domingo, 18 de julho de 2021

Quantos são os Espíritas no Brasil e no Mundo?

Somos menos que pensamos!

Uma pessoa espírita costuma ter relacionamentos também espíritas, frequenta um Centro Espírita, participa de eventos presenciais e online com muitos outros espíritas de todo o Brasil e do mundo! Recebe mensagens, assiste filmes, vê vídeos, sites, portais, lê livros, jornais, revistas, blogs, etc.

Segundo a pesquisa Mercado Editorial Espírita 2017, o movimento espírita tinha, neste ano, 8.407 títulos de livros escritos por 1.691 autores, em mais de vinte gêneros e produzidos por 181 editoras espíritas.

Tudo isso dá a impressão de que os espíritas são muitos, mas, a realidade mostra um grupo atuante, embora ainda pequeno.

Este estudo procura se fundamentar em fatos e se aproxima bastante da realidade, indicando que há inúmeras oportunidades para oferecer o conhecimento espírita a muitas pessoas e, assim, ajudar, não só a manter viva a doutrina, mas favorecer o seu crescimento e desenvolvimento.

Não é tarefa das federativas, das instituições espíritas, mas de todos os espíritas. 

Os espíritas brasileiros

Segundo o Censo 2010, pesquisa elaborada com critérios científicos, os espíritas brasileiros são 2% de uma população, estimada em junho de 2021 pelo IBGE[i] em 213.200.000. Este percentual representa, nesta data, 4.264.000 de espíritas.

Em 1991, os espíritas eram 1,12% e no Censo 2000 passamos para 1,38%.

Os evangélicos alcançaram 22,2%, os católicos caíram para 64,6% e aqueles que se declararam sem religião totalizaram 8,0% dos brasileiros. Todas as outras religiões estão nos 3,2% restantes, incluindo as respostas “não sabe/não declarou”.

A idade média do espírita foi de 37 anos no Censo 2010 e está atingindo 50 anos na PNP – Pesquisa Nacional para Espíritas 2021. A presença de jovens nas casas espíritas tem fortes indícios de estar em baixa há, pelo menos uma década. Boa parte dos novos espíritas possuem mais de 40 anos.

Entrando menos pessoas jovens, o ciclo perde alimentação e o movimento pode baixar gradativamente o número de espíritas. Fator preocupante. Será necessário realizar ações e campanhas de comunicação por todo o Brasil, além da atuação em pontos específicos que, certamente, poderão colaborar com essa evasão.

Pontos como uma gestão mais moderna das instituições, descentralizando decisões, oferecendo aos jovens a oportunidade do serviço com responsabilidade e também com a autoridade equivalente. Manter a casa sempre aberta ao diálogo, criando canais facilitadores com seus trabalhadores e frequentadores. Oferecer espaço para a análise doutrinária das questões sociais atuais e rever eventual posicionamento excessivamente religioso no padrão das religiões tradicionais, uma vez que a doutrina é religião apenas do ponto de vista da filosofia. Criar a mentalidade da autonomia moral espírita, que privilegia a liberdade e o aprendizado, longe das ideias de recompensa e punição.

Distribuição da população por sexo e faixas de idade 2010


Somos, no total, apenas 2% da população, mas 21 estados estão com índice menor, sendo 13 com menos de 1%. Maranhão é o estado com menos espíritas, com percentual de 0,19%.

Em relação ao Censo anterior de 2000, temos quatro quedas nos estados de Goiás (-12,43%), Mato Grosso (-5,76%), Pará (-17,13%) e Amazonas (-7,65%).

Rio de Janeiro é o estado com mais espíritas (4,05%), seguido do Distrito Federal (3,5%), São Paulo (3,29%) e Rio Grande do Sul (3,21%).

Quadro Espíritas por Estado - Evolução


Ficamos na expectativa do resultado do Censo 2022, que deveria ter sido feito em 2020! Será que os espíritas aumentarão, permanecerão no mesmo patamar, ou diminuirão?


A questão dos simpatizantes do espiritismo no Brasil

Talvez para compensar a pequena participação dos espíritas no Brasil (2% no Censo 2021), as estimativas sobre o número de simpatizantes do espiritismo atingem cifras elevadas de 20 e até 30 milhões.

Devem ser considerados como simpatizantes, não apenas aqueles que frequentam esporadicamente as casas espíritas, mas, sobretudo, aqueles que demonstram interesse com alguns princípios e conceitos espíritas, leem livros e participam de redes sociais espíritas.

É verdade que a mídia aprecia bastante temas espiritualistas também adotados pela doutrina, como reencarnação, comunicação com os espíritos e outros vinculados pela sociedade ao espiritismo, mas que na compreensão Kardequiana apresenta entendimentos muitas vezes bastante diferentes, como punição, castigo, causa e efeito, trevas, umbral, cidades espirituais, passe, etc.

Pesquisas comprovam a simpatia por parte do povo brasileiro à essas temáticas, mesmo que suas religiões possam não concordar.

Temos de considerar, contudo, que parte significativa desses simpatizantes, procuram as casas espíritas, mais pela possibilidade de receber uma ajuda, do que pelo interesse em sua filosofia ou de melhor compreensão de alguma questão existencial.

Uma estimativa mais realista situaria os simpatizantes entre aqueles que realmente começam a cogitar a decisão de se tornarem espíritas. Dificilmente seriam mais que 1% da população, ou 50% do número atual de espíritas. O que já pode ser considerado uma estimativa otimista.


Centros Espíritas no Brasil


Foto: Jornal Mundo Espírita

São otimistas as estimativas na internet, variando entre 15 e 20 mil Centros Espíritas no país.

Dados mais realistas, contudo, apontam para um montante menor e uma situação até preocupante.

Segundo Pesquisa Instituições Espíritas no Brasil, de 2020, baseada na base de CNPJ e código de atividade (CNAE), a quantidade de instituições espíritas é 11.916. Esse número considera todo o tipo de organização espírita, como fundação, associação, abrigo, creche, orfanato, hospital e apenas os CNPJs ativos.

