0,9%
Educador, Instrutor, Professor
             37
0,8%
Secretaria
             33
0,7%
Biblioteca, Livraria
             32
0,7%
Música, Coral, Arte, Dança, Teatro
             17
0,4%
Total
4.802
100%
                      Trabalhador:  Ajudante, Apoio, Auxiliar, Colaborador, Tarefeiro, Facilitador, Encaminhador, Servidor, Voluntário.
Atendimento Fraterno: Acolhimento, Atendimento Fraterno, recepção, orientador, monitor, entrevistador.



13. Você recebeu treinamento para exercer essa atividade e o que achou?
As respostas indicam que as casas espíritas possuem preocupação quanto à qualidade dos serviços e proporcionam treinamento para boa parte das atividades. Receberam treinamento 78,1% dos trabalhadores.

13. Você recebeu treinamento...
Qtde.
%
Não recebi treinamento
537
21,9%
Recebi e me ajudou bastante
1860
75,8%
Recebi e pouco me ajudou
56
2,3%
Total
2453
100,0%

14. Você aplica passes no Centro Espírita?
Essa pergunta foi feita apenas para os trabalhadores e revela que a atividade de “passes” é a mais comum (60%), embora na questão 12 não tenha sido considerada como atividade principal.

14. Você aplica passes no Centro Espírita?
Qtde.
%
Não
980
40,0%
Sim
1.473
60,0%
Total
2.453
100,0%

 



15. Como você acha que está sendo aproveitada a mediunidade no Centro Espírita?
A maioria dos trabalhadores entende que está sendo bem aproveitada (62,8%). Seria preciso entender melhor o que cada um entende como “bem aproveitada”. Tenho visto médiuns de psicofonia em muitas casas, que não estão exercendo a mediunidade por falta de espaço já ocupado por outros médiuns. Também recebi queixas de médiuns que participam de reuniões e psicografam mensagens há anos em cadernos, as quais não são dadas maior atenção e orientação.

15. Como você acha que está sendo...
Qtde.
%
De modo geral está bem aproveitada
1.541
62,8%
Muito pouco aproveitada
81
3,3%
Não sei
202
8,2%
Poderia ser mais bem aproveitada
629
25,6%
Total
2.453
100%


Veja a continuação dos dados de resultados nas postagens:

   Resultados - Pesquisa para Espíritas de 2016 - Parte 2 de 3
   Resultados - Pesquisa para Espíritas de 2016 - Parte 3 de 3



sábado, 21 de maio de 2016

Nova Pesquisa Nacional para Espíritas – 2ª. Edição 2016


Após a experiência bem-sucedida da pesquisa do ano passado, graças à colaboração de espíritas de todo o Brasil, estou lançando a edição de 2016, agora com novas questões para ajudar a identificar o entendimento dos espíritas sobre temas relativos ao conhecimento espírita.

Como da outra vez, os resultados serão publicados integralmente neste blog atendendo ao objetivo de a pesquisa ajudar as ações comunicativas das instituições espíritas e abrir caminho para futuras pesquisas mais estruturadas cientificamente.

O prazo para preenchimento é até 30 de junho de 2016, depois dessa data os resultados serão publicados.

A pesquisa é independente e não identifica quem responde. Para preenche-la basta clicar no link abaixo que irá abrir um formulário eletrônico do Google.

Desde já agradeço a colaboração de todos os espíritas para levar ao movimento espírita e acadêmico informações inéditas sobre a forma de pensar e atuar dos espíritas.


Permaneço à disposição para outras informações e esclarecimentos.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Você conhece sua identidade espiritual?

Série Reflexões

Qualquer pessoa tem consciência de quem ela é. Isso é muito importante para o seu desenvolvimento, mas não tem conhecimento de como é o seu próprio espírito.

