sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Espiritismo e Astronomia — somos importantes ou insignificantes?

 


Imagem da NASA

Poeira de estrelas no tamanho, eternidade no propósito.

A Astronomia nos devolve perspectiva. Diante do cosmos, somos um grão de areia na praia do infinito; diante de Deus, somos projeto, propósito e responsabilidade.

A medida do assombro (explicação simples)

  • O Universo observável tem algo como dezenas de bilhões de anos-luz de raio; costuma-se falar em ~46 bilhões de anos-luz de raio (cerca de 93 de diâmetro).
  • A Via Láctea reúne centenas de bilhões de estrelas. O Sol é uma entre elas — médio, discreto, fundamental.  Há estrelas mais de 2 mil vezes maiores.
  • Para cruzar nossa galáxia à velocidade da luz, seriam necessários ~100 mil anos.
  • Estimam-se centenas de bilhões de planetas só na Via Láctea; centenas de milhões podem ter condições semelhantes às da Terra.
  • Nossas sondas mais velozes (as Voyagers) andaram algumas dezenas de horas-luz desde 1977 — um passo de formiga no mapa do céu.

Conclusão imediata: somos minúsculos. E, no entanto, tudo isso existe sob Leis que revelam Inteligência e Finalidade — exatamente onde a Filosofia Espírita começa a conversa.

A boa analogia (ponte entre ciência e Doutrina)

Podemos pensar numa orquestra sinfônica:

  • A Astronomia descreve o palco (o Universo), o repertório (as leis físicas) e a partitura (constantes, campos, partículas).
  • O Espiritismo recorda que há músicos (Espíritos imortais), maestro (Deus, causa primária) e um propósito estético e moral (Lei de Progresso).
  • Cada instrumento parece pequeno diante do todo, mas sem cada um não há sinfonia. A nossa “insignificância” é apenas dimensional, não existencial.

Avançando...

Deus e Leis

Deus não é um gerente de imprevistos; é Soberana Inteligência que estabelece Leis universais (morais e naturais). O “cuidado” divino se manifesta por leis estáveis que sustentam a evolução de mundos e seres — determinismo das leis por fora, livre-arbítrio por dentro. Evoluímos porque as leis garantem o cenário, e como escolhemos define o ritmo dessa marcha.

Pluralidade dos Mundos Habitados

A vastidão astronômica torna a pluralidade mais que plausível: é consequência do princípio de finalidade. Não sabemos quantos “condomínios da Vida” há por aí, mas sabemos que não se desperdiça espaço em obra divina. A Lei de Progresso sugere múltiplas moradas, múltiplas escolas, múltiplas séries no currículo do Espírito.

Importância x Insignificância

  • Insignificância: perante a escala cósmica, nosso corpo, nossa cidade, nosso planeta são diminutos pontos.
  • Importância: perante a Lei, o Espírito é fim e meio da obra — fim, porque se destina à felicidade; meio, porque coopera na cocriação em plano menor (inteligência que organiza, ama, serve, transforma). Deus não criaria ao acaso nem concederia imortalidade a quem não tivesse sentido e missão.

Números espirituais?

Na Terra, somos mais de 8 bilhões de encarnados e, provavelmente, muito mais desencarnados em faixas diversas do plano espiritual. Mas números, aqui, são ilustrativos; o que importa é a dinâmica moral: vínculos, aprendizados, resgates e serviço — estatística íntima que a consciência contabiliza.

Síntese em três frases

·         Cosmicamente pequenos; moralmente chamados.

·         Leis firmes por fora; liberdade responsável por dentro.

·         Insignificantes em tamanho, indispensáveis em sentido.

Somos importantes, sim: obras de Deus com destino de luz. Somos insignificantes, sim: pó de estrelas viajando numa periferia galáctica. Mas é nesse aparente paradoxo que mora a beleza: grãos de poeira conscientes, convidados a aprender a música do Universo e a tocar a nossa parte — afinados com a Lei, compassados pelo amor, e sempre, sempre em progresso.


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