sábado, 5 de abril de 2025

Instituições Espíritas no Brasil – Panorama 2024

 Quantos são os espíritas no Brasil? Quantos são os Centros Espíritas?


Introdução

Este estudo apresenta um levantamento do número de instituições espíritas em funcionamento no Brasil, com destaque para os Centros Espíritas. A pesquisa segue a mesma metodologia aplicada em anos anteriores (2000, 2011, 2020, 2022 e 2024), com base nos dados de CNPJ atualizados em agosto de 2024.

O registro da Receita Federal iniciou em 1964, sob o nome CGC (Cadastro Geral de Contribuintes), passando a ser denominado CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) a partir de 1998.

Finalidade da Pesquisa

O objetivo é oferecer subsídios para a análise do Movimento Espírita, identificando o número de instituições ativas, sua distribuição territorial e os municípios ainda não contemplados com representação espírita, possibilitando estratégias mais eficazes por parte das federativas.

Metodologia

A pesquisa iniciou-se com a identificação dos CNPJs por meio dos códigos CNAE mais utilizados pelas instituições espíritas, como atividades de edição de livros, assistência social, educação infantil, organizações religiosas e culturais, entre outros.

Por não haver um código específico que classifique uma instituição como “espírita”, o maior desafio foi filtrar corretamente essas organizações. Para isso, foram consideradas apenas entidades com status “ativo” na Receita Federal, desconsiderando as classificações de baixada, nula, inapta e suspensa.

O primeiro resultado trouxe 1.440.985 CNPJs. Em seguida, foi realizado um refinamento com base em palavras-chave nos campos “Razão Social” e “Nome Fantasia”, como “espírita”, “Kardec”, “Chico Xavier”, “Bezerra de Menezes”, entre outras referências do universo doutrinário. Ao mesmo tempo, foram eliminadas instituições que, embora mencionassem “espírita”, estavam vinculadas a outras tradições religiosas, como umbanda, candomblé e outras práticas afro-brasileiras.

 

Quantidade de Instituições Espíritas

Após os filtros, a base final identificou 9.975 instituições espíritas em atividade no país. Trata-se de uma estimativa bastante próxima da realidade, ainda que não exata.

Também foi realizada uma projeção do porte das instituições com base no número de atendimentos mensais:

Porte   %          Qtd.     Pessoas/mês              Média/Pessoas/mês

Grande             10%        997                             acima de 1.000

Médio               20%     1.995                              entre 301 e 1.000

Pequeno            40%     3.990                              entre 100 e 300

Menor               30%     2.993                              até 99

Esse total supera a soma dos Centros Espíritas registrados nos sites das federativas, indicando uma possível subnotificação nas instâncias oficiais.

A margem de erro estimada é de até 2%, devido à possibilidade de exclusão de centros com nomes pouco característicos ou cadastro com CNAEs atípicos.

 

Número de Espíritas no Brasil

Com base na projeção populacional do IBGE para julho de 2024 (212,6 milhões de habitantes), e mantendo o percentual do Censo de 2010 (2%), o número estimado de espíritas no país é de aproximadamente 4.252.000 pessoas.

Dividindo esse número pelo total de instituições identificadas, obtemos a média de 426 frequentadores e trabalhadores por casa espírita por mês, ou 106 por reunião semanal, sem contar os 5% que se declaram espíritas, mas não frequentam as instituições.

 

Número de Simpatizantes

Além dos adeptos, estima-se um número significativo de simpatizantes — pessoas que, sem se identificarem como espíritas, frequentam esporadicamente os Centros em busca de apoio espiritual, moral ou por curiosidade doutrinária.

Essa população é estimada em 8.504.000 pessoas, o dobro do número de espíritas, o que resultaria em uma média de 852 simpatizantes por casa por mês, ou cerca de 213 por reunião pública semanal. Este dado reforça a relevância social e o alcance das instituições espíritas.

Instituições Ligadas às Federativas

Das 9.975 instituições identificadas, estima-se que 2.993 (30%) não estão vinculadas ao Movimento Espírita formal, ou seja, não estão aderidas às federativas estaduais ligadas à Federação Espírita Brasileira (FEB). Restam, assim, 6.983 centros integrados ao Movimento Federativo, o que indica uma média de 259 instituições por federativa, com ampla variação entre os estados.

O Brasil possui 5.570 municípios (incluindo o Distrito Federal). No entanto, apenas 2.278 municípios possuem instituições espíritas registradas, o que representa 41% do total nacional. Os outros 3.292 municípios (59%) permanecem sem representação institucional do Espiritismo.

Conclusões

Os dados da pesquisa evidenciam a sólida presença do Espiritismo no Brasil, tanto em número de instituições quanto em sua capilaridade social. A estimativa de quase 10 mil Centros Espíritas ativos, com cerca de 4,2 milhões de adeptos e mais de 8,5 milhões de simpatizantes, confirma o papel relevante do Espiritismo no campo religioso e assistencial brasileiro.