Como esse levantamento foi feito antes da pandemia, é provável que o número de Centros Espíritas seja menor, pois, muitos acabaram fechando ou paralisando suas atividades.

Foram encontradas 2.592 casas espíritas que não existem mais, registradas como “baixadas”, a maioria entre 1990 e 2020, o que representa uma média de 86 instituições extintas por ano.

Por outro lado, é muito baixa a participação nos 5.568 municípios brasileiros, apenas 41%, sendo que 3.287 cidades (59%) não possuem registro da presença de nenhuma instituição espírita.

Existem quase ¾ de casas espíritas nas capitais e ¼ nas cidades do interior.

Quadro Centros Espíritas por Estado – Capital e Interior

Legenda: o Distrito Federal é a menor unidade federativa brasileira e a única que não tem municípios.

Acre, Amapá e Roraima são estados com menor número de Centros Espíritas.


Centros Espíritas no Mundo



Este estudo foi feito a partir do levantamento de Elsa Rossi (2013) revisado no Congresso em Santa Cruz de La Sierra em 2019, e atualizado agora através de consultas à espíritas e entidades representativas dos países, pela internet e e-mail[i].

A atualização dos dados foi marcada pela dificuldade da obtenção dos números atuais de Centros Espíritas em cada país e conseguir desconsiderar instituições que praticam um Espiritismo claramente desvirtuado em alguns de seus princípios e com forte sincretismo com outras doutrinas e seitas locais, como podemos destacar em Cuba, Porto Rico e Venezuela.

Países da Europa, Estados Unidos e Canadá possuem a maioria das instituições espíritas mantidas e frequentadas por brasileiros residentes. Quase todas tiveram de adaptar o modelo brasileiro à cultura local, atenuando tanto quanto possível, a ênfase no Religiosismo tradicional, para conseguir alguma adesão dos nativos.

Após mais de 160 anos de existência do espiritismo, identificamos apenas 740 instituições espíritas em 55 países. O levantamento, em sua origem, apresentava número superestimado, com mais de 1800 Centros Espíritas no exterior.

A mídia encontra sempre projeções superestimadas para publicar, chegando a estimar em 13 milhões o número de espíritas no mundo[ii], dado que não encontramos fundamento.

Os 740 centros estão divididos em 55 países (excetuando o Brasil), sendo três de língua portuguesa com 10,7% dos Centros Espíritas, 15 de língua espanhola representando 44,1% dos Centros.

Em geral, são constituídos por 10 a 20 voluntários e o dobro de frequentadores. Com esses números multiplicados pela quantidade de Centros Espíritas levantados, encontramos o máximo de 44.400 espíritas que trabalham ou frequentam a instituição. Acrescentando 20% de espíritas que não estariam vinculados a nenhuma instituição, o número total de espíritas no exterior não ultrapassaria 55.000. Se quisermos contar apenas os nativos, esse número ficaria menor que 20 mil.

Kardec registrou na Revista Espírita de Janeiro de 1869, no item Proporção relativa dos espíritas: “Pode se estimar o número de espíritas do mundo inteiro em seis a sete milhões.” Isso significa que a quantidade de espíritas no planeta diminuiu após Kardec.

 Quadro Resumo de Centros por Continente

Legenda: Part. 1 = Percentuais países por continente;
Part. 2 = Percentual de Centros por continente.


Tabela dos Países com Centro Espírita


Artigo originalmente publicado em: https://abrade.com.br/quantos-sao-os-espiritas-no-brasil-e-no-mundo/


[i] Colaboraram com esse estudo diversas pessoas, destacadamente Chales Kempf, Jon Aizpurua, Eduardo Miyashiro, Júlia Nezu, Elsa Rossi e ADE-Japão.

[ii] https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47751865

[i] https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/index.html


quarta-feira, 21 de abril de 2021

Sumário da Pesquisa Nacional para Espíritas – PNP 2021


Sinopse

Resumo dos resultados da sétima edição da Pesquisa Nacional para Espíritas – PNP 2021, publicada no início de fevereiro e encerrada no final de março. Elaborada com 52 questões, divididas em cinco sessões e distribuída por link do formulário eletrônico do Google, em postagens no Facebook e WhatsApp. Recebeu 3.525 respostas de 27 estados e 529 cidades do Brasil. No final desta página você poderá fazer o download do relatório completo.

Perfil do espírita

Segundo os dados da PNP nesta edição, o espírita brasileiro pode ser descrito como do gênero feminino (66,4%), 52 anos, com curso superior ou acima (80%), ganha 4 salários mínimos ou acima (48,4%), aposentado (26,1%) ou servidor público (18,5%), religião da família era católica (71,7%), possui filhos (72,7%), se considera espírita há 15 anos ou mais (64,8%), voluntário (72,7%) do Centro Espírita há mais de dez anos (58%) e vai ao Centro Espírita de automóvel próprio, carona ou moto (71,3%).

Sobre questões sociais

Para 67%, os Centros Espíritas deveriam estar mais engajados nas questões sociais relacionadas aos direitos humanos.

Quase metade (49,1%), entende que descriminalizar o uso de drogas poderia aumentar o número de dependentes químicos e delitos.

O fato de milhões de animais serem mortos diariamente para alimentar as pessoas, causa algum incômodo moral para 78,6% dos respondentes.

Acreditam que a compra e uso de armas deveria ter mais restrições (84,9%).

Consideram que a homofobia deveria ser criminalizada (68,8%) e pensam que a corrupção faz parte da cultura dos brasileiros e será difícil mudar (67,7%).

São de opinião que a pena de morte não seria uma solução para a redução de crimes violentos (89,2%), que a eutanásia não seria aconselhável para casos de doenças incuráveis ou terminais (77,2%) e não consideram uma boa decisão, a Argentina ter legalizado o aborto até a 14 semanas de gestação (76,7%).

Impactos da pandemia na vida dos espíritas

Para 51,6%, a pandemia pode ter afetado negativamente o seu estado emocional.

Quase 87% dos respondentes assistiram “lives” em 2020. A maioria até 20 “lives” em um ano (35,8%).

Ouvir audiolivros em 2020 foi experiência de 31,5%.

