Imagem da NASA
Poeira de estrelas no tamanho, eternidade no propósito.
A Astronomia nos devolve perspectiva. Diante do cosmos, somos um grão de areia na praia do infinito; diante de Deus, somos projeto, propósito e responsabilidade.
A medida do assombro
(explicação simples)
- O Universo observável tem algo como dezenas de bilhões de
anos-luz de raio; costuma-se falar em ~46 bilhões de anos-luz de raio
(cerca de 93 de diâmetro).
- A Via Láctea reúne centenas de bilhões de estrelas. O Sol é
uma entre elas — médio, discreto, fundamental. Há estrelas mais de 2 mil vezes maiores.
- Para cruzar nossa galáxia à velocidade da luz, seriam
necessários ~100 mil anos.
- Estimam-se centenas de bilhões de planetas só na Via Láctea; centenas
de milhões podem ter condições semelhantes às da Terra.
- Nossas sondas mais velozes (as Voyagers) andaram algumas dezenas de horas-luz desde 1977 — um passo de formiga no mapa do céu.
Conclusão imediata: somos minúsculos. E, no entanto, tudo isso existe sob Leis que revelam Inteligência e Finalidade — exatamente onde a Filosofia Espírita começa a conversa.
A boa analogia (ponte entre
ciência e Doutrina)
Podemos pensar numa orquestra
sinfônica:
- A Astronomia descreve o palco (o Universo), o repertório
(as leis físicas) e a partitura (constantes, campos, partículas).
- O Espiritismo recorda que há músicos (Espíritos
imortais), maestro (Deus, causa primária) e um propósito
estético e moral (Lei de Progresso).
- Cada instrumento parece pequeno diante do todo, mas sem cada um não há sinfonia. A nossa “insignificância” é apenas dimensional, não existencial.
Avançando...
Deus e Leis
Deus não é um gerente de imprevistos; é Soberana Inteligência que estabelece Leis universais (morais e naturais). O “cuidado” divino se manifesta por leis estáveis que sustentam a evolução de mundos e seres — determinismo das leis por fora, livre-arbítrio por dentro. Evoluímos porque as leis garantem o cenário, e como escolhemos define o ritmo dessa marcha.
Pluralidade dos Mundos
Habitados
A vastidão astronômica torna a
pluralidade mais que plausível: é consequência do princípio de finalidade. Não
sabemos quantos “condomínios da Vida” há por aí, mas sabemos que não se
desperdiça espaço em obra divina. A Lei de Progresso sugere múltiplas moradas,
múltiplas escolas, múltiplas séries no currículo do Espírito.
Importância x Insignificância
- Insignificância: perante a escala cósmica, nosso
corpo, nossa cidade, nosso planeta são diminutos pontos.
- Importância: perante a Lei, o Espírito é fim e meio da obra — fim, porque se destina à felicidade; meio, porque coopera na cocriação em plano menor (inteligência que organiza, ama, serve, transforma). Deus não criaria ao acaso nem concederia imortalidade a quem não tivesse sentido e missão.
Números espirituais?
Na Terra, somos mais de 8 bilhões de encarnados e, provavelmente, muito mais desencarnados em faixas diversas do plano espiritual. Mas números, aqui, são ilustrativos; o que importa é a dinâmica moral: vínculos, aprendizados, resgates e serviço — estatística íntima que a consciência contabiliza.
Síntese em três frases
·
Cosmicamente
pequenos; moralmente chamados.
·
Leis firmes por
fora; liberdade responsável por dentro.
· Insignificantes em tamanho, indispensáveis em sentido.
Somos importantes, sim: obras
de Deus com destino de luz. Somos insignificantes, sim: pó de estrelas
viajando numa periferia galáctica. Mas é nesse aparente paradoxo que mora a
beleza: grãos de poeira conscientes, convidados a aprender a música do
Universo e a tocar a nossa parte — afinados com a Lei, compassados pelo
amor, e sempre, sempre em progresso.
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