Contudo, o fato de quase 60% dos municípios ainda não possuírem representação espírita aponta para um vasto campo de expansão e interiorização do Movimento Espírita. Além disso, a existência de milhares de instituições não vinculadas às federativas revela a diversidade e autonomia do movimento, ao mesmo tempo, em que sinaliza a necessidade de aproximação e diálogo para fortalecimento das estratégias de divulgação da Doutrina.

Essa radiografia atualizada pode subsidiar estratégias mais assertivas para difusão, apoio institucional e fortalecimento do Espiritismo em todas as regiões do país.

Ivan Franzolim


quarta-feira, 5 de março de 2025

O futuro do Espiritismo no Brasil - um exercício mental

 

Bolhas das religiões

Como as pessoas escolhem uma religião?

Pesquisas mostram que a religião é mais frequentemente transmitida de geração em geração, e as pessoas tendem a manter a religião em que foram criadas. Além disso, a religião pode ser uma parte importante da identidade cultural e social de uma pessoa, o que pode dificultar mudar de religião ou abandoná-la.

Alguns países, regiões e cidades com alta densidade de determinada religião, exercerão alta influência na formação religiosa das pessoas, como subproduto da influência cultural.

Vivenciar os hábitos de uma prática religiosa fortalecem a convicção e a permanência nessa religião. Dificilmente uma pessoa se torna adulta e em um momento toma a decisão de qual religião, ou não religião, seguirá. Isso ocorre natural e gradualmente.

Desse modo, podemos assumir que a maioria não conheceu ou procurou conhecer outras religiões, ou mesmo optaram por não ter religião.  Assim, elas não sabem se os ensinos são melhores, apenas seguem por tradição e hábitos incorporados.

 

Dificuldade com o Espiritismo no Brasil

Desde 2015, a Pesquisa Nacional Espírita (PNE) tem apontado uma participação reduzida dos jovens nos Centros Espíritas, tendência que vem se agravando ao longo dos anos. Paralelamente, observa-se que a idade média dos frequentadores está elevada e continua crescendo, atualmente em torno de 54 anos.

Outro dado preocupante é a dificuldade dos pais em incentivar a participação de seus filhos nas atividades espíritas. Além disso, muitas casas espíritas sofreram uma redução significativa no número de trabalhadores e frequentadores durante a pandemia, levando, em alguns casos, ao fechamento definitivo dessas instituições. Esses fatores desenham um cenário desafiador para o crescimento do Espiritismo no Brasil, exigindo estratégias eficazes para garantir sua continuidade e expansão.

Alternativas para a solução
Diante desse panorama, algumas medidas podem ser adotadas para fortalecer a presença do Espiritismo na sociedade brasileira:

·       Engajamento do público infantojuvenil: Os Centros Espíritas devem facilitar a participação das novas gerações, auxiliando os pais nessa tarefa. Isso pode ser feito por meio de palestras e atividades que utilizem linguagem acessível, dinâmica e conectada à realidade dos jovens, evitando um tom excessivamente moralista. Reduzir a ênfase religiosa e valorizar aspectos históricos, filosóficos e científicos do Espiritismo pode tornar o estudo mais atrativo para essa faixa etária.

·       Aproximação dos "sem religião": O número de brasileiros que se declaram sem vínculo religioso tem crescido, passando de 8% em 2010 para uma parcela ainda mais expressiva atualmente. O Espiritismo, com seu caráter filosófico e científico, tem potencial para dialogar com esse público, oferecendo reflexões que vão além da religiosidade tradicional.

·       Fortalecimento do vínculo com os simpatizantes: muitos indivíduos têm afinidade com os princípios espíritas, mas não se engajam ativamente nos Centros Espíritas. Para atraí-los e fidelizá-los, as casas espíritas devem investir em recepção acolhedora, atendimento fraterno acessível, cadastro ativo de frequentadores e comunicação digital eficiente.

·       Presença digital estratégica: A internet e as redes sociais dominam a interação humana contemporânea, sendo essenciais para alcançar novos públicos. Entrevistas, palestras, podcasts, vídeos, artigos, pesquisas, fóruns e blogs devem ser utilizados de forma estruturada e contínua, ampliando o alcance da mensagem espírita e promovendo maior engajamento.

Conclusão

Garantir a manutenção e a expansão do Espiritismo no Brasil é uma responsabilidade compartilhada por todos os espíritas. No entanto, esse desafio deve ser liderado, prioritariamente, pelas federativas e instituições espíritas, que possuem os meios e a influência necessários para implementar estratégias eficazes de aproximação com novos públicos. Somente com um esforço coordenado será possível reverter a tendência de retração e garantir que a Doutrina Espírita continue cumprindo sua missão de esclarecimento e consolo para as futuras gerações.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Resultados da PNE 2024 - Pesquisa Nacional Espírita

Divulgação dos Resultados da PNE 2024

Caros espíritas e estudiosos da Doutrina,

É com grande alegria que compartilho o relatório completo da 10ª edição da Pesquisa Nacional para Espíritas (PNE 2024). Este importante trabalho contou com a participação de 6.087 espíritas de todos os estados e centenas de cidades brasileiras, trazendo dados e reflexões valiosas sobre o perfil, as crenças e os desafios enfrentados pelo Movimento Espírita em nosso país.

