A evolução do espírito ocorre em todos os sentidos,
sintetizados como:
conhecimento e moralidade ou sabedoria e sentimento.
conhecimento e moralidade ou sabedoria e sentimento.
Os espíritos existem em diferentes classes e níveis
evolutivos. Conforme ressalta o espírito André Luiz, eles vivem em cidades
espirituais, cada uma abrigando espíritos de uma mesma faixa evolutiva.
Este artigo se baseia nas características e condições de
espíritos comuns propensos ao bem, que cometem erros e algumas maldades.
O espírito se desenvolve tanto no seu mundo espiritual,
chamado em O Livro dos Espíritos por erraticidade, como no mundo material por
meio das encarnações, denominado pelo mesmo livro como transitório.
"Nos intervalos das encarnações, aprendereis numa hora o que na Terra vos exigiria anos de aprendizado." Kardec, pergunta 898 de O Livro dos Espíritos
Considerando os relatos trazidos pela mediunidade de que
existe uma quantidade de espíritos quatro a cinco vezes superiores à população
de encarnados, podemos concluir que o espaço de tempo que os espíritos
permanecem no mundo espiritual deve ser, em média, maior que a duração das suas encarnações,
isto é, eles ficam mais tempo na dimensão espiritual.
O espírito encarnado sofre o condicionamento do corpo físico
que, de modo geral, reduz seus sentidos, sua capacidade intelectual e deve
também influenciar no modo de sentir e lidar com suas emoções. Essa influência
pode ser maior ainda, atingindo até aspectos do comportamento, personalidade,
tendências e vocações.
Imagine um espírito que progrediu musicalmente acima da
média. Ele estará tão envolvido e sensível à música que dificilmente conseguirá
se dedicar ao desenvolvimento de outras artes e saberes, a não ser que essa
memória seja de alguma maneira atenuada ou bloqueada na encarnação, ajudando-o
a penetrar em outros campos de aprendizado.
O espírito desencarnado, por sua vez, excetuando uma
condição de enfermidade e desequilíbrio, faz melhor uso de sua capacidade
sensitiva e intelectual, pois está no seu ambiente natural e sem o corpo
físico. Relatos da espiritualidade a partir do espírito de André Luiz, pelo
médium Francisco Cândido Xavier, dão conta de que os espíritos comuns, que
residem na colônia Nosso Lar, adquirem ou descobrem possuir aptidões como:
memória de outras vidas, levitação, telepatia, autotransporte, capacidade de
mudar a aparência do perispírito, capacidade objetiva de curar encarnados e
desencarnados, além das percepções sensoriais mais desenvolvidas ou apuradas.
Podemos supor que a partir de um nível evolutivo não muito
distante, sua vida se desenvolva em um
tempo muito mais acelerado que o dos encarnados, podendo raciocinar e agir mais
rapidamente e, consequentemente, aproveitar melhor o tempo e as experiências.
Uma pessoa que se destaque pelo seu saber aqui na Terra
estaria, na verdade, expondo apenas uma parte de sua verdadeira capacidade
intelectual que teria condições mais favoráveis para se expressar na dimensão
espiritual. Uma analogia possível seria a de um engenheiro do século 21
retornar a viver no século anterior esquecendo tudo o que aprendeu. Ele poderia
fazer progressos, mas teria mais condições de progredir no seu próprio tempo
com os conhecimentos mais avançados de sua área.
Assim sendo, tudo leva a crer que o mundo natural dos
espíritos proporcione melhor condição de aprendizado intelectual, estando o
espírito na sua melhor capacidade sensitiva e cognitiva.
O desenvolvimento dos sentimentos, porém, pode ter melhores
resultados na vida física por vários motivos. Pela facilidade de se relacionar
com pessoas de diferentes níveis de evolução, que no mundo espiritual estariam
em locais ou planos diferentes. Pelo esquecimento de tudo com o que foi afetado
pelos outros e ainda por não conseguir reconhecer claramente os verdadeiros
sentimentos dos outros e vice-versa.
Por um lado, não sofrendo as interferências como no corpo
físico, com hormônio, glândula, sistema nervoso, genes e fluido vital, o
espírito pode permanecer mais pleno ante suas emoções. Por outro lado,
desencarnado, irá conviver com a realidade de não poder esconder seus
sentimentos, o que poderá gerar dificuldades para ele ante possíveis desafetos.
Nesse sentido, as encarnações proporcionariam tanto o
contato com essa diversidade em situações e contextos mais promissores, como o
esquecimento temporário dos sentimentos com relação a cada pessoa, o que
certamente favorece a revivência desses relacionamentos com a oportunidade de
transformá-los para melhor.
Assim, levando em conta esse raciocínio, a finalidade principal das encarnações seria
o desenvolvimento dos sentimentos e o aprimoramento das emoções que
constituem reações emotivas derivadas da maneira de sentir de cada pessoa e que
configuram os reflexos psíquicos condicionados que temos de refinar. A melhoria
do relacionamento com os espíritos que não desenvolvemos afinidade e, os
ajustes de relacionamento com aqueles que sofreram atrito parecem ser outro
objetivo relevante das encarnações.
A parte intelectual naturalmente também progride no ambiente
terrestre, principalmente pelo esforço mental para criar e produzir
utilizando-se instrumentos materiais limitados, mas deve progredir menos que na
espiritualidade. Há muitas indicações de que ela deve estar totalmente ligada
aos sentimentos e que não irradiamos um único pensamento sem que esteja
revestido de algum sentimento. Essa ligação faz com que o homem esteja sempre
buscando as razões para justificar o seu modo de sentir.
Podemos concluir que os avanços tecnológicos e científicos
aqui na matéria seriam provavelmente consequências de pesquisas e descobertas
feitas originalmente no mundo espiritual. Contudo, os avanços no campo do
sentimento são conquistas que o espírito acumula mais no mundo material, até um
nível de evolução, do que no mundo espiritual. Assim, devemos dar mais
importância às coisas que geralmente são deixadas em um segundo plano, como o
relacionamento com as pessoas e com toda a natureza, bem como a qualidade dos
sentimentos para com elas e consigo mesmo.
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