Costumam acompanhar publicações espíritas nas redes sociais 94,9%, costumam publicar nas redes sociais 57,2% e 81,3% não têm receio de publicar e receber críticas.

Para a maioria (63,5%), a pandemia não afetou sua doação em dinheiro ao Centro Espírita.

Durante o tempo que ficou afastado do Centro Espírita, sentiu mais falta do próprio trabalho voluntário (37,2%) e do contato com as pessoas (30,1%).

Durante a pandemia, o Centro Espírita que participa realizou “lives” com palestras ou entrevistas (21,8%), vídeos de palestras (17,3%) e cursos (16,8%).

Após a pandemia, 88,2% acreditam que as casas espíritas deveriam manter algumas atividades virtuais.

Após a pandemia, o número de frequentadores e trabalhadores das casas espíritas tenderá a aumentar para 61,2% e também a prática da caridade (70,9%).

Acreditam que as pessoas que desrespeitaram as recomendações para proteção contra o coronavírus, colocando em risco a vida de outros, foram motivadas pela descrença sobre os riscos do coronavírus (38,1%) e preocupação apenas com seus desejos e interesses (18,8%).

Forma de entender o espiritismo

Para 96,9%, Jesus não é Deus, mas um dos seus Espíritos Superiores ou Puros.

Responderam que a pessoa que orar com fé e tiver mérito conseguirá ajuda espiritual para afastar algum mal (79,9%).

Consideram correto o entendimento que segundo a Justiça Divina, todos os erros cometidos deverão ser pagos nesta ou em outra encarnação para 64,9%.

O espiritismo não é uma revelação no sentido teológico para 47,6% e o livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo” não é um tratado sobre teologia espírita para 60,9%.

A expressão “Evangelização Espírita” deveria ser substituída por “Educação Espírita“ para 55,6%.

O espiritismo é religião apenas no sentido filosófico para 43,3% e não salva as almas ou espíritos para 74,7%.

Quase 1/3 entendem que os "espíritas laicos" não seguem a Jesus para 31,8%.

Muitos (71,1%) concordaram que a admiração de muitos espíritas e até instituições, a alguns médiuns e Espíritos, possa estar mais próxima de uma devoção e idolatria.

Confiança doutrinária

Índice resultado da PNP 2021 sobre o grau de confiança doutrinária atribuído para:

  • Livros doutrinários de autores espíritas (93,1%).
  • Livros doutrinários de médiuns espíritas (88,8%).
  • Livros doutrinários da FEB, exceto de Kardec (84,1%).
  • Textos de espíritas famosos nas redes sociais (72,9%).
  • Romances espíritas (68,2%).

Recentes descobertas históricas

Sobre a possível adulteração da quarta edição de O Céu e o Inferno, 48,7% alegam não ter informações, 32,8% aguardam mais informações e análises, 3,1% são indiferentes, 13,4% estão tendentes pela hipótese de que ocorreram adulterações e 2,1% pela hipótese de que não ocorreram adulterações.

Sobre a possível alteração de textos de livros do Espírito Emmanuel editados pela FEB, 46,8% alegam não ter como avaliar essas informações, 34,6% aguardam mais informações e análises, 3,6% são indiferentes, 10,3% tendem pela hipótese de que ocorreram alterações e 4,7% tendem pela hipótese de que não ocorreram alterações.

O total de 67,1% dos inqueridos já ouviu falar que a moral espírita é autônoma, ao contrário da moral das religiões tradicionais que é heterônoma e, 81,1% dos respondentes expressaram sua intenção de fazer um curso à distância sobre o assunto.

Indicadores preocupantes

Aguardam ações do movimento espírita para correção de rumos.

É pequena, mínima e nenhuma, a participação atual dos jovens nas atividades do Centro Espírita que frequenta para 54,2% dos participantes da PNP 2021.

O espírita possui idade média de 52 anos e os novos iniciantes entram na Doutrina após a idade adulta (30 anos ou mais).

É baixa a participação de frequentadores e trabalhadores do gênero masculino (33,5%).

A participação feminina só e menor que a dos homens nos cargos de diretoria, conselheiro e vice-presidente (46,2%).

Embora exista a prática dos Centros Espíritas darem passes a todos os participantes das reuniões públicas, apenas 6,8% responderam sentir sua falta durante a pandemia.

Quase metade (42,3%) dos filhos dos espíritas não frequentam o Centro Espírita.

Espíritas frequentadores e trabalhadores que não doam dinheiro para o Centro Espírita são: 20,3%.

A religião da família dos respondentes era católica para 71,7% e Espírita para apenas: 12,8%.

O exercício da mediunidade foi considerado como atividade principal para 30,8% dos respondentes, maior que outras atividades importantes como Instrutor, coordenador, monitor de cursos obteve 11,2%. Isso sem contar àqueles que não consideraram a mediunidade como atividade principal, mas secundária.

Os espíritas parecem optar por soluções impostas para resolver problemas sociais, como na criminalização da homofobia que teve 64,9% de concordância.

Mais da metade (52,9%) não concordam que o espiritismo seja religião apenas no sentido filosófico.

Parte dos espíritas parecem não compreender conceitos básicos e 64,9% consideram que todos os erros cometidos deverão ser pagos nesta ou em outra encarnação. 

Uma parcela significativa dos espíritas que responderam a PNP 2021, acredita que pode influenciar a vida das pessoas: o destino marcado por Deus para a pessoa (47,8%), a posição dos astros no momento de nascimento (35,5%), os trabalhos feitos nas religiões afro-brasileiras (29,1%) e a numerologia do nome (18,9%).


CLIQUE AQUI para fazer o download do relatório completo da PNP 2021.


domingo, 24 de janeiro de 2021

Transforme a Biblioteca em Centro de Conhecimento

 


Qualquer saber deve ser compartilhado e enriquecido para aumentar sua utilidade.

A gestão do conhecimento passa a valorizar o saber individual e o coletivo como o capital intelectual das organizações. O avanço da tecnologia facilita a produção de conteúdo e proporciona uma interação jamais vista na história. Por isso, se torna oportuno proceder algumas mudanças no Centro Espírita para colher os benefícios que esse momento propicia.