A PNE é mais do que um levantamento de informações: é uma ferramenta prática para gestores, trabalhadores e frequentadores de Centros Espíritas que desejam aprimorar suas atividades, fortalecer suas casas e ampliar o alcance da Doutrina Espírita.

No relatório, você encontrará:

Dados sobre o perfil dos espíritas brasileiros: gênero, idade, escolaridade, ocupação e mais.

Hábitos e práticas espíritas: frequência às casas, estudos, trabalho voluntário e uso da tecnologia.

Percepções sobre os Centros Espíritas: desafios de gestão, infraestrutura, acolhimento e relacionamento interno.

Sugestões para melhorias: estratégias para atrair jovens, tornar os Centros mais acolhedores e ampliar o uso da tecnologia.

Tendências e insights para o futuro do Movimento Espírita.

 

🔗 Acesse o relatório completo aqui: 

                 Resultados PNE 2024

🔗 Acesse os anexos com a relação integral das respostas das perguntas com campo aberto, sem alternativas para seleção: 

                        Questão 30

                        Questão 34

                        Questão 35

                        Questão 52

Por que ler o relatório?

Acreditamos que os dados da PNE 2024 podem inspirar mudanças significativas nos Centros Espíritas e no seu Movimento. Compreender melhor o pensamento e as necessidades dos espíritas é o primeiro passo para tornar nossas casas mais acolhedoras, organizadas e conectadas com a realidade atual.

💡 Como usar os resultados?

Planejamento estratégico: Use os indicadores para alinhar ações aos anseios dos frequentadores.

Melhoria na gestão: Identifique áreas prioritárias, como infraestrutura, comunicação e acolhimento.

Divulgação da Doutrina: Explore estratégias sugeridas para alcançar mais pessoas, incluindo jovens.

Sua participação e leitura dos resultados são fundamentais para fortalecer o Espiritismo no Brasil e inspirar novas gerações a abraçar esta Doutrina de amor e esclarecimento. Juntos, podemos construir um Movimento Espírita ainda mais ativo, fraterno e comprometido com os ensinamentos de Allan Kardec.

Fraternalmente,

Equipe PNE 2024

domingo, 17 de março de 2024

Resultados das Pesquisas Espíritas no Mundo de 2023

 


Results of Spiritist Research in the World in 2023

Resultados de las investigaciones espíritas en el mundo en 2023


Pesquisa para Espíritas Mundial - PEM 2023

Pesquisa Espírita Institucional Mundial - PEIM 2023

 

RESULTADOS

É com satisfação que realizamos duas pesquisas espíritas destinadas a compreender melhor como os espíritas fora do Brasil, vivenciam o Espiritismo e interagem nos Centros Espíritas. O objetivo é identificar aspectos positivos e negativos, a fim de facilitar melhoramentos e fortalecer ainda mais a experiência individual e das instituições, tão importantes para o desenvolvimento espiritual e moral de todos nós, com base no conhecimento espírita.

De forma pioneira foram realizadas duas pesquisas em 2023: PEIM – Pesquisa Espírita Institucional Mundial e PEM – Pesquisa para Espíritas Mundial.

Ambas foram elaboradas nos dois idiomas predominantes nos países com participação de espíritas: inglês e espanhol. 

Pesquisa Espírita Institucional Mundial – PEIM 2023
World Institutional Spiritist Research
Investigación Espírita Institucional Mundial
Apoio: CEI – Conselho Espírita Internacional.
13 de setembro a 8 de novembro de 2023 (56 dias).
Recebeu respostas de 27 instituições de 27 países.
 
Pesquisa para Espíritas Mundial – PEM 2023
Survey for World Spiritists
Encuesta para Espiritistas Mundiales
Apoio: ABRADE – Associação Brasileira de Divulgadores Espiritas.
1º de outubro de 2023 a 17 de dezembro de 2023 (78 dias).
Recebeu 664 respostas de espíritas de 60 países.
Os espíritas residentes no Brasil não participaram.

Agradecemos muito a participação de todos nestas pesquisas. Elas são importantes instrumentos para o aprimoramento do entendimento doutrinário dos espíritas e o dos Centros Espíritas. Com o esforço conjunto de dirigentes, colaboradores e frequentadores, poderemos promover melhorias significativas em nossas instituições e na compreensão doutrinária mais fiel, fortalecendo assim o desenvolvimento moral e espiritual, e, consequentemente, ampliando e facilitando a empatia, a caridade e a fraternidade.

Juntos, vamos investir em uma vivência cada vez mais plena e enriquecedora com o apoio da Doutrina Espírita!

Escolha a pesquisa que deseja e clique para baixar o relatório com os resultados:

Baixe o relatório em pdf, contendo todas as respostas. Acesso pelo Google Drive - Documentos.


Clique aqui:

PEM 2023 [português]

PEM 2023 [english]

PEM 2023 [español]


PEIM 2023 [português, english, español]



                            Entre em contato para acertos e sugestões: franzolim@gmail.com







sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Censo 2022 - Estabelecimentos Religiosos

 Enquanto aguardamos os resultados sobre religião do Censo 2022, o IBGE divulgou dados do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE). Fiz uma análise comparando os domicílios (90.600.065) com os estabelecimentos religiosos (579.798).