A palavra “identidade” significa o conjunto de características que distinguem uma pessoa e por meio das quais é possível individualizá-la. Não é um ou outro detalhe que caracteriza uma individualidade, mas a percepção do efeito de todos eles. É a consciência que cada pessoa tem de si mesma.
É fundamental ter consciência da nossa identidade, que somos únicos que ninguém é igual a nós. Isso favorece o equilíbrio interior e o bem-estar mental e emocional. Não importa que essa percepção seja essencialmente subjetiva e que as pessoas tenham percepções diferentes acerca de um e de outro. Isso faz parte do nosso processo de crescimento pessoal.
A primeira coisa que gravamos de nós mesmos e que os outros identificam em nós é a nossa imagem. Mesmo que ela se modifique ao longo do tempo, pois engordamos, emagrecemos, perdemos os cabelos, envelhecemos, mas os traços que nos distinguem permanecem a ponto de encontrarmos pessoas que não vemos há décadas e as reconhecermos. O mesmo ocorre com a voz.
As características físicas de cada pessoa são partes integrantes de sua identidade visual, de como ela se reconhece e é reconhecida. Para o espírito isso deve ser verdade até certo momento da evolução, pois o espírito é mais que uma forma, transcende a forma. Há relatos de espíritos que encontraram afins ou desafetos de outra encarnação, com aparência diversa e até sexo diferente.
Perder a percepção de nós mesmos gera graves transtornos mentais. Entre outras coisas, perdemos a capacidade de nos comparar e de melhorar nosso modo de sentir, pensar e agir.
Do ponto de vista da nossa essência, do nosso espírito, de quem somos realmente, essa percepção fica bastante confusa. Um espírito comum quando retorna à pátria espiritual mantém sua última aparência e características da sua personalidade. Um espírito com melhor nível evolutivo poderá lembrar de algumas encarnações e até assumir a personalidade e a identidade visual que desejar.
No primeiro caso a confusão é igual a nossa de encarnados. Julgamos que somos como somos, mas não é verdade. Tivemos muitas encarnações com aparências, sexo e comportamentos diferentes. Nossa personalidade é afetada diretamente por muitas coisas como o corpo físico, a carga genética, a biologia, experiências recentes e às condições socioculturais. Nossa personalidade então, sofre fortes influências a cada encarnação e nunca será a mesma, embora possa ter elementos comuns em evolução.
No segundo caso, no qual os espíritos lembram de várias encarnações, acredito que a dificuldade de entendimento sobre a identidade espiritual seja maior, pois, existirá uma encarnação que deva ser elegida como básica? Em que aspectos? Provavelmente não. Teriam esses espíritos a capacidade de somar todas essas vidas e criar uma única identidade espiritual? Possivelmente, mas apenas em relação a espíritos muito superiores e não para a maioria dos espíritos.
Lembro do fenômeno psíquico da personalidade múltipla.  A personalidade principal é substituída por outras personalidades e a pessoa se transforma em outra com comportamentos, interesses, temperamento e até vocabulário diferente e algumas vezes conflitante com a personalidade primária. Excetuando o caso de influências de outros espíritos, poderá se tratar da emersão de personalidades desenvolvidas em vidas passadas e armazenadas na mente espirital.
A identidade do espírito deve se desenvolver primeiro no mundo espiritual e gradativamente a partir de seus estágios nas encarnações. Este desenvolvimento ocorre na parte inconsciente da mente do espírito que recolhe todas as experiências de vida material e espiritual. Será que a identidade do espírito se consolida em algum momento da evolução? Talvez se desenvolva indefinidamente. Mas em que momento ele consegue se perceber como realmente é? Com a somatória de todas as suas conquistas e imperfeições latentes?
O objetivo desse artigo é fazer um exercício de expansão do pensamento espírita. Há infinitas conexões, e possibilidades para pensar, repensar e desenvolver. E você leitor, o que pensa disso?

Artigo originalmente publicado no jornal Tribuna do Espiritismo Abril 2016

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

A Grande Transição da Terra – o sentido de urgência

obra aborda as mudanças e os impactos que nosso planeta experimenta em níveis cada vez maiores decorrentes da ação negligente do ser humano. A partir de amplo levantamento sobre os estudos realizados por organismos internacionais e pesquisadores de renome, o autor demonstra que a situação delicada que vivemos é real e pode se agravar perigosamente.
Em vários aspectos o jornalista espírita André Trigueiro já trouxe ao movimento espírita alguns desses dados.
Ao longo do livro, o leitor espírita e espiritualista percebe que todas as pessoas estão envolvidas e, de alguma forma responsáveis. Em consequência, todos devem e podem trabalhar para melhorar essa situação. Pensar e agir positivamente fundamentado em verdadeiros valores morais, certamente fará um contraponto imprescindível ao sistema perverso que atualmente domina social, econômico e culturalmente.
Suas informações valem pelo grande potencial de fazer o leitor se voltar para essa realidade. O dia-a-dia nos torna distantes, embora informados, mas fechados em nosso mundo particular.
Considerei excessivas e até desnecessárias as citações de mensagens de espíritos sobre a mudança e a transformação do planeta para um nível evolutivo superior, de regeneração. Para mim questionáveis, mas isso será tratado em outro artigo.
Pela importância dos acontecimentos em curso, o livro merece não apenas ser lido, mas discutido e aprofundado. Eu já estou preparando uma palestra e seminário para tratar desses temas. Como diz o livro, se faz necessário o sentido de urgência!

A Grande Transição da Terra – o sentido de urgência. Denis Moreira. Lúmen Editorial. 2012.