As bibliotecas dos Centros Espíritas, por uma razão ou por outra, mais se assemelham a depósitos de livros usados. Reconhecendo a existência de exceções, elas costumam ser um lugar apagado, sem vida, para o qual não se faz nenhum esforço para evidenciar sua importância e torná-lo mais agradável, mais interessante, de modo a aumentar seus usuários, dar maior dinamismo às suas atividades e contribuir para resultados melhores.

Em decorrência dessa atitude, muitas bibliotecas estão subutilizadas, outras fechadas, e quem percorre os sebos que vendem livros usados verifica muitos volumes com o carimbo de uma biblioteca espírita extinta.

A biblioteca espírita cumpre ou deveria cumprir objetivos estratégicos de comunicação do conhecimento espírita para o público interno. Faz parte de uma série de ações e atividades voltadas a facilitar o acesso e a compreensão das ideias espíritas. Deve ser encarada como uma estrutura vital que viabiliza uma construção maior.

A gestão do saber oferece a grande oportunidade, dinâmica, bastante ampla e com resultados otimizados, de transformar a biblioteca em um Centro de Conhecimento, mais apropriado para as organizações que realmente desejam aprender, motivar a produção de conhecimento e facilitar o aprendizado.

Não se trata de mera retórica, ou simples mudança de rótulo. Trata-se de considerar cada participante da organização, qualquer que seja sua atuação, como uma fonte de saber individual e uma parcela significativa do saber coletivo, ajudando a formar sua história e sua cultura. Mais do que isso, trata-se de incentivar e criar motivações renovadas para a contribuição efetiva e periódica de todos os colaboradores que compõem sua força de trabalho.

O conhecimento compartilhado abrangeria o empírico, científico, filosófico e espiritualista. Também pode ser dividido em explícito, tácito e implícito:

Explícito: registrado em livros, textos e documentos.

Tácito: ligado à experiência, de difícil verbalização.

Implícito: adquirido inconscientemente, de forma intuitiva.

 No Centro de Conhecimento, os livros também estão lá, assim como mídias de dados, imagens, áudio e vídeo, jornais, boletins, revistas, relatórios, resumos de palestras, apresentações visuais, biografias, entrevistas, reportagens, pesquisas, artigos, poesias — tudo que contribui para a construção do saber.

Todos os participantes são convidados a contribuir: bibliografias, recortes de notícias, resenhas, estatísticas, sugestões, produções infantis e artísticas. Tudo é informação. Tudo é oportunidade de crescimento.

A Inteligência Artificial como ferramenta do Centro de Conhecimento

A inclusão da Inteligência Artificial (IA) representa um salto qualitativo no modo como o Centro de Conhecimento pode organizar, expandir e democratizar o acesso ao saber. Eis algumas aplicações concretas:

 Indexação e recuperação da informação

Ferramentas de IA podem:

  • Analisar e organizar automaticamente documentos e mídias;
  • Criar resumos e palavras-chave;
  • Propor conexões entre temas relacionados;
  •  Facilitar a localização de conteúdos por qualquer usuário.

Estímulo à leitura e estudo

Com sistemas inteligentes:

  • Leitores podem receber sugestões de leitura baseadas em seus interesses;
  • Grupos de estudo podem ser formados com base em afinidades temáticas;
  • Trechos de obras podem ser explicados ou comentados automaticamente por sistemas integrados.

Análise e compreensão textual

Softwares baseados em IA podem:

  • Traduzir obras para outros idiomas;
  • Explicar termos técnicos ou arcaicos;
  • Auxiliar na interpretação doutrinária, sempre com referências cruzadas às obras de Kardec.

Criação colaborativa de conteúdo com IA

  • Ajudar na redação de artigos, resumos, estudos e apresentações;
  • Sugerir estruturação de aulas e roteiros de palestras;
  • Identificar inconsistências ou contradições em textos, incentivando a revisão crítica e o aprendizado contínuo.

Curadoria e integridade doutrinária

Ao invés de censura, a IA pode ajudar a:

  • Sinalizar conteúdos que merecem atenção ou revisão;
  • Apoiar um comitê curador na orientação doutrinária;
  • Criar alertas que favoreçam o estudo comparativo e fundamentado.

 Integração virtual e acesso universal

Com o suporte digital e a IA, é possível manter uma sala virtual de leitura e estudo, com acervos acessíveis 24 horas por dia. Comentários, observações, dúvidas e contribuições podem ser registrados por qualquer participante, gerando um ambiente interativo e colaborativo, com histórico de conhecimento coletivo. 

Conclusão

O Centro de Conhecimento, com apoio da Inteligência Artificial, transforma a biblioteca tradicional em um ambiente vivo, criativo e colaborativo. Pessoas são valorizadas, talentos despertos e o compromisso com a Doutrina Espírita se fortalece por meio do estudo, do questionamento e da produção coletiva de conhecimento.

A tecnologia, quando bem aplicada, não substitui o humano, mas amplia sua capacidade de aprender, de ensinar e de contribuir para uma compreensão mais profunda do Espiritismo, em permanente evolução.

Todos podem — e devem — cooperar com a construção desse novo ambiente. O saber compartilhado é o verdadeiro progresso espiritual.


Ivan Franzolim

domingo, 17 de janeiro de 2021

A intenção de popularizar o Espiritismo será uma utopia?

 

Apesar da intenção do próprio Kardec, e dos espíritas em geral de disseminar a doutrina para todos, a realidade revela barreiras que até hoje não conseguimos vencer.


Os primeiros adeptos do espiritismo tanto na França como no Brasil foram pessoas mais esclarecidas, com mais estudo.


Segundo os Censos do IBGE, o Espiritismo no Brasil é a religião com mais adeptos de maior escolaridade e menor participação nas classes “D” e “E”.


A realidade que desponta, é que doutrina espírita sendo filosofia e ciência com consequências morais, não é fácil de se aprender, pois, também está ligada a outras ciências e filosofias, necessitando de uma base de instrução para sua compreensão.


O esforço para difundir o conhecimento espírita corretamente estruturado, esbarrará no risco de desvirtuamento e no aumento do sincretismo já existente.


A saída seria difundir apenas ideias, mas essas estariam isoladas e facilmente se agregariam a outras crenças, distorcendo o seu verdadeiro sentido na doutrina.


Talvez, por isso, o Espiritismo no Brasil venha se propagando quase que exclusivamente de forma religiosa, enfatizando sua comunicação no amor ao próximo, baseada nos evangelhos. Mesmo assim, o público que atingiu é das classes “A”, “B” e “C”.


No passado tivemos tentativas bem-intencionadas de traduzir o Evangelho Segundo o Espiritismo e O Livro dos Espíritos em linguagem simples, popular. Essa iniciativa, porém, demonstrou que não se pode modificar as palavras do autor sem impacto em sua verdadeira significação.


Que fazer? Aguardar o progresso do Brasil até que a maioria do povo tenha melhor educação?


Sugestões são bem-vindas!



Citações de Kardec:

(...) é precisamente na classe ilustrada que o Espiritismo faz maior número de prosélitos, isto em todos os países (...). O que é o Espiritismo (1859).

(...) conta entre seus adeptos sábios de toda ordem, que se propaga de preferência nas classes mais esclarecidas (...). O que é o Espiritismo (1859).

Até o presente, seus prosélitos estão nas primeiras classes da sociedade, entre as pessoas esclarecidas, os homens de saber e de raciocínio (...). Revista Espírita 1858

Em geral, é nas classes médias que o Espiritismo conta mais adeptos. Revista Espírita 1869.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Duas coisas parecem destoar no Espiritismo

Supervalorização da doutrina

Ataques dos inimigos do espiritismo


Ao estudar a doutrina podemos facilmente identificar esses dois pontos presentes desde a codificação até as obras atuais. Como foram mencionados pelos Espíritos e pelo próprio Kardec temos a impressão de que se trata de uma verdade inquestionável, será? Não é o espiritismo uma doutrina de investigação? Poderão essas afirmações terem outra interpretação? Esta é uma oportunidade para reflexão.

Supervalorização da doutrina

Decorre de alguns entendimentos que podem estar equivocados:

·      De que o próprio Jesus trouxe a revelação dos espíritos e conduz diretamente o desenvolvimento e disseminação do espiritismo. Sendo ele um espírito puro que teria a responsabilidade pelo planeta Terra desde sua criação há 4,5 bilhões de anos, certamente cuidaria com igual atenção e zelo todos os grupos religiosos e agnósticos, não em especial aos cristãos que somam cerca de ¼ da população mundial e, menos ainda aos espíritas que constituem 0,01% da população mundial.

·      Que se trata da terceira revelação e que ela é derradeira e destinada a mudar o mundo! Embora tenham ocorrido milhares de revelações ao longo da história, em todos os campos do conhecimento, em todos os países e continuarão a acontecer indefinidamente. Dificilmente a Doutrina Espírita afetaria para melhor o mundo inteiro por várias razões. A primeira é que o planeta comporta pessoas em diferentes estágios de evolução moral e interesses, formando culturas muito diferentes e antagônicas entre si. A segunda é que o espiritismo é completamente desconhecido no mundo e aqueles poucos que o conhecem, confundem com mistificação e superstição.

·      Que se trata do Consolador prometido, do Espírito de Verdade, na tentativa de se apropriar de uma profecia evangélica que elevaria sua credibilidade em uma análise superficial. Como as revelações continuam a acontecer, no futuro outras religiões e filosofias poderão ter mais elementos para também justificar a posse desse título. Realmente o espiritismo tem explicações que consolam, mas outras religiões e filosofias também possuem e agregam muito mais pessoas.

Em muitos momentos da história, o homem procurou se acomodar na imagem de escolhido ou especial, com privilégios sobre os outros e isso teve sempre resultados ruins. Talvez o principal seja de suscitar o orgulho e a vaidade e acabar tratando os diferentes como inferiores ou ruins.

Gostamos das explicações espíritas, entendemos que elas reúnem um conjunto de conhecimentos bem estruturados que respondem às nossas dúvidas e anseios. Segundo a moral espírita baseada na autonomia, o processo de aprendizado deve ocorrer por vontade própria individualmente e, não por imposição externa.

Como disseram os espíritos, a verdade está distribuída por todas as ciências, filosofias e religiões. E a parcela de verdade presente em cada uma é suficiente para conduzir os seguidores à prática do bem. O Espiritismo é apenas mais um caminho que pode servir a alguns e não se adequar a muitos mais.

Esse tipo de argumentação constitui a falácia de autoridade, que apela para a palavra ou reputação de alguma autoridade a fim de validar uma proposição. É um raciocínio errado que se baseia exclusivamente na credibilidade do autor e não nas razões que teria para sustentar a proposição.

Em toda a obra espírita, Kardec se mostrou lógico e ponderado usando sempre argumentos fundamentados, repudiando os dogmas, sofismas e falácias. Teria ele sucumbido ao peso da tradição cristã ou da pressão social?

Um ensinamento deve ser relevante por sua argumentação lógica, e não pela credibilidade de quem o emitiu.

O espiritismo tem um conhecimento fundamentado com método, consistente, abrangendo o campo espiritual com mais propriedade do que outras correntes de pensamento. Isso é mais que suficiente para legitimar suas ideias. Qualquer menção que denote superioridade trará mais prejuízo do que benefícios.

Ataques dos inimigos do espiritismo

Segundo a etimologia, a palavra "adversário" vem do latim (adversarius), significando "que está contra". Ela se confunde com a palavra "inimigo" que também provém do latim (inimicus) e significa "amigo ruim".

As religiões tradicionais foram as primeiras a criarem a figura dos adversários, oponentes ou mesmo inimigos, que não só estariam completamente errados, mas imbuídos da mais pura maldade lutando contra os seus verdadeiros e sublimes objetivos.

Na psicologia e na sociologia, a criação de um inimigo coletivo, valoriza o grupo e aumenta sua coesão. A política usa e abusa do recurso escuso da criação de inimigos para manipular seus eleitores.

O pano de fundo é a presunção de estar com a única verdade existente, o que leva a uma falsa percepção de superioridade, despertando orgulho e vaidade.

Incita ao enfrentamento, à luta ou ao distanciamento, e não ao simples e necessário debate das ideias. Essa postura leva ao despertamento de sentimentos negativos, como o medo e a hostilidade.

Segundo a medicina, a identificação de indivíduos não pertencentes ao grupo como inimigos é irracional e pode constituir um transtorno mental requerendo urgente tratamento para sua cura.

Os espíritos encarnados possuem livre arbítrio e motivações que geram suas próprias conclusões ou preferências, endossando ou rejeitando outras linhas de pensamento por meio de embates mais ou menos agressivos, segundo seus temperamentos. A maior parte não age por perversidade, mas por acreditar que está com a razão. É dessa discussão que as ideias evoluem.

Após a morte, os espíritos continuam os mesmos e as controvérsias persistem. Não parece correto tratar todos que defendem um entendimento diverso como inimigos hostis, embora existam aqueles ainda dominados por sentimentos negativos, mais interessados em perturbar e causar discórdias.

Esses últimos precisam ser conduzidos à verdade não pelo caminho da hostilidade, da discriminação, mas pelo trabalho incessante no bem.

Ivan Franzolim


domingo, 9 de agosto de 2020

Resgate do Espiritismo Original de Kardec

Fatos históricos revelados recentemente demonstram que aspectos fundamentais da Doutrina Espírita podem ter sido mal-entendidos, contribuindo para a continuidade de um conhecimento espírita diferente daquele trazido por Kardec. Veja as fontes:

Muita Luz (Beaucoup de Lumière) Berthe Fropo, Paris 1884 e São Paulo 2017. O Legado de Allan Kardec (2018), Simoni Privato Goidanich. Revolução Espírita - a teoria esquecida de Allan Kardec (2016), Mesmer - a ciência negada do magnetismo animal (2017), Autonomia - A História Jamais Contada do Espiritismo (2019). Paulo Henrique de Figueiredo.

Este é um texto-convite para o leitor estudar o assunto. Caso conclua pela veracidade parcial ou total saberá da importância de auxiliar a divulgação para que mais pessoas tenham a oportunidade de resgatar o Espiritismo original.

É um trabalho difícil que vai encontrar muitos obstáculos. Enfrentará desinteresse, preconceito e até certa hostilização. Dificuldades compreensíveis, pois, todos os espíritas brasileiros foram educados a partir de livros e espíritas formadores de opinião que também tiveram os mesmos desentendimentos ou que não se ativeram a esses pontos.

Tendo um certo interesse em saber mais, não deixe de investir algum tempo para ler e estudar de mente aberta. O resultado poderá trazer nova compreensão ou reafirmar convicções contrárias. Provavelmente deverá ocorrer a primeira hipótese.

Não se trata de atacar autores e livros, mas do estudo e entendimento da proposta original, o que poderá identificar discrepâncias de ideias, conceitos e argumentos.

Aspectos fundamentais para a compreensão do Espiritismo precisam de revisão urgente, sob pena de vivenciarmos um falso espiritismo. Conceitos como da moral espírita, lei de causa e efeito, provas e expiação, culpa, castigo, livre arbítrio, reencarnação, o mecanismo do passe, o processo de cura e outros.

Alguns momentos históricos moldaram a compreensão atual da doutrina. Foram decisivos para mudar a maneira de entender diversos pontos essenciais do espiritismo. Veja:

França 1 – Publicação de Os Quatro Evangelhos - Espiritismo Cristão ou Revelação da Revelação em Paris, 1866, por Jean-Baptiste Roustaing (1805 – 1879).

França 2 – Empenho de Pierre-Gaëtan Leymarie (1827-1901) para difundir a obra de Roustaing no meio espírita.

Brasil 1 – os dois baianos.

Francisco Antônio Pereira da Rocha foi um consagrado advogado baiano, Doutor pela Universidade de Coimbra, a quem Kardec ofereceu o título de membro da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e os direitos de tradução de OLE em 1860. Por algum motivo não desenvolveu ações em favor da divulgação do espiritismo.

Luís Olímpio Teles de Menezes, fundou (17/09/1865) em Salvador, o primeiro grupo espírita no Brasil e lançou o primeiro periódico de conteúdo espírita (1869) mesclado com muito texto e ideias católicas. Tendo iniciado no espiritismo, ainda continuava católico.

Brasil 2 – Grupos espíritas no RJ na década de 1880.

Nessa década, um pequeno, mas influente grupo de espíritas recém iniciados no espiritismo e marcados por um profundo sentimento religioso nascido no catolicismo, intencionaram fundar no Brasil o espiritismo como uma nova religião, tendo por base as obras de Kardec e Roustaing.

Eram oriundos do Grupo dos Humildes e Grupo Ismael. Espíritas ilustres que tiveram uma interpretação equivocada da Doutrina por meio das comunicações trazidas pelo médium Frederico Júnior e que influenciaram a FEB - Federação Espírita Brasileira que, por sua vez, induziu fortemente os textos de quase todas as obras espíritas.

Em 1893 Saião publicou o livro “Trabalhos espíritas de um pequeno grupo de crentes humildes” reunindo relatos de 59 sessões em que ficam evidenciados os equívocos das mensagens mediúnicas e suas interpretações.

Personalidades como: Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti (1831 —1900), Francisco Leite de Bittencourt Sampaio (1834 – 1895), Antônio Luiz Sayão (1829 – 1903), Pedro Richard (1853 – 1918), Leopoldo Cirne (1870 - 1941) a partir de 1894 e Frederico Pereira da Silva Júnior (1858-1914).

Eles participaram do embate de ideias entre os chamados “místicos” e os “científicos”, que teve seu auge nos anos 1895-1897 com a vitória dos primeiros liderados por Bezerra de Menezes. O “grupo dos científicos, ou laicos, liderados por Afonso Angeli Torteroli (1849 - 1928) fazia oposição às ideias de Roustaing e às interpretações do espiritismo dominadas pela teologia católica, mas foram vencidos pelos “místicos”.

Muitos outros momentos históricos contribuíram para sedimentar interpretações errôneas, mas vieram após os mencionados e foram por eles influenciados.

Ao longo do tempo, ocorreram muitos alertas sobre desvios que os espíritas desprezaram, de espíritas de importância como: Henry Sausse, Berthe Froppo, Gabriel Delanne, León Denis, Afonso Angeli Torteroli, Batuíra, Cairbar Schutel, Carlos Imbassahy, Silvino Canuto Abreu (posição somente agora conhecida), Carlos de Brito Imbassahy, Júlio Abreu Filho, Luciano Costa, José Herculano Pires, Deolindo Amorim, Jorge Rizzini, Wilson Garcia e Nazareno Tourinho, entre outros.

Agora as informações tornaram-se mais abundantes, interconectadas e completas, baseadas em fatos que permitem concluir pela necessidade de rever o nosso entendimento. Chegou a hora de aprofundar o estudo.





quarta-feira, 22 de julho de 2020

Pesquisa Instituições Espíritas no Brasil - 2020

Fotos públicas da Internet


Pesquisa revela a quantidade de instituições espíritas no Brasil, a partir de dados registrados no cadastro de CNPJ.

Mostra a distribuição das casas espíritas por estados e municípios com suas respectivas populações e número de espíritas.

Identifica que ocorreram muitas "baixas" de instituições nos últimos anos, significando que foram extintas e não podem mais funcionar com o mesmo número de CNPJ.

A pesquisa identifica que a maior parte das instituições não atualizam seus dados periodicamente junto à Receita Federal, como novo endereço, nova atividade, mudança do nome fantasia e o CPF responsável.

Sua finalidade é auxiliar novas pesquisas e estudos, além de permitir a tomada de decisões estratégicas das federativas.

Estará disponível para troca de dados para ações não comerciais.

Clique no link abaixo para baixar o arquivo em pdf com os resultados da pesquisa:


segunda-feira, 22 de junho de 2020

Resultados da Pesquisa para Espíritas 2020



Sexta edição anual da pesquisa de amplitude nacional voltada para espíritas brasileiros.
Publicada em 06/04/2020 e encerrada em 31/05/2020.
Elaborada com 53 questões, divididas em cinco sessões.
Distribuída pelo formulário eletrônico do Google Forms, com ampla divulgação pelo WhatsApp e Facebook.
A pesquisa objetiva ser útil às instituições espíritas, seus dirigentes, estudiosos e pesquisadores, para o entendimento da maneira do espírita pensar, se comportar e se relacionar com as organizações que os abrigam.

Tenha acesso integral ao resultado de todas as perguntas, clicando na figura abaixo:


Pesquisa para Espíritas 2020

sábado, 10 de agosto de 2019

Resultados da Pesquisa para Espírita 2019



Divulgada nas redes sociais em 06/04/2019 e encerrada em 30/06/2019.

Seu objetivo é identificar as características, modo de pensar, de se comportar dos espíritas e o relacionamento com suas instituições.

É um material para ser lido, analisado e discutido.


Possui diversos dados apurados a partir de uma amostra de espíritas brasileiros. 
Podem servir como indicadores de situações semelhantes que estejam também acontecendo em cada Centro, localidade e região.

Uma vez identificadas semelhanças entre os resultados da pesquisa e a realidade de cada grupo ou instituição, esses indicadores serão úteis para auxiliar o gerenciamento e planejamento de ações preventivas, particularmente das comunicações de reforço e esclarecimento, e até de medidas corretivas de práticas e processos.

Envie suas dúvidas, críticas e sugestões pelo e-mail: franzolim@gmail.com



Clique no ícone a seguir para fazer o download do arquivo em formato pdf, com todos os dados da pesquisa:
Download Pesquisa 2019
Clique Aqui




domingo, 24 de março de 2019

Reencarnação nos universos paralelos?!


A "teoria dos universos paralelos" ou "multiverso" foi criada a partir das ideias contidas na “Teoria da Relatividade” de Einstein. Vários cientistas trabalharam em seu desenvolvimento, o físico Stephen Hawking trabalhou os últimos 20 anos de sua vida nessa teoria  e apresentou um trabalho sobre ela pouco antes de falecer, endossando sua existência.

O conceito de multiverso tem diferentes entendimentos, mas todos eles encontram oposição no mundo científico e aguardam comprovação. Enquanto isso, podemos fazer um exercício de juntar esse conceito com a reencarnação. Vamos fazer um exercício em duas variantes.

A primeira entende que outros universos existiriam em outras dimensões espaço-tempo com possibilidade de vida igual a da Terra. Uma possível viagem do homem para outro universo se daria através de “buracos negros” ou “buracos de minhoca”, permitindo percorrer distâncias imensas mais rapidamente, afetando a linha do tempo como a conhecemos. O mesmo período de tempo passado na viagem ou mesmo em um universo  paralelo teria um tempo menor do que o vivido na Terra.

O espírito poderia encarnar em outros mundos com a vantagem de poder fazer isso numa relação de tempo diferente. Uma encarnação que duraria 70 anos na Terra, poderia levar (na nossa concepção de tempo) apenas sete anos, por exemplo.

A segunda variante levanta a tese da existência de universos paralelos com possibilidade de viverem simultaneamente os mesmos seres humanos da Terra experimentando a vida a partir de outras decisões do seu livre arbítrio. Isso baseado em nova interpretação do “colapso da função de onda” desenvolvida pelo físico Hugh Everett na década de 1950 e extrapolando para vidas humanas, embora contestado por muitos cientistas.
Extrapolando para o espiritismo, o espírito poderia encarnar simultaneamente (pelo nosso referencial de tempo) em vários universos e testar em cada um deles diferentes decisões do seu livre arbítrio. Sendo possível seria um imenso aprendizado!

Essas novas possibilidades de encarnar dariam oportunidades mais igualitárias a todos os espíritos, o que hoje parecem não existir. Temos quase oito bilhões de habitantes e, segundo Emmanuel no livro Roteiro de 1952, pelo menos “mais de 20 bilhões de almas conscientes desencarnadas”, mantendo-se sem crescimento a mesma quantidade dessa década que representava 8 desencarnados para cada espírito encarnado.

Cálculos aproximados das populações ao longo da história pelo Population Reference Bureau, chegaram a 107 bilhões de pessoas que já viveram na Terra desde 8.000 a.C. Dividindo esse número pelo total de espíritos estimados 28 bilhões (8 bilhões de encarnados + 20 bilhões de desencarnados), chegamos a uma média de 3,8 encarnações para cada espírito! Muito pouco! Insuficiente para justificar nossa evolução!

Para comparar podemos estimar quantas encarnações um espírito poderia ter nos últimos 10 mil anos. No início as encarnações duravam 30 anos, expectativa de vida que foi se ampliando gradativamente. Considerando em média uma encarnação para cada 100 anos, incluindo o tempo na Erraticidade, nesse período, um espírito que tivesse sempre a possibilidade de encarnar poderia ter tido 100 vidas na Terra.

Encarnar em outros planetas implicaria em mudança do fluido cósmico que afetaria a constituição do perispírito, o que, em tese, não aconteceria no multiverso, pois, haveria outras Terras com as mesmas características deste fluido.

Outro ponto a considerar são os relacionamentos. Afinal encarnamos também para melhorar nossas relações pessoais e compromissos morais. Aconteceria da mesma forma que na Terra, quando é feita uma seleção de alguns espíritos para encarnação conjunta, de um conjunto muito maior chamado de “família espiritual”, que poderia ceder mais espíritos para encarnação em outros mundos.


Confirmadas ou não essas teses, o fato é que conhecemos tão pouco do nosso universo e mesmo esse pouco parece ter infinitas possibilidades!

sexta-feira, 1 de março de 2019

Mercado Editorial Espírita 2017

O início desse trabalho foi em 2006, quando notei que, diferentemente de outros segmentos de mercado, não havia informações sobre a produção e venda dos livros espíritas.
A partir de uma amostra dos dados de venda de livros espíritas em 2017, foram calculados e projetados os valores para todo o mercado editorial espírita brasileiro.
A pesquisa não incluiu os livros traduzidos em outros idiomas, braile, áudio book, as produções musicais e em vídeo.
Cada livro foi totalizado somando-se todas as suas formas de edição, como:  bolso, capa dura, espiral, luxo e comemorativos. Foram contabilizados livros de mesmo autor publicados por mais de uma editora.
Foram considerados os livros vendidos pelas editoras e distribuidoras espíritas, caracterizados como espíritas ou de interesse para o espiritismo.
A pesquisa retirou as obras espiritualistas, teosóficas, cristianismo católico, autoajuda, Reiki, filosofias orientais e Umbanda. Foram acrescentadas algumas editoras não espíritas para incluir os livros de autores espíritas por elas editados.
O mercado de livros espíritas está inserido no mercado editorial geral que vive anos de queda de produção e consumo.
Em 2017, o mercado editorial brasileiro viu seu faturamento cair 1,95% e em 2016 tinha reduzido 5,2%. Mesmo assim, as editoras brasileiras venderam 222 milhões e faturaram quase 4 bilhões nas vendas ao mercado. O total de exemplares produzidos caiu 7,94% em 2017.[1] Os livros religiosos, embora com queda, alcançaram mais de 70 milhões de exemplares produzidos.
Estamos falando de um mercado de baixo consumo de livros. De acordo com a Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro – Base 2016, o brasileiro lê pouco, em média 2,43 livros inteiros por ano.
Além disso, é forte o analfabetismo funcional[2], sendo que apenas 12% dos brasileiros conseguem ler e compreender textos simples, que dirá dos textos espíritas de Allan Kardec, Léon Denis, Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco, entre outros, que usam palavras arcaicas e eruditas.
Os compradores visados para os livros espíritas são os próprios que constituem apenas 2% da população (4,2 milhões) segundo o Censo 2010 e os simpatizantes que não há estatística a respeito e que deve representar três a cinco vezes o contingente dos espíritas (12,6 a 21 milhões de pessoas).
Estamos em minoria no país, e o mercado de livros espíritas é muito reduzido. Os brasileiros evangélicos são dez vezes mais que os espíritas (22,2%), os católicos mais que trinta vezes (64,6%) e os sem religião quatro vezes mais que os espíritas.
Os Censos do IBGE e de outras pesquisas também caracterizam o espírita com mais anos de estudo e com média anual mais elevada de livros lidos que do brasileiro, fator que provavelmente faz a diferença.
Segundo Pesquisa para Espíritas de 2018 realizada com 3926 pessoas de 735 cidades, 34,2% leram entre 3 a 5 livros nos últimos doze meses, 20,5% leram seis a dez livros e 18,7% leram mais que dez livros. Preferem comprar livros novos (64,4%) e compram principalmente nos Centros Espíritas (45,1%) e em Livrarias Espíritas (18,7%). Um pequeno grupo (7,2%) já aparece dando preferência à leitura de livros digitalizados.
A publicação e comercialização de livros espíritas em 2017 teve bom resultado. O número de títulos publicados em onze anos quase foi dobrado, passando de 4.330 em 2006 para 8.407 livros em 2017. Foram identificados 166 títulos repetidos e utilizados por outros autores, o que não deveria ocorrer.
Os livros mediúnicos tiveram uma pequena redução, representavam 40% e em 2006 e 37,9% em 2017. Foram identificados 434 autores médiuns.
A estimativa, baseada em projeções é que o faturamento tenha alcançado pelo menos 73 milhões de reais com 3,3 milhões de livros vendidos.
As editoras consideradas espíritas caíram no mesmo período de 205 para 181. Isso se deve ao encerramento de várias editoras que existiam mais na documentação que de fato. Algumas foram criadas para viabilizarem o sonho de ter um livro publicado.
Os autores de livros espíritas aumentaram 59%. Eram 998 em 2006 e são 1.691 em 2017, considerando-se todos os Autores e Médiuns, descontando-se as sobreposições.

Veja pesquisa completa clicando em:




[1] Realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a pedido da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).
[2] https://www.bbc.com/portuguese/brasil-46177957