A tabela abaixo mostra que a quantidade de estabelecimentos religiosos (ER) varia bastante entre os estados.

Seis estados da região Norte são aqueles que possuem mais ER. Enquanto a média Brasil é de 156 domicílios por ER, Amazonas, por exemplo, apresenta 68 domicílios.

A região Sul possui os seus três estados com menor número de domicílios por ER. Paraná, por exemplo, tem 200 domicílios por ER.

Quantos desses estabelecimentos religiosos são espíritas? O Censo usa o critério de não tornar público dados individualizados. Certo! Contudo, poderia apenas indicar o tipo de estabelecimento: católico, evangélico, espírita etc.


Este ano, o IBGE divulgará os resultados sobre religião. Os espíritas eram 2% em 2010. Será que houve crescimento? 

domingo, 27 de agosto de 2023

Resultados da Pesquisa para Jovens 2023

 Estudo de religiosidade nos jovens com e sem religião do Brasil

 


Lançado no dia 08/03/2023 e encerrado em 30/06/2023

A pesquisa teve a finalidade de buscar dados para entender o afastamento dos jovens nos Centros Espíritas, saber as variáveis de influência e se este fenômeno ocorre também em outras crenças.

A pesquisa obteve respostas de 683 jovens de 11 religiões ou crenças, além de ateus, agnósticos e sem religião de 25 estados e 196 cidades do Brasil. Número inferior ao esperado.

Depois de consistida, foram retiradas as respostas de pessoas acima de 29 anos, resultando nos dados de 306 jovens espíritas e 188 de outras crenças. Apenas para comparar as respostas dos jovens espíritas, foram separados os dados respondidos por pessoas acima de 29 anos que totalizou 140.

Confira todos os resultados e analise as manifestações espontâneas dos jovens na parte final do relatório.

Apresente este relatório na sua instituição espírita e avalie conjuntamente para aferir a representatividade dos indicadores na sua região e definir as ações necessárias para atrair e manter os jovens que são o futuro do movimento espírita no Brasil.

 

Baixe o relatório de todos os resultados em pdf, contendo 45 páginas, incluindo as observações, críticas e sugestões dos respondentes. Acesso pelo Google Drive - Documentos

 

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terça-feira, 30 de maio de 2023

Resultados da PNP 2023 - Pesquisa Nacional para Espíritas – 9º. Edição


Encerrada no dia 1º. de maio, a PNP 2023 contou com a participação de 9.166 espíritas residentes em 909 cidades de todos os estados do Brasil.

É uma pesquisa independente que contou com o apoio de divulgação da FEB, FEEES, FEESP, FEEGO, USE e ABRADE – Associação Brasileira de Divulgadores Espíritas.

Seu objetivo é oferecer dados e indicadores para auxiliar as ações de comunicação e de gestão das instituições espíritas e servir de subsídios para a reflexão dos espíritas com relação ao desenvolvimento de seu próprio potencial como espírita e das possibilidades de melhoria das atividades dos Centros Espíritas.

Esses resultados devem ser baixados pelos espíritas para análise, preferencialmente conjunta na casa que participam, para validar a pertinência dos indicadores e tendências apontadas para sua realidade, de modo a subsidiar novas decisões que necessitem de ações para esclarecimento, correção e mitigação dos pontos identificados, bem como de reforçar os aspectos positivos existentes.

A primeira parte do relatório contém os resultados das 50 perguntas feitas nesta edição de 2023. Important ver nos eu final a página com o título Comentários Finais, pois ela resume os pontos de alerta e atenção para o movimento espírita. A segunda parte é constituída pelos depoimentos espontâneos dos espíritas que responderam à pesquisa. Verdadeira essência da pesquisa. Relatos da vivência dos espíritas, seus anseios, expectativas, constatações, temores e motivos de muita satisfação. A terceira parte é um anexo identificando subgrupos distintos de espíritas, por meio da técnica estatística denominada "Análise de Clusters". Vale a pena verificar em que grupo o leitor se enquadraria.

Boa análise para todos com os votos de que essa pesquisa seja útil e traga bons resultados a todos os espíritas, todas as instituições e ao próprio desenvolvimento da Doutrina.!

 

Baixe o relatório de todos os resultados em pdf, contendo 120 páginas, incluindo as observações, críticas e sugestões dos respondentes. Acesso pelo Google Drive - Documentos.

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terça-feira, 21 de março de 2023

Passou da hora de agir!

 

Devemos saber priorizar e dar foco ao que se apresenta mais urgente.


Há anos o Movimento Espírita (ME), vêm apresentando mudanças e indicadores referentes aos espíritas e suas instituições. Os sinais revelam uma situação grave que deveria ser alvo, no mínimo de discussões a procura de soluções.

A idade média dos espíritas vem aumentando desde os três últimos Censos e nas oito edições da PNP 2023 – Pesquisa para Espíritas. Atualmente está em 53 anos!

Há falta de frequentadores, trabalhadores palestrantes e instrutores nas casas espíritas. Há falta de recursos financeiros para a manutenção. Há falta de jovens na maioria das casas espíritas. A PNP mostra que a participação deles é mínima e está reduzindo.

A renovação dos espíritas não consegue superar as perdas, principalmente por idade. O Censo 2010 registrou que o espiritismo foi a religião que mais cresceu, atingindo 2% da população brasileira. O Censo de 2023 provavelmente irá mostrar uma redução, ou, no máximo a manutenção dos 2%.

Consulta na Receita Federal por CNPs espíritas, mostram grande desaceleração na criação de novas instituições e grande aumento de centros baixados e cancelados. Atualmente devemos ter 10 mil instituições, mas já tivemos mais de 15 mil.

A gravidade não está propriamente na perda de espíritas e possibilidade de desvirtuamento da doutrina. Está no compromisso de oferecer seu conhecimento à sociedade, apresentado um caminho alternativo de desenvolvimento moral.

Lives nas redes sociais não conseguem mais de 20 pessoas assistindo, a não ser com a presença de algumas celebridades espíritas. Lives com assuntos relevantes são desprezadas e os poucos participantes nada perguntam ou contribuem e, provavelmente nem compartilham.

Cerca de 20% dos grupos espíritas no Facebook não recebem postagens há mais de ano. Há muitos grupos que não permitem postar, apenas o receber suas publicações. Os espíritas não comentam as postagens e, quando o fazem – ou é para responderem como beatos ou com agressividade.

O modelo de gestão das casas é antiquado e pouco atraente para novas lideranças. Quase não há preparação de novos dirigentes. O planejamento é muito superficial, atendo-se a eventos comuns, datas e responsáveis.

Todas as religiões estão com dificuldades de atrair jovens. Somente algumas linhas evangélicas estão conseguindo, utilizando como chamariz o convívio com outros jovens e a integração pela arte, música, teatro.

Até aí, muitas casas espíritas fazem semelhante com mais ou menos êxito. Contudo, eles oferecem também o imediatismo nas soluções desejadas com o menor esforço e o temor de desagradar a Deus. Talvez estejam aí os fatores determinantes de um público que não podemos atingir, por enquanto.

Quem são os espíritas que frequentam os centros? Boa parte não deve ser constituída por espíritas, mas pessoas interessadas em algum benefício. Quantas delas estamos conseguindo reter? Provavelmente quase nenhuma.

Angeli Torteroli (1849-1928) além de defensor implacável do estudo e da prática da doutrina espírita livre dos misticismos e sincretismos, foi incansável divulgador do espiritismo fora do movimento espírita. Dizia que as ideias e o conhecimento espírita devem ser constantemente oferecidos para o público externo, o que quase não é feito na atualidade.

Precisamos entender que os espíritas do movimento atual foram atraídos décadas atrás por modelos e apelos que não mais motivam pessoas com potencial para serem bons espíritas. Continuar nesse caminho está se demonstrando equivocado, com sérios riscos para a perpetuação da doutrina no Brasil.

O outro lado dessa difícil questão é que não deveríamos atirar a rede a esmo, mas direcionar nossos raciocínios e argumentos para despertar interesse nas pessoas com melhor potencial para vivenciarem corretamente o espiritismo.

Destacou Kardec: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para dominar suas más inclinações”. Isso se consegue estudando e absorvendo o conhecimento espírita o que resultará no aperfeiçoamento moral, finalidade maior.

De forma geral, as palestras são muito superficiais e repetitivas. Os cursos espíritas remotos, presenciais ou híbridos, não mostram as diferentes linhas de pensamento, não estimulam os aprendizes a pesquisarem e raciocinarem, comparando e questionando as ideias apresentadas. Quase não há trabalhos individuais e em grupo, discussão de temas e nem mesmo uma avaliação do aprendizado. Completamente muito distantes dos modelos acadêmicos e dos cursos privados.

São diversas as variáveis e seus níveis de influência que devem ser analisadas visando tornar as casas espíritas mais atrativas e aumentar o fluxo dos frequentadores. Na dificuldade de precisá-las, a recomendação mais sensata será tratar todas elas.

O comportamento e as expressões religiosas em demasia, certamente estão entre elas. Foi essa feição que nos foi apresentada pelos pioneiros da doutrina no Brasil e, foi assim que aprendemos a ser espíritas. Contudo, os indicadores demostram que este modelo não funciona mais para a totalidade das pessoas.

Naturalmente, não é adequado trocar um modelo por outro. Temos de atender o público afeito à ciência, à filosofia e à religião, mantendo coesos os princípios doutrinários e seus conceitos básicos.

Temos atualmente esses três modelos, dominados, cerca de 90% pelos centros religiosos. As outras expressões são muito reduzidas e pesquisa realizada constatou que a maioria dos espíritas não tem conhecimento da sua existência. Aqueles poucos que tiveram informações, foram negativas, contribuindo para a recusa de posições diferentes. Falta convivência mais harmônica, baseada nos pontos comuns e melhor divulgação dos caminhos filosóficos e científicos.

Trabalhadores, dirigentes, expositores, instrutores, divulgadores e todas as instituições espíritas devem dar prioridade a mudar este cenário e a construir outro mais promissor. Criem grupos, marquem reuniões, busquem causas e possíveis soluções.

sexta-feira, 6 de maio de 2022

Resultados da Pesquisa Nacional para Espíritas 2022


A Pesquisa Nacional para Espíritas – PNP 2022 foi publicada dia 15 de fevereiro e encerrada no dia 30 de abril.

Foram 51 questões respondidas por 4.189 espíritas de todos os estados e de 653 cidades.

Seus resultados devem ser analisados pelos espíritas e instituições, no sentido de serem confirmados os indicadores e tendências, para subsidiarem ações eficazes no planejamento de atividades.

Perfil do espírita brasileiro se mantém

Maior participação feminina (66,7%), idade acima de 40 anos (84%), casado ou união estável (60,8%), curso superior ou acima (78,7%), aposentado ou servidor público (48,5%), trabalhador ou dirigente voluntário (74,6%), se considera espírita há mais de dez anos (78%), faz regularmente a reunião do evangelho no lar (69,4%), costuma consultar os livros da Codificação para estudo ou leitura diariamente ou semanalmente (74,1%).

Consulte o arquivo pdf com todos os resultados. Incluídos uma amostra dos comentários, críticas e sugestões recebidas dos espíritas e que constituem material relevante para análise.

 

CLIQUE AQUI para baixar o arquivo com os resultados da PNP 2022.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

O Nascimento e a Idade de Jesus

 


Em que ano estamos? Na contagem que usamos a partir do nascimento de Jesus, o ano corrente seria 4 a 6 anos à frente! Saiba mais a respeito.

Aprendemos tradicionalmente que Jesus nasceu em 25 de dezembro do ano denominado ano 1, que viveu trinta e três anos, morrendo, portanto, no ano 33. O estudo das pesquisas históricas e das informações do plano espiritual, nos revelam um pouco mais sobre a idade de Jesus. Dados como esses enunciados no início do parágrafo são, atualmente, categoricamente rejeitados.

Como começou a ser calculada a era cristã

Até quinhentos anos após a morte de Jesus, a contagem dos anos era feita a partir do ano da fundação de Roma.

Atribuí-se ao Monge Dionísio - o Pequeno, a contagem atual dos anos, partindo-se da suposta data do nascimento de Jesus. Monge Dionísio viveu em Roma entre os anos 500 e 545, traduzindo do grego para o latim diversas obras eclesiásticas.

Ao elaborar uma tabela com a data da Páscoa numa série de anos, ele usou pela primeira vez a expressão "era cristã", designando os anos subsequentes ao ano de 753 da fundação de Roma.

Sabe-se atualmente que ele errou, tanto ao esquecer de colocar o ano zero intermediando os dois períodos, como ao fixar o nascimento de Jesus no ano 753. Consequentemente, está errado contar como ano 1 do período cristão, o ano de 754. Os historiadores concordam com essa análise, porém, divergem quanto ao ano exato de nascimento, estabelecendo um período plausível de até seis anos antes de 753.


Anos da 

fundação de Roma:    748  749  750  751  752  753  754  755  756  757  758

Anos da era cristã:       -6     -5    -4     -3     -2     -1     1      2      3      4      5


O ano que nasceu Jesus

- a contradição dos evangelhos

Ao se estudar os evangelhos, fica patente que os evangelistas não tiveram nenhuma preocupação de elaborar um documento de registro histórico e geográfico. A finalidade única era de exaltação e apresentação da mensagem (Boa Nova), para transformação de toda a humanidade.

Há, portanto, um conflito entre os dados históricos do Evangelho segundo Mateus e do Evangelho segundo Lucas. Os outros Evangelhos não se referem ao nascimento de Jesus.


   Mateus 2:1 Tendo nascido Jesus em Belém da Judeia nos dias do Rei Herodes.

   Lucas   2:1 Naqueles dias saiu um decreto de César Augusto ordenando um recenseamento de toda a terra. Este foi o primeiro recenseamento no governo de Quirino na Síria.

Herodes, denominado o Grande e como Rei dos Judeus, nasceu em 73 a.C. e morreu em 4 a.C. (ano 750 da fundação de Roma).

Públio Sulpício Quirino foi governador da Síria entre os anos 6 e 12 d.C. Esse fato dificulta a conciliação dos dados históricos. Alguns historiadores acreditam que Quirino pudesse ter sido governador da Síria de 11 a 9 a.C., ou que tivesse um cargo de autoridade semelhante nesse período, quando teria iniciado o recenseamento, finalizado pelo governador Gaio Sêncio Saturnino, que governou a Síria entre 9 a 6 a.C.

Para se conciliar as datas, tería-se que estabelecer o ano 6 a.C. ou anos próximos (747, 748 ou 749), o qual Herodes reinava e Saturnino finalizava o recenseamento e o último ano de seu governo. Ocorre, entretanto, que não há registro histórico de um recenseamento nesta época, embora fosse um evento importante, que não deixaria de ser citado em algumas das fontes históricas.


segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Resultados da Pesquisa Lives e Vídeos Espíritas 2021

 


Pesquisa inédita, com período de coleta no mês de outubro de 2021, obtendo 1034 respostas de 26 estados e 283 cidades.

Seu objetivo é conhecer melhor a experiência de utilização dos meios de comunicação Lives e Vídeos durante a pandemia, para poder aperfeiçoar o seu uso.

Os participantes fizeram comentários relevantes que vão além dos resultados estatísticos tabulados e merecem apreciação.

Muitos aspectos positivos foram registrados e muitos outros apresentaram oportunidade de melhorias.

Gratidão a todos que puderam colaborar com esta pesquisa.

 

Clique no título do documento em pdf para baixar a pesquisa (1.823 KB):

 

Pesquisa Lives e Vídeos Espíritas 2021

domingo, 18 de julho de 2021

Quantos são os Espíritas no Brasil e no Mundo?

Somos menos que pensamos!

Uma pessoa espírita costuma ter relacionamentos também espíritas, frequenta um Centro Espírita, participa de eventos presenciais e online com muitos outros espíritas de todo o Brasil e do mundo! Recebe mensagens, assiste filmes, vê vídeos, sites, portais, lê livros, jornais, revistas, blogs, etc.

Segundo a pesquisa Mercado Editorial Espírita 2017, o movimento espírita tinha, neste ano, 8.407 títulos de livros escritos por 1.691 autores, em mais de vinte gêneros e produzidos por 181 editoras espíritas.

Tudo isso dá a impressão de que os espíritas são muitos, mas, a realidade mostra um grupo atuante, embora ainda pequeno.

Este estudo procura se fundamentar em fatos e se aproxima bastante da realidade, indicando que há inúmeras oportunidades para oferecer o conhecimento espírita a muitas pessoas e, assim, ajudar, não só a manter viva a doutrina, mas favorecer o seu crescimento e desenvolvimento.

Não é tarefa das federativas, das instituições espíritas, mas de todos os espíritas. 

Os espíritas brasileiros

Segundo o Censo 2010, pesquisa elaborada com critérios científicos, os espíritas brasileiros são 2% de uma população, estimada em junho de 2021 pelo IBGE[i] em 213.200.000. Este percentual representa, nesta data, 4.264.000 de espíritas.

Em 1991, os espíritas eram 1,12% e no Censo 2000 passamos para 1,38%.

Os evangélicos alcançaram 22,2%, os católicos caíram para 64,6% e aqueles que se declararam sem religião totalizaram 8,0% dos brasileiros. Todas as outras religiões estão nos 3,2% restantes, incluindo as respostas “não sabe/não declarou”.

A idade média do espírita foi de 37 anos no Censo 2010 e está atingindo 50 anos na PNP – Pesquisa Nacional para Espíritas 2021. A presença de jovens nas casas espíritas tem fortes indícios de estar em baixa há, pelo menos uma década. Boa parte dos novos espíritas possuem mais de 40 anos.

Entrando menos pessoas jovens, o ciclo perde alimentação e o movimento pode baixar gradativamente o número de espíritas. Fator preocupante. Será necessário realizar ações e campanhas de comunicação por todo o Brasil, além da atuação em pontos específicos que, certamente, poderão colaborar com essa evasão.

Pontos como uma gestão mais moderna das instituições, descentralizando decisões, oferecendo aos jovens a oportunidade do serviço com responsabilidade e também com a autoridade equivalente. Manter a casa sempre aberta ao diálogo, criando canais facilitadores com seus trabalhadores e frequentadores. Oferecer espaço para a análise doutrinária das questões sociais atuais e rever eventual posicionamento excessivamente religioso no padrão das religiões tradicionais, uma vez que a doutrina é religião apenas do ponto de vista da filosofia. Criar a mentalidade da autonomia moral espírita, que privilegia a liberdade e o aprendizado, longe das ideias de recompensa e punição.

Distribuição da população por sexo e faixas de idade 2010


Somos, no total, apenas 2% da população, mas 21 estados estão com índice menor, sendo 13 com menos de 1%. Maranhão é o estado com menos espíritas, com percentual de 0,19%.

Em relação ao Censo anterior de 2000, temos quatro quedas nos estados de Goiás (-12,43%), Mato Grosso (-5,76%), Pará (-17,13%) e Amazonas (-7,65%).

Rio de Janeiro é o estado com mais espíritas (4,05%), seguido do Distrito Federal (3,5%), São Paulo (3,29%) e Rio Grande do Sul (3,21%).

Quadro Espíritas por Estado - Evolução


Ficamos na expectativa do resultado do Censo 2022, que deveria ter sido feito em 2020! Será que os espíritas aumentarão, permanecerão no mesmo patamar, ou diminuirão?


A questão dos simpatizantes do espiritismo no Brasil

Talvez para compensar a pequena participação dos espíritas no Brasil (2% no Censo 2021), as estimativas sobre o número de simpatizantes do espiritismo atingem cifras elevadas de 20 e até 30 milhões.

Devem ser considerados como simpatizantes, não apenas aqueles que frequentam esporadicamente as casas espíritas, mas, sobretudo, aqueles que demonstram interesse com alguns princípios e conceitos espíritas, leem livros e participam de redes sociais espíritas.

É verdade que a mídia aprecia bastante temas espiritualistas também adotados pela doutrina, como reencarnação, comunicação com os espíritos e outros vinculados pela sociedade ao espiritismo, mas que na compreensão Kardequiana apresenta entendimentos muitas vezes bastante diferentes, como punição, castigo, causa e efeito, trevas, umbral, cidades espirituais, passe, etc.

Pesquisas comprovam a simpatia por parte do povo brasileiro à essas temáticas, mesmo que suas religiões possam não concordar.

Temos de considerar, contudo, que parte significativa desses simpatizantes, procuram as casas espíritas, mais pela possibilidade de receber uma ajuda, do que pelo interesse em sua filosofia ou de melhor compreensão de alguma questão existencial.

Uma estimativa mais realista situaria os simpatizantes entre aqueles que realmente começam a cogitar a decisão de se tornarem espíritas. Dificilmente seriam mais que 1% da população, ou 50% do número atual de espíritas. O que já pode ser considerado uma estimativa otimista.


Centros Espíritas no Brasil


Foto: Jornal Mundo Espírita

São otimistas as estimativas na internet, variando entre 15 e 20 mil Centros Espíritas no país.

Dados mais realistas, contudo, apontam para um montante menor e uma situação até preocupante.

Segundo Pesquisa Instituições Espíritas no Brasil, de 2020, baseada na base de CNPJ e código de atividade (CNAE), a quantidade de instituições espíritas é 11.916. Esse número considera todo o tipo de organização espírita, como fundação, associação, abrigo, creche, orfanato, hospital e apenas os CNPJs ativos.

Como esse levantamento foi feito antes da pandemia, é provável que o número de Centros Espíritas seja menor, pois, muitos acabaram fechando ou paralisando suas atividades.

Foram encontradas 2.592 casas espíritas que não existem mais, registradas como “baixadas”, a maioria entre 1990 e 2020, o que representa uma média de 86 instituições extintas por ano.

Por outro lado, é muito baixa a participação nos 5.568 municípios brasileiros, apenas 41%, sendo que 3.287 cidades (59%) não possuem registro da presença de nenhuma instituição espírita.

Existem quase ¾ de casas espíritas nas capitais e ¼ nas cidades do interior.

Quadro Centros Espíritas por Estado – Capital e Interior

Legenda: o Distrito Federal é a menor unidade federativa brasileira e a única que não tem municípios.

Acre, Amapá e Roraima são estados com menor número de Centros Espíritas.


Centros Espíritas no Mundo



Este estudo foi feito a partir do levantamento de Elsa Rossi (2013) revisado no Congresso em Santa Cruz de La Sierra em 2019, e atualizado agora através de consultas à espíritas e entidades representativas dos países, pela internet e e-mail[i].

A atualização dos dados foi marcada pela dificuldade da obtenção dos números atuais de Centros Espíritas em cada país e conseguir desconsiderar instituições que praticam um Espiritismo claramente desvirtuado em alguns de seus princípios e com forte sincretismo com outras doutrinas e seitas locais, como podemos destacar em Cuba, Porto Rico e Venezuela.

Países da Europa, Estados Unidos e Canadá possuem a maioria das instituições espíritas mantidas e frequentadas por brasileiros residentes. Quase todas tiveram de adaptar o modelo brasileiro à cultura local, atenuando tanto quanto possível, a ênfase no Religiosismo tradicional, para conseguir alguma adesão dos nativos.

Após mais de 160 anos de existência do espiritismo, identificamos apenas 740 instituições espíritas em 55 países. O levantamento, em sua origem, apresentava número superestimado, com mais de 1800 Centros Espíritas no exterior.

A mídia encontra sempre projeções superestimadas para publicar, chegando a estimar em 13 milhões o número de espíritas no mundo[ii], dado que não encontramos fundamento.

Os 740 centros estão divididos em 55 países (excetuando o Brasil), sendo três de língua portuguesa com 10,7% dos Centros Espíritas, 15 de língua espanhola representando 44,1% dos Centros.

Em geral, são constituídos por 10 a 20 voluntários e o dobro de frequentadores. Com esses números multiplicados pela quantidade de Centros Espíritas levantados, encontramos o máximo de 44.400 espíritas que trabalham ou frequentam a instituição. Acrescentando 20% de espíritas que não estariam vinculados a nenhuma instituição, o número total de espíritas no exterior não ultrapassaria 55.000. Se quisermos contar apenas os nativos, esse número ficaria menor que 20 mil.

Kardec registrou na Revista Espírita de Janeiro de 1869, no item Proporção relativa dos espíritas: “Pode se estimar o número de espíritas do mundo inteiro em seis a sete milhões.” Isso significa que a quantidade de espíritas no planeta diminuiu após Kardec.

 Quadro Resumo de Centros por Continente

Legenda: Part. 1 = Percentuais países por continente;
Part. 2 = Percentual de Centros por continente.


Tabela dos Países com Centro Espírita


Artigo originalmente publicado em: https://abrade.com.br/quantos-sao-os-espiritas-no-brasil-e-no-mundo/


[i] Colaboraram com esse estudo diversas pessoas, destacadamente Chales Kempf, Jon Aizpurua, Eduardo Miyashiro, Júlia Nezu, Elsa Rossi e ADE-Japão.

[ii] https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47751865

[i] https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/index.html