O autor é advogado paraense e atualmente é o coordenador do Grupo de Integração da atuação judicial na defesa do meio ambiente e da regularização fundiária na Amazônia Legal.

Não conheço a autor e estou divulgando por considerar relevantes as informações.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

A Caridade Está Mudando

Novas formas de fazer a caridade com competência e bons resultados


A forma de exercer a caridade entre os espíritas é algo positivo que pode melhorar ainda mais. Muito espírita ainda pensa que deve fazer tudo escondido. Assim, deixa pela manhã no orfanato, 20 quilos de farinha de trigo. Certamente essa pessoa está com a consciência tranquila, satisfeita por ter feito uma boa ação. O orfanato, no entanto, estava precisando de sal, óleo e margarina e tinha tanta farinha que elas se estragaram, criaram bicho. Podemos até pensar que o problema é do orfanato que deve gerenciar a falta ou excesso de alimentos trocando, por exemplo, com outra instituição. Um pouco cômodo da nossa parte. Toda a responsabilidade para os outros e nenhuma para nós. Ora, a caridade pressupõe o uso inteligente dos recursos para atender a todos com eficácia, sem desperdício, inclusive do tempo dos voluntários, que quantas vezes é consumido em ações menos expressivas, deixando de lado tarefas mais produtivas e prioritárias.

Devemos fazer o bem no nível em que estamos capacitados a fazer

É comum o voluntário passar um dia inteiro em uma instituição sem ter feito quase nada produtivo e com qualidade. Esta última, coitada, é costumeiramente deixada de lado, pois tanto o voluntário como a instituição tendem a pensar equivocadamente, que nada se pode exigir de uma doação (cavalo dado não se olha os dentes).

É, muita coisa precisa mudar e felizmente já está mudando para melhor. No princípio pode ser apenas mais um modismo, pois a partir dos anos 90 ficou chique ser voluntário. Nas rodas sociais acabam tendo destaque positivo quem faz algum trabalho voluntário. Para conseguir um bom emprego, muitas vezes é fator relevante.

É o começo. Não podemos esperar que todos iniciem um novo trabalho com um claro entendimento dos problemas sociais, do senso de responsabilidade com a própria sociedade do ponto de vista econômico, social, moral e espiritual. Isso nós alcançamos gradativamente e o espiritismo também tem muito a contribuir, mas não só ele.

Passamos da fase de fazer qualquer bem. Devemos fazer o bem no nível em que estamos capacitados a fazer, sem desprezar nenhuma oportunidade. É preciso ter comprometimento, técnicas, métodos, estratégias, metas, indicadores, avaliações e redefinições. Sobretudo, é necessário buscar sempre os melhores resultados.
No tempo de Kardec, a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, incentivava apenas a caridade individual que deveria ser feita de forma mais velada possível. Apenas quando o espiritismo penetrou no Brasil é que a forma de fazer a caridade encontrou a sinergia do trabalho em grupo, que oferece mais recursos e gera mais estímulos para a motivação das pessoas em favor do próximo.

O foco excessivamente religioso tende a abafar o raciocínio e a análise, gerando paradigmas quase intransponíveis. Quantas vezes escutamos líderes espíritas dizendo que o “importante é fazer o bem”. Com isso quer justificar que fazer o bem está na frente de qualquer outra coisa, como o estudo da doutrina, por exemplo. Que o bem deve ser feito de qualquer jeito, pois o que vale é a intenção. Um tanto pior são alguns líderes confusos por seus próprios sofismas, que não aceitam introduzir na instituição espírita nenhuma técnica de administração, planejamento, marketing, qualidade, pois entendem que elas podem deturpar o espiritismo. Falácia. Todas as técnicas, métodos, doutrinas podem ser bem ou mal empregadas. Até na bíblia encontramos passagens mostrando um Deus sanguinário, vingativo que só pode ser agradado com obediência cega, sacrifícios de animais, sangue e até oferecimento de bebidas alcoólicas. É preciso discernimento.

Precisamos continuar a usar também o conhecimento espírita como fundamento de nossas ações, mas sem desprezar tantos outros conhecimentos e experiências que podem contribuir aos nossos propósitos de progredir e fazer progredir com o mínimo de sofrimento e a máxima participação na construção de uma vida melhor para todos. Fora da educação não há caridade eficaz.

Texto retirado do livro Comunicação & Discernimento, editora EME.


sábado, 29 de agosto de 2015

Pesquisa para o público do Centro Espírita

Um grupo de espíritas da capital de São Paulo realizou uma interessante pesquisa para o público que frequenta 26 casas espíritas da região. Publico para incentivar outros grupos a usarem a pesquisa como instrumento de apoio à gestão da casa espírita.
Seguem os resultados: